O melhor pedaço da Maçã.
Evolução Design todos os iPhones

Reportagem pergunta a especialistas se a Apple realmente perdeu seu jeito com o design — e as respostas variam

Muito se fala sobre uma possível crise criativa na Apple, outrora sinônimo de excelência no design e nas soluções inovadoras, desde a morte do seu cofundador Steve Jobs. Os detratores da atual fase da Maçã apontam os últimos seis anos como um símbolo de queda para a produção da empresa, apresentando criações decepcionantes e nem de longe capazes de equiparar-se à revolucionária década passada.

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Obviamente, essa opinião não é a única: muita gente, incluindo especialistas no mundo Apple, discordam dessa impressão e apontam seus argumentos para reforçar a tese de que não é nada disso e a Maçã está vivendo o seu melhor momento. Bom, para que o assunto seja resolvido de uma vez por todas (ou não), a Fortune fez uma longa e interessantíssima reportagem tratando da questão e convidando alguns especialistas do mundo do design e gurus da Apple para compartilharem suas visões sobre ela.

A peça se inicia comentando sobre pessoas frustradas com seus produtos da Maçã — uma usuária que tem problemas para usar o Touch ID no frio congelante, um outro incomodado com a bateria do seu iPhone, os moradores de uma casa confusos com a profusão de cabos de diferentes tipos, todos comidos e “consertados” com fita adesiva. Uma crítica à própria natureza do design dos novos produtos é bastante concisa:

Procure no Google “o design da Apple é horrível” e você achará um registro infindável das maneiras em que esse exemplar de excelência do design tem falhado: o Apple Watch não é intuitivo assim que sai da caixa, os teclados mais recentes são irritantes e frágeis, o Apple Pencil é fácil de perder, o iPhone tem sido imperfeito desde que a Apple apresentou a lente da câmera que salta para fora da traseira, e as coisas pioraram com o recorte na tela do iPhone X.

O designer e cofundador do Tumblr Marco Arment afirma que admira o design da Apple, mas não vê hoje o mesmo nível de outrora. “Os designs da Apple na era pós-Steve têm tido menos equilíbrio. Esse desequilíbrio parece pender muito para o lado da forma, e muito pouco para o lado da função.” Don Norman, que trabalhou na área de design da Apple entre 1993 e 1996, concorda: “Eles sacrificaram intuitividade por beleza estética.”

MacBook, iPhone, Apple Watch e AirPods numa mesa branca

Steve Troughton-Smith, desenvolvedor do mundo iOS, não chega a opinar sobre a existência ou não do problema, mas argumenta que não foi a morte de Jobs que o catalisou.

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Eu sei do contexto histórico o suficiente para entender que essas coisas não têm a ver com isso [a morte de Jobs], e não são um aspecto recente da experiência de ser usuário da Apple. Coisas como os cabos USB e o iTunes já eram ruins sob a direção de Jobs, e eu tenho uma coleção de cabos FireWire-para-30-pinos comidos para me lembrar disso.

Quem não concorda com os teóricos da derrocada do design da Apple é John Gruber, o mais célebre dos blogueiros da Maçã. “Eu diria que o design da Apple está no mesmo nível de sempre. Olhem os produtos recentes. Os AirPods ano passado, e o iPhone X este ano, são quintessencialmente produtos da Apple. Existe um enorme fator ‘simplesmente funciona’ sobre eles.”

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A reportagem então argumenta que, seja qual for a opinião correta (se é que isso existe), a Apple não pode ignorar a importância do design: o seu futuro, diz a Fortune, não está na inteligência artificial ou na realidade aumentada ou qualquer outra coisa, e sim no design. E se há uma base crescente de usuários reclamando sobre decisões recentes da empresa, talvez seja o caso de analisar com cuidado essa questão.

Após listar alguns exemplares dos melhores designs da Apple (o Macintosh, o iMac G3, o iPod, o iPhone e os AirPods, entre outros) e alguns dos mais fracassados (o mouse “disco de hóquei”, o PowerMac G4 Cube e o iPod Hi-Fi, entre outros), a reportagem então lembra o óbvio e ululante: em termos puramente financeiros, a Maçã nunca esteve tão bem, com um valor de mercado aproximando-se do trilhão de dólares e uma base crescente de usuários fieis.

Portanto, no fim das contas, não há uma resposta certa — ao mesmo tempo em que a Apple está fazendo algo certo, ela está fazendo algo nem tão certo assim; isso é até esperado para uma empresa tão enorme. Portanto, o resultado dessa questão toda só o futuro poderá dizer.

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O que vocês acham?

via 9to5Mac

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Marca de roupas italiana chama-se Steve Jobs e tem um “J” mordido, mas não há nada que a Apple possa fazer sobre isso

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