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Artigo de leitor: Apple, relógio e a revolução na saúde que vem por aí

Apple Watch Series 2 sendo usado em bicicleta

por Ricardo Barbosa

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Já faz algum tempo que ocorre uma revolução silenciosa no campo da saúde com a chegada dos dispositivos móveis conectados, em que destaco os wearables (ou “vestíveis”).

Estamos vivenciando o começo de uma nova era, a da medicina mais personalizada, mais interativa, mais informativa, capaz de auxiliar o tratamento da pessoa de forma mais individualizada e mais resolutiva. Óculos, pulseiras e relógios inteligentes são exemplos de wearables bastante comuns hoje em dia, mas as possibilidades do que essa tecnologia pode realizar vão muito além de verificar as notificações, enviar mensagens e marcar a quantidade de passos.

Hoje temos o monitoramento em tempo real da nossa frequência cardíaca, da nossas atividades físicas, do nosso sono, do nosso consumo de oxigênio (via batimentos cardíacos) e podemos acompanhar, através de aplicativos e aparelhos específicos integrados aos wearables e aos nossos smartphones, a nossa hidratação, a nossa alimentação, os níveis de glicose no sangue, a nossa audição, entre outros parâmetros. Em um futuro próximo, teremos mais e mais parâmetros vitais sendo monitorados em tempo real e até mesmo a relação entre médico e paciente será transformada por completo.

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E o que a Apple tem a ver com isso? Muita coisa. Ela não quer ficar de fora dessa revolução na saúde e, por isso, está com planos bem ambiciosos para o seu relógio. Segundo informações vindas de diversas fontes de tecnologia e saúde, a gigante de Cupertino anunciou várias ações (parcerias, aquisições e planos importantes) que indicam que ela pode entrar mais profundamente na esfera da saúde em breve.

Selecionei alguns dados e reportagens que comprovam isto, veja só:

  • A parceria da Apple com o gigante da telemedicina American Well e a Universidade de Stanford para testar o desempenho do Apple Watch Series 3 na detecção de ritmos cardíacos anormais.
  • O projeto, da própria Apple, de desenvolvimento de um sensor de ECG (eletrocardiograma), o qual seria incorporado ao próprio relógio.
  • O fato de a Apple estar trabalhando para transformar o seu iPhone em um repositório único para toda sua informação médica. No início de 2016, ela adquiriu a Gliimpse, focada justamente nisso.
  • Uma fala de Tim Cook na Startup Fest Europe, em Amsterdã (Holanda): “A saúde é uma grande questão em todo o mundo e acho que nós estamos prontos para mais simplicidade e para uma nova visão. Um dia, essa é a minha previsão, vamos olhar para trás e nos perguntaremos: como posso ter vivido sem o relógio? Porque o Santo Graal do relógio é ser capaz de monitorar mais e mais o que está acontecendo em nosso corpo.”
  • A realização, pela empresa, de pesquisas com a ajuda da gigante de seguro saúde Aetna, para ver se o Apple Watch pode ser usado para melhorar os resultados de saúde.
  • O lançamento da API1Application programming interface, ou interface de programação de aplicações. para desenvolvedores que aumentou o número de aplicativos de tecnologia médica para o Apple Watch e aumentou a sua relevância no espaço de saúde; uma prova disso é a informação da Mobihealth News de que três empresas de saúde digitais estão preparadas para aproveitar a atualização do Apple Watch: a Dexcom (ligada a monitoramento de glicose), a Propeller Health (que trabalha com saúde respiratória) e a ReSound (uma empresa de aparelhos auditivos conectados).
  • O planejamento da Apple de transformar o HealthKit, que armazena dados relacionados a saúde de aplicativos e dispositivos, em uma ferramenta para melhorar os diagnósticos e não somente para monitorar e coletar dados.
  • Em 2016, a Apple publicou uma lista de empregos buscando um advogado especializado em privacidade de saúde. Além disso, a empresa já conta com uma enorme equipe especializada em saúde.
  • A informação de que existe uma pequena equipe externa da Apple dedicada somente a pesquisa de diabetes e que está trabalhando nisso há cinco anos. O objetivo é criar uma forma de medir com precisão a glicose usando um sensor óptico para determinar o valor da glicose a partir do sangue, de forma 100% não intrusiva.
  • A Apple contratou vários especialistas da área do sono e, recentemente, adquiriu a Beddit, startup especializada em monitoramento de sono.

Como podemos ver, é bem provável que o Apple Watch e o iPhone serão, em um futuro próximo, pilares importantes de monitoramento e diagnóstico da nossa saúde. Seria incrível se isso se concretizar em breve. Mas, antes, devem ser trabalhados alguns entraves para que tudo se torne realidade.

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Eu posso citar os três maiores e mais importantes, na minha opinião: 1. a segurança e a privacidade dos dados obtidos; 2. a dificuldade da maioria das pessoas em usar e entender um wearable; 3. e principalmente, o alto custo de aquisição tanto do Apple Watch quanto do iPhone, especialmente por estas bandas tupiniquins.

E vocês, o que acham dessa intenção da Apple de ser um referencial na área da saúde?

Notas de rodapé

  • 1
    Application programming interface, ou interface de programação de aplicações.

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