O iPhone é o carro-chefe da Apple. Ninguém contestaria essa frase: desde a sua introdução, há mais de 11 longínquos anos, o smartphone tem sido a principal fonte de receita da Maçã com uma boa folga, e sua principal arma no caminho para tornar-se a primeira companhia de US$1 trilhão — marca que, inevitavelmente, será alcançada mais cedo ou mais tarde.
Entretanto, a maratona até os 13 dígitos no valor de mercado poderá ter, nessa parte final, um protagonista diferente — ao menos é a previsão da analista Katy L. Huberty, da Morgan Stanley.
De acordo com um relatório publicado pelo Business Insider, ao longo dos próximos cinco anos o crescimento anual da receita da Apple poderá ser puxado principalmente pela categoria “Serviços”, enquanto o iPhone tomará o terceiro lugar no gráfico: a vice-liderança será do segmento categorizado como “Outros produtos” e liderado pelo Apple Watch, que, segundo a analista, verá um bom crescimento no período.
Vejam o gráfico abaixo:
Ao longo dos últimos cinco anos, o crescimento de receita da Apple foi de, em média, 8% ao ano; nesse período, o iPhone contribuiu para 86% desse salto, enquanto os serviços foram responsáveis por 23% do crescimento e a categoria de outros produtos ficou com apenas 3% do bolo. Na previsão de Huberty, o período englobando os anos fiscais de 2017 a 2022 verá um cenário muito diferente, com os serviços respondendo pela maioria (56%) do crescimento da receita, a categoria de outros produtos representando 30% e o iPhone, somente 22%.
Huberty estima que, hoje, a receita de serviços da Apple esteja na casa de US$30 por dispositivo ativo (há dois anos, a estimativa era de US$25); esse número, entretanto, “subestima o potencial de receita a longo prazo” por parte dos serviços da Maçã, já que algumas partes importantes do segmento estão em pleno crescimento, como o Apple Music, o iCloud e o Apple Pay. A analista prevê que, num futuro não muito distante, cada aparelho ativo da Apple trará mais de US$100 em receita de serviços.
Caso as previsões estejam corretas, veremos um fenômeno interessante nos próximos anos: a Apple deixará de apoiar-se nos lançamentos megalomaníacos de iPhones e passará a priorizar a experiência de uso dos aparelhos, atraindo os usuários já existentes a assinaturas de serviços que eles ainda não possuem e dando mais ênfase a esse segmento nas suas keynotes e na sua publicidade.
Será, certamente, uma Apple muito diferente da que conhecemos hoje. Veremos.
via AppleInsider