O melhor pedaço da Maçã.
Vício em Smartphones

Especialista em ética do design pergunta se a Apple não deveria tornar seus dispositivos “menos viciantes”

De algumas semanas para cá, desde que um grupo de investidores questionou a Apple sobre o assunto, a questão do vício das pessoas em smartphones e a influência disso na vida e nas relações modernas têm estado bastante em evidência. Seja qual for a sua opinião sobre o assunto, é inegável que ele precisa ser discutido até as suas últimas consequências — afinal, o problema é palpável e preocupante.

Publicidade

Agora, um editorial do New York Times, escrito pelo jornalista Farhad Manjoo, nos traz um lado interessante da questão. Ao entrevistar o especialista em ética do design Tristan Harris, ex-empregado do Google e criador da organização Time Well Spent (dedicada a melhorar o impacto da tecnologia na sociedade), a dupla pergunta-se: é possível colocar nas mãos da Apple a responsabilidade por criar dispositivos menos viciantes?

Antes que alguém diga que a Maçã é apenas uma fabricante no meio de um mar de marcas e aparelhos, Manjoo explica: a Apple é (é?) o principal nome do mundo da tecnologia quando a questão é abraçar novas ideias e popularizá-las. O jornalista opina que a empresa de Cupertino é uma das mais interessadas no bem-estar dos seus clientes, seu modelo de negócios não depende no vício em gadgets e, de todas as empresas do ramo existentes no mundo, seria a que faria o trabalho “mais elegante” no processo de reduzir o vício das pessoas em smartphones. “Eles [a Apple] podem ser nossa única esperança”, afirma Harris.

O especialista, então, lista algumas medidas práticas que a Apple poderia tomar para arrefecer o vício nos (seus) smartphones. Uma sugestão é que o iOS passe a oferecer aos usuários um relatório semanal (e opcional) incluindo dados como tempo de tela ativo e tempo gasto em cada aplicativo; este recurso poderia, segundo Harris, incluir mensagens com “puxões de orelha” e incentivos de diminuição como “Você passou metade da sua semana rolando pelo Twitter. Você está orgulhoso disso?” ou “Se eu notar que você está passando muito tempo no Snapchat, você gostaria que eu lhe avisasse disso?”.

Publicidade

Outra ideia sugerida por Harris é de que a Apple ofereça uma forma mais robusta de selecionar quais notificações devem ser emitidas pelos aplicativos. Hoje, essa escolha é basicamente um “tudo ou nada”, e o especialista acha que opções mais específicas poderiam ser disponibilizadas. Por exemplo, poderia haver um modo “total”, um modo “regular” e um modo “zen”, e o usuário controlaria cada um deles com as notificações aprovadas de cada aplicativo. No modo “regular”, apenas como exemplo, o Instagram continuaria lhe notificando das curtidas e comentários nas suas fotos, mas pararia de mandar notificações do tipo “Fulano postou uma história depois de algum tempo”.

Segundo Manjoo, é possível que tais opções tornem-se intrusivas demais na experiência de uso, mas o jornalista adiciona que a Apple seria uma das únicas empresas no mundo capazes de pegar essas ideias e transformá-las numa ferramenta elegante, fácil de usar e — principalmente — efetiva. É algo importante: afinal, como adiciona James Steyer, cofundador da Common Sense Media (ONG que estuda o impacto da mídia em crianças e adolescentes), “a forma como lidamos com a tecnologia é a questão cultural do próximo meio-século”.

E vocês, o que vocês acham?

Ver comentários do post

Compartilhe este artigo
URL compartilhável
Post Ant.

Tim Cook afirma que usuários poderão desativar a redução de performance num futuro update do iOS, surpreendentemente

Próx. Post

★ Crie, invista e alcance objetivos com o Warren

Posts Relacionados