As rusgas da Apple com as agências da lei nos Estados Unidos não são nada novas: desde que o mundo é mundo, a Maçã defende com unhas e dentes (ao menos publicamente) a privacidade dos seus usuários, enquanto órgãos como o FBI reviram os olhos e dizem que o mundo seria muito mais fácil se Tim Cook e sua turma simplesmente permitissem acesso irrestrito aos aparelhos de todo suspeito em potencial.
Nenhuma declaração, entretanto, soa tão pesada quanto essa recentemente dada pelo Procurador-Geral Adjunto dos EUA (o segundo na hierarquia do Departamento de Justiça americano), Rod Rosenstein. Em entrevista ao repórter da Politico Eric Geller, Rosenstein deu a seguinte declaração:
Nós não podemos aceitar uma cultura em que empresas de tecnologia consideram parte da sua responsabilidade derrotar atividades legítimas de aplicação da lei. Frustrar atividades prejudiciais ou destrutivas que a tecnologia torna possíveis é um imperativo moral.
O procurador não cita a Apple nominalmente, mas está claro que a Maçã — a maior defensora da privacidade do usuário entre as gigantes de tecnologia americanas — é o alvo principal (senão o único) da sua fala. Talvez ele esteja se referindo ao episódio específico no qual a Apple se recusou a criar uma backdoor em seus sistemas para acesso especial do FBI e das agências legais americanas, mas aí já é uma especulação minha.
Seja qual for a validade das opiniões de Rosenstein, o fato é que a Apple não poderia estar mais distante de uma mudança na sua posição. Ao contrário: a empresa está, junto a várias concorrentes, advogando por uma série de regulamentações para os dados dos usuários — além de melhorar a segurança dos seus sistemas a cada atualização. Ou seja… essa briga de gato e rato ainda há de continuar por muito tempo.
via 9to5Mac