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Como foi usar um iMac Pro por algumas semanas

iMac Pro

Fui agraciado, nas últimas semanas, pela oportunidade de testar e usar de fato um iMac Pro — graças aos nossos amigos da Go Imports. Eu já havia brincado com ele em Apple Stores, mas sempre por breves minutos e sem uma noção real do que é trabalhar em uma máquina dessas.

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O iMac Pro foi anunciado na Worldwide Developers Conference (WWDC) 2017, lançado internacionalmente no final do ano passado e chegou ao Brasil no começo de março deste ano somente. Ele veio para cobrir o espaço deixado pelo Mac Pro, que não é atualizado desde 2013 e só deverá ganhar uma geração totalmente renovada no ano que vem, quem sabe.

iMac Pro por dentro

Resumidamente, o iMac Pro é o Mac mais poderoso que a Apple já fabricou. Ela conseguiu colocar na carcaça do iMac de 27 polegadas (só que na cor cinza espacial, lindona) componentes modernos e realmente direcionados ao público profissional, como processadores Intel Xeon W (até um 18-core de 2,3GHz com Turbo Boost para até 4,3GHz), placa gráfica Radeon Pro Vega (até uma 64 com 16GB de memória HBM2) para a sua tela Retina 5K, até 128GB de memória DDR4 ECC de 2.666MHz, até 4TB de SSD, Ethernet 10Gb e tudo mais a que temos direito.

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Para alguém que há anos trabalha em MacBooks Pro, foi um certo choque (no bom sentido) trabalhar num desktop parrudo assim. Nos parágrafos a seguir falarei um pouco dessa minha experiência, de uma maneira bem focada no meu feeling mesmo; a proposta, aqui, *não* é fazer um review extenso/detalhado e técnico do iMac Pro. Vamos lá?

Desktop vs. laptop

Não precisei nem ligar o iMac Pro para sentir a primeira grande diferença em relação ao meu setup padrão. É absurdamente diferente você passar de um laptop com tela de 15″ pesando 1,83kg para um desktop de 27 polegadas que tem quase 10kg.

iMac Pro e MacBook Pro

Só para vocês terem uma ideia, eu nem pude instalar o iMac Pro na mesa onde trabalho, aqui em casa. Fico num espaço espremidinho que chamo de “escritório” (obrigado, filha! ❤️) e minha mesa não é profunda o suficiente para eu trabalhar num computador com tela de 27 polegadas. Então, até considerando que ficaria com ele temporariamente, tive que colocá-lo na mesa de jantar mesmo. 😛

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Eu sou daqueles que adoram telas grandes para trabalhar — não é à toa que tenho um MacBook Pro de 15 polegadas e, se pudesse, muito provavelmente teria um de 17 (sim, já tive um MacBook Pro de 17 polegadas — que, por sinal, foi furtado no Aeroporto de Guarulhos). Já experimentei trabalhar no MacBook Air de 13,3 polegadas da minha esposa e, embora seja possível fazer quase tudo o que faço aqui, não acho agradável. Não nego a beleza que é a portabilidade de um MacBook de 12 polegadas, mas definitivamente não é a máquina para mim.

Vira e mexe, eu e o Edu conversamos sobre isso. Como a maior parte do tempo nós trabalhamos em casa, pouco faz sentido termos um laptop. Por outro lado, quando precisamos sair ou viajamos, aí o valor dele se torna inegável. Já experimentei trabalhar no iPad Pro e posso dizer que ele está hoje próximo a se equiparar em termos de produtividade, para mim, com o que eu sinto usando o MacBook Air da esposa. Quem sabe, num futuro breve, ele atinja um patamar mínimo satisfatório que me permita, aí sim, trocar o MacBook Pro por um iMac e ter um iPad Pro como device móvel secundário para trabalhar na rua/em viagens.

Tela

Eu gosto tanto de ter espaço na tela que, em todos os Macs com displays Retina, a primeira coisa que faço é ir em Preferências do Sistema » Monitores e trocar a resolução para “Redimensionada » Mais Espaço”. Isso reduz um pouco a densidade de pixels por elemento gráfico na tela e deixa tudo menorzinho, mas eu adoro.

Definindo a resolução do iMac Pro

E vejam só a diferença estupenda que estamos falando, aqui: no meu MacBook Pro, trabalho com uma aparência de 1920×1200 pixels. No iMac Pro, são nada mais nada menos que 3200×1800 pixels. É mais do que o dobro.

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Melhor visualizar do que falar:

Comparando a tela do MacBook Pro com a do iMac Pro

É um prazer enorme trabalhar numa telona assim. Você vê muito mais conteúdo sem precisar rolar, pode facilmente colocar dois ou até três aplicativos ou documentos na tela ao mesmo tempo, não precisa se preocupar em deixar o Dock escondido se não quiser… enfim, é ótimo para produtividade.

Mas, obviamente, não é só a resolução do iMac Pro que é maior. A tela em si é muito mais nítida (são 218 pontos por polegada, contra 126 do MacBook Pro), ela é mais wide (16:9, contra 16:10), atinge 500 nits de brilho e suporta o padrão P3 com até 1 bilhão de cores. É algo lindo de se ver.

Meu maior propósito com o teste do iMac Pro foi editar vídeos, e nesse sentido ele proporciona uma experiência de outro mundo comparada ao meu MacBook Pro. Veja só essa screenshot do Final Cut Pro nele:

Final Cut Pro rodando no iMac Pro

Note que, além do espaço de sobra para clipes, timeline e Inspector, o vídeo que está sendo editado está ali em zoom 100% — é isso mesmo, aquele pedacinho da tela ali está mostrando um vídeo Full HD 1080p com todos os seus pixels. É surreal.

Performance

Eu sei que vocês estavam ansiosos por essa parte. Como citei lá no começo do artigo, minha intenção aqui não é fazer uma análise técnica muito aprofundada do iMac Pro, mas obviamente não iria perder a oportunidade de rodar alguns benchmarks comparativos.

Eis as duas máquinas que foram colocadas lado a lado:

O MacBook Pro é o topo-de-linha de 2016, com um processador Intel Core i7 quad-core de 2,7GHz, 16GB de memória LPDDR3 a 2.133MHz, SSD de 512GB e placa gráfica AMD Radeon Pro 455 com 2GB de memória. Já o iMac Pro é o modelo de entrada, com um chip Intel Xeon W octa-core de 3,2GHz, 32GB de memória DDR4 a 2.666MHz, SSD de 1TB e placa gráfica AMD Radeon Pro Vega 56 com 8GB de memória.

Comecei testando a performance do SSD de ambas as máquinas, usando o Blackmagic Disk Speed Test, e aqui o iMac Pro já dá um banho legal:

O MacBook Pro atingiu 1,2GB/s para escrita e 1,7GB/s para leitura, enquanto o SSD do iMac Pro foi a incríveis 3GB/s para escrita e 2,5GB/s para leitura. Isso, por si só, já faz uma baita diferença.

Vamos, então ao famoso Geekbench. Começando pelo teste de CPU:

O MacBook Pro marcou 3.992 pontos no teste single-core e 14.797 no multi-core, contra 5.124 e 31.311 do iMac Pro. Diferenças de, respectivamente, 28% e 112%.

Daí fomos aos testes de GPU, focados em processamento de imagens e vídeos. Primeiro, com a API1Application programming interface, ou interface de programação de aplicações. OpenCL:

Depois, com a API mais moderna Metal:

No primeiro teste, o iMac Pro foi 300% mais rápido que o MacBook Pro; no segundo, 246% mais rápido. São números que proporcionam diferenças sensíveis, muito perceptíveis no trabalho profissional com essas máquinas.

Posto isso, devo dizer que no uso cotidiano do iMac Pro, pensando especificamente no quesito performance, não senti algo “de outro mundo” em relação ao meu MacBook Pro. É claro que aplicativos abrem mais rápido, você consegue abrir quantas abas quiser no navegador sem se preocupar com RAM, dificilmente verá a Rodinha do Arco-Íris da Morte® em algum momento, e por aí vai. Mas, definitivamente, não são nessas “coisas do dia a dia” que você percebe para que o iMac Pro existe.

Onde ele realmente faz diferença é em trabalhos mais pesados, e foi por isso que preferi focar meus testes em edição de vídeo. Que maravilha que é, pessoal! Os vídeos que capturo são todos em resolução Full HD 1080p (nada muito pesado como vídeos RAW em 4K ou até 8K, como profissionais hard estão acostumados hoje em dia), mas mesmo assim é um grande prazer trabalhar nele em relação ao que estava acostumado no MacBook Pro.

Ao importar clipes para o Final Cut Pro, eu não preciso esperar processamento nenhum para iniciar os trabalhos. O playback é instantâneo e quase sempre sem perda nenhuma de quadros, mesmo sem renderizar e com efeitos/transições aplicadas. Ou seja, o seu tempo de trabalho é otimizado ao máximo. Até minha saúde agradeceu, afinal, eu não tinha que levantar toda hora para ir tomar um café enquanto algo era processado.

Obviamente, não só o trabalho na edição em si é muito mais fluido e prazeroso, quanto na hora de exportar o vídeo finalizado você também não precisa esperar muito. Cada minuto que você corta nesses trabalhos diários justifica o investimento que um profissional ou uma empresa faria numa máquina dessas, ainda mais extrapolando a economia de tempo num ano inteiro de trabalho.

O que mais?

Algumas outras coisas sobre o iMac Pro que preferi resumir em tópicos:

  • Embora o desenho dele seja igual ao do iMac convencional, o acabamento na cor cinza espacial faz toda a diferença. A Apple até já vende hoje separadamente os periféricos (teclado, mouse e trackpad) na versão cinza espacial, mas eles definitivamente combinam mais quando usados com o iMac Pro.

Acessórios que acompanham o iMac Pro

  • O iMac Pro é o primeiro computador da Apple a vir com uma câmera FaceTime HD 1080p, e eu não consigo entender como que isso não é padrão em todos os Macs em 2018. Ela consegue colocar câmeras sensacionais nos iPhones (e até em iPads), mas fica economizando com besteira nos Macs.
  • Os alto-falantes do iMac Pro são sensacionais. Falei no meu review do Logitech MX Sound que não queria mais saber dos alto-falantes embutidos do MacBook Pro, mas trabalharia na boa com os do iMac Pro.
  • É um alento olhar para a traseira do iMac Pro e ver tantas opções de conectividade, para todos os gostos: uma saída de 3,5mm para fones de ouvido, um slot para cartões de memória SDXC, quatro portas USB 3.0, quatro portas Thunderbolt 3/USB-C e uma Ethernet. Se é para reclamar, quem sabe a Apple poderia ter colocado uma HDMI ali também — mas quem precisar pode comprar um adaptador para isso.

Traseira do iMac Pro

Conclusão

Com preços que variam de US$4.999 a US$13.348 nos Estados Unidos (se você configurar com tudo top), o iMac Pro definitivamente não é para qualquer um. E não me refiro a “qualquer um” em termos de que consumidor tem poder aquisitivo para investir numa máquina assim, porque mesmo um consumidor normal rico não tem por que comprar um Mac desses.

Se nos EUA o investimento já é pesado, aqui no Brasil nem se fala — mesmo com os preços mais interessantes da Go Imports. O investimento no iMac Pro se justifica e certamente se paga para quem trabalha profissionalmente com edição gráfica/multimídia e outros softwares complexos e pesados, como de cálculos matemáticos e computacionais, arquitetura/engenharia e por aí vai.

Tirando a fragilidade do teclado, a única coisa que eu tenho a me queixar hoje do meu MacBook Pro é da capacidade do seu SSD. Os 512GB até são suficientes para o meu uso normal, mas quando vou editar vídeos nele preciso de muito espaço para arquivos de render e aí o espaço livre que tenho normalmente (100-150GB) vai embora num piscar de olhos. Mas, em vez de trocar de máquina, estou considerando adquirir um SSD externo e pretendo avaliá-lo futuramente aqui no site, para vocês.

iMac Pro de frente

O iMac Pro é um sonho de consumo, mas, para mim, um sonho desnecessário. Por outro lado, me deixa muito contente ver a Apple atendendo às necessidades de profissionais que não podiam mais depender do Mac Pro de 2013. A proposta dele não é ser um Mac flexível e atualizável como a Apple diz que será o futuro novo Mac Pro, mas ele sem dúvida nenhuma é um Mac poderosíssimo e que atende, hoje, tudo o que os usuários mais exigentes podem querer.

Ainda bem que eu brinquei com o modelo de entrada do iMac Pro, porque nem posso imaginar o que deve ser trabalhar na sua versão topo-de-linha.

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Logo da Go Imports

O MacMagazine agradece à Go Imports — revendedora de produtos Apple que tem como objetivo fornecer produtos da Maçã a um preço justo no Brasil — pela oportunidade de termos testado o iMac Pro. Se você está pensando em comprar Mac, iPad, iPhone, Apple Watch ou acessórios Apple, a Go Imports é o lugar!

Notas de rodapé

  • 1
    Application programming interface, ou interface de programação de aplicações.

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