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Como eu troquei meu iPhone 7 Plus por um Galaxy S8… e voltei em 48h

Galaxy S8/S8+

Já dizia a grande pensadora contemporânea, Rihanna: “Quando você me segura, sinto-me viva, somos como Diamantes no céu.” — ou pelo menos era isso que eu achava que o Galaxy S8 sentia quando eu o usava. Uma sensação de poder inexplicável junto a uma necessidade de mostrar que é o melhor.

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Ele foi o melhor. E o pior. Em quarenta e oito horas.

Galaxy S8/S8+

Mas vamos por partes.

Por que eu troquei?

Tive a (in)felicidade de ter muitos problemas com a portabilidade de operadora de vários números da empresa em que trabalho e, no fim, acabei ganhando um aparelho à minha escolha pelos transtornos.

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Dos smartphones mais recentes, sempre fiquei curioso pelas telas brilhantes e de excelente qualidade da Samsung. Será que é só a tela? Sempre tentei pensar “fora da caixa”, mas para isso sei que tenho que conhecer todas as possibilidades — neste caso, todos os sistemas. Já testei vários celulares de vários sistemas e particularmente penso que Android é algo que causa apenas duas coisas: repulsa ou amor. Ou você ama ou você odeia. Talvez ao mesmo tempo. Uma simples tela inicial é motivo de ódio.

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Escolhi o então topo-de-linha da sul-coreana. Vi vídeos até os olhos sangrarem cansarem. Foquei tanto em comparativos, prós, contras, dicas de uso, possíveis problemas e melhores aplicativos que, antes mesmo de o celular chegar, eu já sabia usá-lo dos pés à cabeça.

A migração iOS»Android não foi tão tranquila, como seria se fosse ao contrário. Transferir 23 mil fotos e 2 mil vídeos da biblioteca do iCloud para o Google Fotos não foi rápido, quiçá transferir meu histórico de quatro anos do WhatsApp do iOS para o Android. Mas vamos falar de coisas boas.

O melhor do Galaxy S8

A tela sempre será o primeiro ponto que todos vão citar, afinal são 570ppp (pontos por polegada) contra 401ppp da tela Retina HD do iPhone 7 Plus. E não requer muito esforço para ver a diferença — uma vez que enxerga, você fica muito empolgado em querer explorar todas as opções dessa feature. É de babar.

Galaxy S8/S8+

Algo que dificilmente veremos em um iPhone: dois chips. Se você também tem um número separado para fins empresariais, vai amar isso, porque dificilmente temos essa liberdade em um smartphone tão bom.

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A câmera. Ah… a câmera. Discutir sobre câmeras é uma zona de perigo, porque cada um tem o seu gosto, até porque é você quem vai publicar a foto, você que tem que gostar dela. E não tem como não gostar das fotos tiradas pelo S8.

A câmera frontal proporciona selfies impressionantes, com cores mais vivas. Aliás, essa vivacidade é o principal foco para todas as fotos do Galaxy S8, tudo muito vivo e bonito; há quem ache até saturado demais. Por falar em foco, a Samsung trouxe o foco seletivo nas câmeras frontal e traseira, uma espécie de “Modo Retrato” do iPhone, só que feita através da combinação automática de várias fotos. Achei muito mais fácil.

Da esquerda para a direita: selfie com o iPhone 7 Plus, selfie com o Galaxy S8 e selfie com o foco seletivo do S8. Clique/toque nas imagens para ampliá-las.

Note que a câmera da Samsung tem uma abertura mais ampla, cabendo mais pessoas em uma selfie, por exemplo.

A câmera traseira também evidencia as cores de uma forma saturada e bonita de se ver, especialmente se forem paisagens. Observe:

Comparativo de fotos panorâmicas no iPhone 7 Plus e no Galaxy S8

Comparativo de fotos panorâmicas no iPhone 7 Plus e no Galaxy S8

A foto de cima é do iPhone 7 Plus, a de baixo é do Galaxy S8. Ambas tiveram suas resoluções igualmente reduzidas para serem publicadas aqui no site, mas originalmente é curioso notar que a do iPhone pesava 4,5MB (já no novo formato HEIF) contra 19,7MB da do S8, em JPEG.

Mudando de assunto, você já comprou um iPhone de 16GB ou 32GB e queria simplesmente ter mais espaço sem precisar comprar outro aparelho? Memória expansível é algo realmente desejado no mundo da Apple, que provavelmente nunca fará isso, especialmente com uma Fototeca do iCloud que gerencia seu armazenamento de forma tão eficiente.

Além dos 64GB internos (ignorando a tal treta da capacidade real), você pode acrescentar mais 256GB comprando um cartão microSD. Embora, neste caso, a bandeja híbrida force você a escolher: ou você tem dois chips, ou você tem um chip e coloca o seu cartão de memória.

Outros itens, talvez não tão relevantes, ainda deixam o smartphone da Samsung à frente do da Apple. Por exemplo:

  • Você já quis “emprestar” um pouco de bateria para alguém? O adaptador USB-C~USB que vem na caixa do S8 tem a finalidade de transferir arquivos e ler pendrives, mas também serve para dar um pouco de carga para outro dispositivo/celular. Não recarrega muito rápido, mas já é alguma coisa.
  • O Bluetooth 5.0 tem um alcance maior, gasta menos bateria e conecta-se a até dois dispositivos de uma vez. Aqui eu testei com um par de AirPods e um fone sem fio Jabra, e a experiência foi ótima. Imagine conectar duas caixas de som!
  • O recurso “Always On Display” permite que você deixe a tela ligada mostrando as horas e as notificações. Não é lá muito bonito, mas também ajuda pra se manter informado sem precisar pegar o celular toda hora. Ah, e segundo a Samsung isso influencia em “quase nada” na bateria.

Galaxy S8/S8+

Agora, observe que quase metade de tudo o que eu disse acima poderia ser implementado pela Apple, quem sabe até num update de software, se ela quisesse. Mas sabe a razão pela qual ela não o faz? Porque isso também poderia impactar na experiência do usuário. E foi por isso que eu voltei.

O que mais fez falta e por que eu voltei

Você pode não acreditar, mas a primeira coisa que me fez falta e que me deu a primeira dor no coração foi… o Tweetbot! Como heavy-user do Twitter com algumas contas [1, 2, 3] eu aprecio muito a agilidade do app, além de receber notificações específicas de menções, por exemplo. Testei pelo menos dez aplicativos para Android, mas nenhum chegou aos pés do concorrente para iOS (parabéns Tapbots!).

Infelizmente o Tweetbot não está disponível para Android. Sabe por quê? Exclusividade. Esse é outro ponto chato. Algumas vezes as coisas são lançadas primeiro no iOS e só depois no sistema do Google; ainda cito aqui Monument Valley 2, lançado em junho apenas para iPhone, mas sem data para o concorrente.

O Apple Music também fez falta — embora eu prefira a curadoria do Spotify. Além de conteúdo exclusivo, como a série “Carpool Karaoke”, algumas músicas, como a recém-lançada “Look What You Made Me Do”, da polêmica Taylor Swift, tem o selo de “Masterizado para o iTunes”. Ou seja, até sua experiência musical pode ser ainda melhor em um dispositivo Apple.

Fora isso, também achei que são muitos toques para fazer pouca coisa. Pode ser falta de hábito, embora eu já tenha testado vários sistemas por várias vezes, mas sempre achei que tinham passos demais para compartilhar um item, por exemplo. A liberdade de poder fazer o que você quiser com seu Android talvez atrapalhe isso de alguma forma, são possibilidades demais para quem quer ter uma experiência limpa.

Por fim, falando nisso: a experiência de ter um sistema “redondo” e que rode suave e liso 24 horas por dia é algo muito Apple-like que, por mais que a Samsung tente, não consegue entregar a mesma coisa.

Galaxy S8 e iPhone 7 Plus
Foto: Android Authority.

Veja bem: eu instalei quase todos os apps que possuía e os mesmos nove jogos que eu tinha no iOS, no Android. Usei como estava acostumado, alterando entre jogos, notificações do Twitter, depois outro jogo, depois um print para compartilhar… Após um tempo, o sistema começou a dar uma engasgada. Nada que prejudique muito, mas quando você está acostumado com uma velocidade “ótima”, uma “boa” não é mais suficiente.

Na tentativa de melhorar minha experiência, usei o “Samsung Concierge”, um aplicativo que vem instalado desde o Galaxy S7 para “oferecer um treinamento de produto (…) e aproveitar ao máximo todas as possibilidades do aparelho” (sic), além de tirar dúvidas. É só escolher uma forma de contato (chat, ligação ou loja Samsung) e aguardar. O contato é feito quase que na mesma hora.

Após perguntar ao atendente por que meu celular poderia estar travando, ele me sugeriu colocar um widget na tela inicial do meu aparelho que realizaria uma manutenção no meu sistema sempre que eu quisesse. Em outras palavras: sempre que eu tocasse em “Otimizar” ele liberaria RAM, fecharia apps não-utilizados, buscaria por falhas, etc.

Agora, lhe pergunto: quantas vezes você precisou sair fechando seus aplicativos no seu iPhone para que ele ficasse mais rápido? Aliás, já vimos aqui que fazer isso só piora as coisas. De qualquer forma, a experiência do usuário deveria ser fornecida pela empresa, não pelo próprio usuário. Quando a experiência é boa, o usuário se apaixona.

Comparação besta: quantas vezes você vê alguém falar “meu Galaxy”? E a mesma pergunta para os usuários da Apple: quantas vezes você fala “meu iPhone” em vez de “meu celular”? Isso não é ser fanboy, já prevendo futuros ataques abaixo; isso é amar a experiência, e não um produto.

Não rolou. Pensei em voltar para o iPhone. Na verdade, o pensamento durou “FourFiveSeconds” e, quando vi, estava sorrindo sozinho reconfigurando o aparelho da Maçã. Isso é Apple.

·   •   ·

Amei ter usado o Galaxy S8 da Samsung, mas continuarei com o iPhone 7 Plus como celular principal. Pode não ser um “Diamante no céu”, por enquanto, mas é o que me traz brilho dos olhos.

iPhone 7 Plus jet black inclinado de costas

Se quiser trocar uma ideia sobre Android vs. iOS, é só chamar no meu Twitter, ou nos comentários abaixo. #PAZ

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