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Mulher curtindo os AirPods de segunda geração

por Horace Dediu

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O Apple Watch é agora maior do que o iPod jamais foi. Como o relógio mais popular da história, é claro que o Watch já é uma nova história de sucesso mercadológico. Todavia, ele não é um sucesso cultural. Ele tem a habilidade de mostrar sua presença e dar ao usuário um nível de individualidade por meio de escolhas de material e pulseira, mas é discreto demais. Ele segue normas de uso de relógios e é muito fácil de não ser notado debaixo de uma manga ou dentro de um bolso.

Não tanto para os AirPods. Esse negócio tem um visual bem diferente. Sempre branco, sempre à vista, pontudo e afiado. Você não deixa de notar alguém usando AirPods. Eles praticamente gritam pela sua presença.

Por essa razão, usuários, queiram eles ou não, fazem uma forte propaganda do produto. Inicialmente, quando novos, eles pareciam estranhos, até ridículos. Mas o valor do produto para o usuário superou qualquer vergonha e, para aqueles corajosos o suficiente para usá-los, eles se tornaram um ponto de orgulho. Como todas as coisas muito distintas, a distinção se associa ao usuário e essa distinção atrai novos usuários e mais distinção, e por aí vai. Então, temos aí, um fenômeno cultural autêntico.

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Ambos meu filho e meus pais estão doidos para obter essas coisinhas. Não observei esse apelo universal recentemente, mesmo para o Watch. Você tem que explicar o relógio. Os AirPods se auto-explicam. A única coisa que os AirPods me lembram é o iPod original. O iPod-com-fone-branquinho tinha uma taxa similar de reconhecimento/função. É diferente, funciona bem, cumpre o que promete e é auto-explicativo. A “iconificação” do branco foi o fenômeno da sua década.

Aí você fica pensando o quanto desse comportamento é concebido ou, mais precisamente, previsto por designers. Será que o time de Jony Ive achava que usuários se “gabariam” de seus AirPods? Eles os tornaram diferentes de propósito com a perninha para baixo em vez de, por exemplo, esconderem-na por trás da orelha para um visual discreto? Foi apenas sorte que o formato seguiu a função? É difícil de imaginar que gosto possa ser planejado, mas cá estamos.

Independentemente de isso ter sido planejado ou não, os novos AirPods oferecem um upgrade funcional sem upgrade visual. Isso é notável porque o que quer que tenha dado certo com o design original, eles decidiram não mexer. Você não consegue dizer se alguém está usando os novíssimos AirPods ou os originais.

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Quanto às funcionalidades adicionadas, são tipicamente Apple: conexões mais rápidas graças a um novo chip, tempo de conversação maior, tempo de audição maior, Siri ativada por voz e recarga sem fio. Grosso modo, eles são apenas melhores de maneiras que precisavam ser melhores e não são melhores de maneiras que já são bons o suficiente.

O produto é parte da categoria de “vestíveis” da Apple, a qual inclui o relógio e está crescendo quase 50% ao ano, e isso sem vir de uma base pequena. O gráfico a seguir mostra o histórico do segmento desde 2009 (antes de o iPod atingir o seu pico).

Gráfico de vestíveis da Apple

Como podem ver, o segmento “Vestíveis e Casa” surgiu a partir do segmento “iPod”, através de “Outros” produtos, e é agora quase o dobro do que o iPod era sozinho.

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É preciso observar que os AirPods podem ser emparelhados diretamente com o Apple Watch e usados de forma independente do iPhone. Se não por esse ponto sozinho, culturalmente os icônicos AirPods branquinhos e o Apple Watch estilo joia incorporam o espírito do iPod.


Texto originalmente publicado no Asymco. Tradução autorizada por Horace Dediu.

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