Há pouco mais de 25 anos, a emblemática figura do chefão de design da Apple, Jony Ive, mudava-se de Londres para trabalhar na gigante de Cupertino. Todo esse tempo, no entanto, não significa — pelo menos para ele — que esteja em um ponto avançado da sua carreira, e sim que esse é o momento no qual ele está aprendendo mais.
Essa foi uma das declarações dadas pelo designer durante uma entrevista para a lendária revista WIRED, que completou 25 anos recentemente. Ive conversou com ninguém mais ninguém menos que Anna Wintour, diretora artística da Condé Nast e editora de longa data da revista Vogue, que fez uma série de perguntas sobre a vida pessoal e profissional do executivo.
Primeiramente, Wintour questionou Ive sobre a contribuição da Apple para o “vício digital” e perguntou para o designer se ele pensa que o mundo está “conectado demais”. Nesse sentido, Ive disse que é bom estar conectado, mas que o problema real é o que as pessoas têm feito com essa conexão — em consonância com o que ele já falou outras vezes.
Além disso, ele contou que, quando se trata de inovar, é impossível prever todas as consequências de um produto ou serviço, citando que, na sua experiência profissional, houve “consequências fabulosas e outras nem tanto”.
Ive explicou ainda que a Apple não acredita que sua responsabilidade por um produto termina quando ele é entregue e, por isso, recursos como o Tempo de Uso são criados.
Antagonicamente — ou nem tanto —, a conexão com as pessoas é o que mantém o designer na Apple (e não a tecnologia). Perguntado se planeja continuar como designer da companhia no futuro, ele respondeu afirmativamente e apontou para o ambiente de colaboração dentro da Maçã, o qual ele caracterizou como “mais diversificado do que nunca”.
Temos designers de fontes sentados ao lado de especialistas hápticos que estão sentados ao lado de coloristas — e assim por diante. A energia, a vitalidade e o senso de oportunidade são extraordinários.
Quando questionado sobre o porquê de a Apple ser tão secreta e manter seus projetos tão guardados, Ive disse que não ser secreto seria “bizarro”. Ele defendeu que não são muitas as fabricantes que querem contar o que estão fazendo enquanto ainda “estão na metade” do desenvolvimento de um produto ou serviço.
Eu tenho feito isso por tempo suficiente para saber até onde eu realmente sinto a responsabilidade de não confundir ou adicionar mais barulho sobre o que está sendo trabalhado, porque eu sei que às vezes não dá certo. Cof, cof, AirPower, cof, cof.
Confira a entrevista completa no site da WIRED ou, caso prefira, assista à conversa entre as duas grandes personalidades.
via MacRumors