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Com a expiração da última patente, o formato MP3 agora é de domínio público — mas o que isso significa na prática?

O ano era 2001. Steve Jobs subiu ao palco de um pequeno auditório na sede da Apple, em Cupertino, e apresentou ao mundo um dos objetos definidores de uma década. E, junto à introdução do iPod, veio o estouro de um formato cujo nome virou até um segmento de produtos — sim, estou falando do ubíquo MP3 (MPEG-2 Audio Layer III).

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Dezesseis anos depois, o mundo é um lugar deveras diferente daquele que testemunhou pela primeira vez o funcionamento de uma Click Wheel. Os iPods, embora ainda sejam vendidos mais por honra da firma que qualquer outra razão, foram totalmente suplantados pelos smartphones e serviços de streaming. O MP3… bom, o MP3 continua na memória das pessoas como o lembrete de uma época mais simples (ou menos simples, ao menos no sentido de encontrar a música que você queria ouvir na internet — alguém tem saudade do LimeWire?), mas enquanto formato, as coisas estão um pouco mais complicadas.

Família de iPods

Digo isto porque o Fraunhofer Institute for Integrated Circuits, instituto que possuía os direitos de patente relacionados ao formato e que recebia royalties de todas as empresas que quisessem adotar o MP3 nos seus produtos, anunciou no fim da semana passada — via NPR — que não está mais licenciando o seu produto. O MP3 está morto, longa vida ao MP3, eles disseram.

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Na verdade, embora muitos veículos tenham relatado a história como tal ao longo do fim de semana, não é bem o caso. O que o instituto esqueceu de mencionar no seu anúncio é que a última das patentes relacionadas ao MP3 que detinha expirou recentemente, ou seja, legalmente eles não podem mais cobrar royalties pelo uso do formato. Em outras palavras, não, o MP3 não está morto — ele só passou essencialmente para o domínio público. Mas o que isso implica em mudanças reais nas nossas vidas?

Bom, na prática, qualquer fabricante que queira oferecer suporte ao formato nos seus produtos não mais terá que pagar por isso a ninguém. Por outro lado, o MP3 não goza mais da popularidade que tinha há 15 anos, nem de longe — a própria Apple não ficou muito tempo com o formato, fazendo a transição para o AAC nos iPods já em 2003. Hoje em dia, o Advanced Audio Coding é o formato preferido para reprodução de áudio comprimida (para reprodução sem perdas, o FLAC ainda é o campeão) e basicamente utilizado por todos os serviços de streaming ao redor do mundo — incluindo o Apple Music.

Ou seja, a entrada do MP3 em domínio público não fará muita diferença em nossas vidas, e aqueles que relataram a sua morte no último fim de semana esqueceram de mencionar que, na verdade, a sua morte ocorreu lentamente, longe dos olhos do público, ao longo da última década. Então, a não ser que você esteja planejando criar um dispositivo revolucionário para reprodução de arquivos MP3 (e, se estiver, permita-me dizer que você está uns 16 anos atrasado), segue-se o jogo normalmente.

via 9to5Mac

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