As últimas semanas foram repletas de bravatas de fabricantes de tablets dizendo que seus produtos eram melhores que o iPad porque tinham processador dual-core, câmeras, eram mais finas, mais leves… Bem, isso tudo era verdade, mas em relação ao iPad lançado no começo de 2010. Agora que há um novo modelo prestes a chegar ao mercado a conversa muda um pouco.
E mudam também as tabelas comparativas, como a do Engadget, mostrada acima. Nela podemos ver que, em termos de dimensões e massa, os ~610g do iPad 2 são imbatíveis: apenas o PlayBook consegue ser mais leve, mas ele tem uma tela de 7 polegadas. Os demais passam muito dos 700g. Não é conveniente mencionar a questão da espessura, pois nisso até o iPhone 4 perde para a nova tablet da Apple. Falando em tela, apenas o iPad 2 tem um display LCD IPS, segundo uma comparação do IntoMobile, mas ele perde um pouco em termos de resolução para o XOOM (1024×768 pixels contra 1280×800).
No quesito “câmeras”, o iPad 2 sai em larga desvantagem, se você for considerar apenas megapixels: sua câmera frontal VGA perde feio para as de todas as concorrentes. Na verdade, a câmera traseira (possivelmente idêntica à do iPod touch), mesmo gravando vídeos em 720p, perde para as dianteiras das concorrentes. Contudo, fotografar e filmar com um iPad é meio… estranho, né? De qualquer forma, não deixa de ser um ponto negativo pra Maçã — cortando custos nas câmeras. 😛
Por fim, em termos de preço, chega a ser irônico que a Apple tenha o gadget com menor custo de entrada até agora: por US$500 é possível levar pra casa um iPad 2 Wi-Fi com 16GB, enquanto um XOOM com 32GB sai por US$800 (ou US$600, num contrato de dois anos com a Verizon). Comparativamente, um iPad 2 Wi-Fi+3G com 32GB sai por US$730, livre de contrato, seja CDMA ou GSM.
Mas nada disso interessa sem apps, certo? É sob essa óptica que Robert Scoble compara as tablets: de que adiantam uma tela maior, câmeras melhores, baterias, alto-falantes e tudo o mais sem amor apps? Nesse ponto, bem sabemos que o iPad 2 é imbatível.
A tabela abaixo, do Mashable, coloca as duas gerações do iPad lado a lado com o XOOM, da Motorola, e o TouchPad, da HP, para ilustrar melhor esse ponto:
Observe a última linha: 65.000 apps para iPad, menos de 100 para Android. É preciso ter um navegador muito bom para uma tablet se sustentar sem aplicativos — e como o Mobile Safari é o mais rápido, acho que acaba o iPad 2 levando vantagem em mais um ponto.
Agora, cá pra nós, havemos de colocar o peso do iOS em si nessa equação: se dava pra pensar em ficar com o primeiro iPad por mais um ano só por causa do software nativo que ele roda, imagine comprar este novo modelo, melhorado em quase todos os aspectos!
É preciso ponderar muito o design, a interface e no fato de que, daqui a um ano, o iOS 6 provavelmente vai ser disponibilizado pro iPad 1, enquanto o XOOM… bem, nada garante que a próxima grande atualização do Android para tablets, apesar do nome certamente doce, não vai ter um sabor amargo. Infelizmente isso não aparece claramente nas tabelas comparativas. :-/