por Julio Madeira
No último dia 14 de agosto, a Apple abriu suas portas em um novo shopping center em Manhattan chamado Westfield World Trade Center. Houve muita especulação sobre a abertura ou não dessa loja, principalmente por ser no ano em que os ataques de 11 de setembro completaram 15 anos, porém o bairro onde a loja e o shopping estão, o Tribeca, é um que os Estados Unidos têm interesse em reerguer justamente para provar que um ataque não faria o espírito americano esmorecer — muito pelo contrário, esse seria mais um motivo para se reerguer maior e mais forte.
Nesse ponto, a Apple, no melhor exemplo do espírito americano, não pôde deixar de abrir uma loja no local — que aliás, segue o formato recente sem “Store” no nome (é apenas Apple World Trade Center) a fim de ser vista como um centro de encontro e convívio para todos os visitantes. Se a intenção da Apple não é apenas vender, e sim criar uma experiência ao usuário, deixar de lado o sufixo ajuda bastante a ilustrar todo o potencial que uma Apple Store pode oferecer.
A estrutura do shopping (Oculus), composta por 110 “costelas” de aço pesando um total de 56 toneladas, formam uma obra de arte que se destaca do restante dos prédios localizados à sua volta, incluindo o próprio One World Trade Center.
Outra coisa que chama a atenção de qualquer Applemaníaco é o balcão de informações: até lá os funcionários usam máquinas da Apple, coisa rara de se ver, até mesmo nos EUA:
No interior da Apple, toda a decoração já segue a nova geração de lojas da Maçã trazendo uma área de convivência, um monitor 6K gigantesco e muito verde.
A convite dos funcionários da loja, voltei lá no dia 7 de setembro para assistir à keynote da Apple nessa linda telona, mas qual foi a minha surpresa ao chegar e descobrir que o time de Cupertino e o da loja não conseguiram fazer o streaming funcionar! 😖 Apesar da frustração de todos, na hora eu só conseguia pensar no Breno Masi falando “Cara, a Apple não é mais a mesma”, aí o jeito foi assistir pelas Apples TVs conectadas na loja mesmo.
Em um local marcado por uma tragédia e que luta para se reerguer, sem dúvida lojas como a da Apple e a estrutura desse shopping em si mostram que as marcas do ataque de 11 de setembro ainda são sentidas mas que o povo novaiorquino luta para superar essa dor, principalmente em um ano que marca 15 anos dos atentados às Torres Gêmeas.
O projeto, de US$4 bilhões, foca não apenas em ressuscitar a região, mas também em se tornar um centro de cultura e convívio social entre os moradores de Nova York. Os administradores do shopping esperam 15 milhões de turistas por ano visitando suas novas instalações juntamente aos moradores locais, que se conectam ao shopping através da estação de metrô “World Trade Center PATH” — esta localizada dentro do próprio shopping e que liga nada menos que 13 linhas de metrô e trens, despejando um total de 300 mil pessoas diariamente.
Segundo a operadora do shopping, a marca Westfield, ele servirá como modelo para todos os próximos shoppings centers a serem inaugurados e operados pela marca dentro do território americano.