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Imagens de "Monarch: Legacy of Monsters".

“Monarch: Legacy of Monsters” (finalmente!) encontra o equilíbrio certo entre humanos e Godzilla

Hollywood já conhece o potencial financeiro do gênero kaijū1Termo japonês usado para se referir a histórias que envolvem monstros gigantescos. há décadas — basta ver os filmes de King Kong produzidos nos Estados Unidos desde a década de 1930, para termos uma ideia.

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E, como basicamente em todos os outros gêneros, a indústria audiovisual estadunidense também abraçou os monstros gigantes e destrutivos em sua nova galinha dos ovos de ouro, os tais dos universos compartilhados. Neste caso, estamos falando do MonsterVerse, universo gerido pelo Legendary Studios que combina duas das mais icônicas criaturas colossais da mídia: o supracitado King Kong e o indefectível Godzilla.

Só tem um problema: até o momento, nenhum dos filmes ou séries produzidos como parte da franquia deu lá muito certo. O pontapé inicial, “Godzilla” (de 2014), foi uma aventura competente (e até bastante estilosa, visualmente falando) na qual mal conseguimos ver o monstro que batiza a obra em toda a sua glória.

Enquanto isso, filmes subsequentes, como “Kong: Ilha da Caveira” e “Godzilla vs. Kong”, passaram em brancas nuvens por vários motivos; um deles, opinaria este que vos escreve, seria nunca conseguir encontrar o equilíbrio certo entre o drama humano — importante para criar personagens com os quais nós nos importemos — e a porradaria dos monstrengos — importante porque, bom, é isso que nós queremos ver, não é verdade?

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Dito isso, estou feliz em noticiar que “Monarch: Legacy of Monsters”, o mais novo capítulo do MonsterVerse que estreou no Apple TV+ na última sexta-feira (17/11), é deveras bem-sucedida neste sentido. Finalmente, temos humanos e monstros convivendo em perfeito equilíbrio… narrativamente falando, é claro.

Em termos de história, temos aqui um conto multigeracional ambicioso — ambicioso até demais para uma história que, no fim das contas, quer apenas encontrar desculpas para que criaturas gigantescas batalhem entre si. A série parte de uma nova ramificação da história do universo pós-“Godzilla” (2014), quando o mundo ainda está se recuperando do choque de descobrir a existência dos monstros, e tem na professora Cate Randa (Anna Sawai) sua figura principal.

Após o sumiço de seu pai, Cate viaja a Tóquio para descobrir pistas sobre o seu paradeiro e descobre a existência de um irmão, Kentaro (Ren Watabe). Juntos, eles descobrem a conexão da família com a Monarch, uma corporação secreta fundada décadas atrás e que tem o objetivo de monitorar (e, com alguma sorte, controlar) a existência dos monstros gigantes que habitam a terra secretamente.

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Junta-se a essa linha narrativa a história de Lee Shaw (interpretado por Wyatt Russell nos anos 1950 e por seu pai, Kurt Russell, nos dias atuais — não, não tente fazer essa conta porque ela definitivamente não faz sentido), uma das figuras-chave na fundação da Monarch e uma das chaves para solucionar as conspirações e mistérios que envolvem as linhas narrativas da série.

A decisão de dividir a história da série em duas linhas temporais — na década de 1950, quando a Monarch está sendo fundada e começando a explorar a existência dos monstros, e nos dias atuais, quando a humanidade ainda está se acostumando com essa nova realidade — acaba sendo um truque de mestre, porque “Monarch” encontra espaços e oportunidades para explorar a psicologia dos seus protagonistas (coisa que nunca foi o forte dos filmes de Godzilla) ao mesmo tempo em que tem um pátio temporal enorme para explorar as criaturas.

Em outras palavras, não há basicamente um episódio sequer sem pancadaria entre monstrengos, mas sempre com um fio condutor humano que faz sentido por trás disso, engajando a audiência e fazendo com que de fato nos preocupemos com o que está acontecendo. Nesse sentido, o mérito é todo dos roteiros dos episódios, escritos pelo showrunner Chris Black (“Severance”) e uma equipe que inclui Andrew Colville (“Mad Men”) e a célebre roteirista de histórias em quadrinhos Mariko Tamaki.

Da mesma forma, é um grande prazer ver Kurt Russell interpretar mais um papel, bom, de Kurt Russell — o astro de ação, conhecido por papéis icônicos em filmes como “Fuga de Nova York” e “O Enigma de Outro Mundo”, continua aqui exalando carisma e vitalidade, mesmo no auge dos seus 72 anos (na vida real, pelo menos). Enquanto isso, seu filho Wyatt tem certa dificuldade para reproduzir o magnetismo do pai, mas seria injusto comparar os dois diretamente: mesmo interpretando o mesmo personagem, os dois têm papéis muito diferentes na trama, já que a história do jovem Lee Shaw tem um toque dramático muito mais manifesto e exige mais do ator.

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Junte-se a isso tudo um senso de estilo bastante apurado da equipe de direção (comandada por Matt Shakman, de “WandaVision”) e temos em “Monarch: Legacy of Monsters” um pacote bastante satisfatório, daqueles que vão alegrar tanto os fãs de kaijū quanto as pessoas que não se atraem muito pelas histórias de monstros gigantescos se digladiando. Uma grande bola dentro do Apple TV+ — e, que se for bem aproveitada nos próximos passos desse universo compartilhado, pode se tornar um triunfo e tanto para o streaming da Maçã.

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O Apple TV+ está disponível no app Apple TV em mais de 100 países e regiões, seja em iPhones, iPads, Apple TVs, Macs, smart TVs ou online — além também estar em aparelhos como Roku, Amazon Fire TV, Chromecast com Google TV, consoles PlayStation e Xbox. O serviço custa R$21,90 por mês, com um período de teste gratuito de sete dias. Por tempo limitado, quem comprar e ativar um novo iPhone, iPad, Apple TV, Mac ou iPod touch ganha três meses de Apple TV+. Ele também faz parte do pacote de assinaturas da empresa, o Apple One.


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Notas de rodapé

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    Termo japonês usado para se referir a histórias que envolvem monstros gigantescos.

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