Estamos na véspera da VidCon, uma das maiores conferências dedicadas ao mundo do vídeo online do mundo, e a Adobe aproveitou a oportunidade para apresentar algumas novidades muito interessantes na sua linha de softwares — incluindo a prévia de um novo produto que pode ser a salvação de videomakers, YouTubers e criadores de conteúdo caseiros.
Vejamos o que a gigante está preparando.
Projeto Rush
As soluções da Adobe para a pós-produção de conteúdo em vídeo dispensam apresentações e estão entre as mais utilizadas do mundo em suas respectivas funções. A tríade mágica, composta por Premiere Pro, After Effects e Audition, entretanto, tem um problema: a inacessibilidade.
Apenas usuários bastante avançados, com computadores poderosos (e um bolso abastado), podem usufruir de todo o seu poder — e, ainda assim, esses produtos sofrem com a inflexibilidade da base na qual foram construídos muitos anos atrás; não há suporte a multiplataforma, integração profunda com a nuvem ou nada do tipo. É aqui que entra o Projeto Rush.
Apresentado ainda como uma prévia, o Rush (que, por ainda ser um projeto, pode mudar de nome até o lançamento) é um novo editor de vídeo multiplataforma que combina as principais forças dos três produtos de vídeo já existentes da Adobe numa embalagem mais acessível, amigável e fácil de usar.
E quando eu digo “multiplataforma”, eu estou falando sério: o software estará presente no macOS, no Windows, no iOS e no Android basicamente sob o mesmo formato, com as mesmíssimas ferramentas e interface adaptada apenas para os diferentes tamanhos de tela — seu trabalho sempre estará sincronizado em todos os ambientes e é possível pausar um projeto no iPhone e retomá-lo no Mac, por exemplo.
Em termos de ferramentas, o Rush naturalmente não se propõe a substituir o Premiere Pro e companhia, focando-se na adoção das principais funcionalidades de cada software. Ele traz suporte a múltiplas camadas de vídeo e duas camadas de áudio, oferecendo uma linha do tempo que permite ao usuário fazer cortes e transições, aplicar efeitos ou títulos e muito mais. O Rush traz também acesso ao banco de imagens e vídeos Adobe Stock, para adição rápida de conteúdo “genérico” naquelas lacunas do seu projeto.
Temos aqui ainda suporte a templates de gráficos criados pelo After Effects, bem como presets criados nos outros programas da empresa. Filtros e opções de gradação de cor inteligentes servem para dar um visual “profissional” aos vídeos sem precisar mexer na parte mais técnica da coisa.
No quesito ajuste de áudio, o novo software tem uma mãozinha do Sensei, a rede neural de aprendizado de máquina da Adobe: a ferramenta “ouve” os sons do projeto para sugerir ajustes automáticos na equalização e masterização do áudio. Até o recurso Auto ducking, que foi introduzido recentemente no Premiere Pro e ajusta automaticamente o volume da música de fundo em trechos com falas em um vídeo, está presente.
Sendo um dos focos da Adobe aqui a simplicidade e o apelo a criadores de conteúdo online, não é nenhuma surpresa que o Rush conta, também, com uma tela de compartilhamento bastante aprimorada. Nela, é possível simplesmente ligar ou desligar todos os serviços nos quais você quer publicar a sua criação (e ele suporta tudo, do YouTube às Stories do Instagram), ajustando individualmente metadados como título, tags, descrição e thumbnail. Ao clicar/tocar para finalizar tudo (ou agendar a finalização, o que também é possível), a sua obra-prima é automaticamente publicada nos serviços escolhidos.
O Projeto Rush ainda não tem uma data de lançamento marcada, mas a Adobe afirmou que o software chegará aos usuários até o fim do ano como parte da suíte Creative Cloud — ou também como uma assinatura separada, contendo somente ele.
Bacana, não?
Adobe Lightroom CC
Vocês devem se lembrar que, há algum tempo, a Adobe dividiu o Lightroom, seu software de processamento de imagens em massa, em duas versões: o Lightroom Classic continuaria a linhagem do programa tradicional, enquanto o Lightroom transformar-se-ia num serviço na nuvem, simplificado e multiplataforma.
Hoje, ambos os produtos ganharam novidades.
O Lightroom na nuvem agora é capaz de sincronizar profiles e presets em diferentes plataformas, seja nativos ou de terceiros. Os usuários ganham ainda suporte à ferramenta de copiar e colar em massa, para aplicar os ajustes de uma imagem a várias outras com uma única operação.
Nas versões móveis do Lightroom CC, para iOS e Android, é possível agora criar presets do zero e compartilhá-los com os outros apps da plataforma; os apps trazem também o Healing Brush do Photoshop e do Lightroom para computadores, que usa inteligência artificial para “apagar” elementos indesejados na imagem.
O Lightroom Classic, por sua vez, tem mudanças menores — a Adobe promete uma grande atualização para o software para o futuro próximo, mas por agora os usuários da plataforma terão de se contentar com um update focado em melhorias de velocidade e estabilidade, além de adições discretas como novas formas de acessar ou organizar presets e opções para organizar pastas por cores.
As novidades em todas as versões do Lightroom já estão disponíveis com uma simples atualização de software.
Adobe XD CC
O atual irmão caçula da Creative Cloud continua crescendo, como se espera de um infante. A Adobe anunciou que o Adobe XD CC, sua nova plataforma para criação de projetos de interface, está ganhando uma série de novidades para estabelecê-lo como um dos líderes do segmento em que atua.
A principal delas é a introdução dos chamados Fixed Elements (Elementos Fixos), que prendem-se a uma porção da tela ou posição e possibilitam ao designer posicionar os demais elementos em torno, abaixo ou acima dele, facilitando o processo de criação de algumas interfaces e criando modelos mais realistas.
Além disso, temos aqui suporte a overlays, uma ferramenta de crop aprimorada, cálculos matemáticos em propriedades, compartilhamento privado de emails e muito mais.
Assinantes da suíte Creative Cloud já podem usufruir das novidades do Adobe XD CC imediatamente.
Adobe Scan
Por fim, o Adobe Scan — app de digitalização de documentos e OCR1Optical character recognition, ou reconhecimento óptico de caracteres. da empresa — está ganhando um recurso bastante útil. A partir de agora, ao escanear um cartão de visitas, o aplicativo poderá salvar o contato lá contido automaticamente na agenda do usuário.
Além disso, o Scan também ganhou ajustes automáticos aprimorados para corrigir a digitalização de arquivos em cenários com pouca luz. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente na App Store e o seu uso também é gratuito, exigindo somente a criação de uma conta na plataforma da Adobe.
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Notas de rodapé
- 1Optical character recognition, ou reconhecimento óptico de caracteres.