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Tim Cook pede regulamentação das empresas de tecnologia em evento da TIME

Tim Cook na TIME 100 Summit

De uns tempos para cá, Tim Cook se tornou uma das vozes mais importantes na defesa dos direitos dos consumidores em relação à privacidade e aos abusos cometidos por várias empresas de tecnologia. Hoje, o executivo participou de uma entrevista que serviu como abertura do TIME 100 Summit, evento da famosa revista, e reiterou alguns pontos já colocados anteriormente sobre o tema — além de compartilhar outras opiniões sobre a Apple, valores e política.

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Uma das primeiras questões tratadas por Cook e sua entrevistadora — a jornalista Nancy Gibbs, da TIME — foi em relação aos supostos “valores” de uma empresa. Segundo Cook, grandes companhias, por serem nada mais que um enorme grupo de pessoas, precisam ter valores tanto quanto indivíduos — e esses valores, bem como os problemas do mundo a serem tratados, precisam ser decididos em conjunto.

Eu vejo o mundo atual e penso que os problemas que nós enfrentamos não podem ser resolvidos somente pelo governo — nós não devemos recorrer ao governo para acabar com os problemas. Acho que a questão envolve o setor público, o setor privado e a academia meio que trabalhando juntos para resolverem esses problemas gigantescos. Um exemplo: a mudança climática não será resolvida só pelo governo, certo? Então nós precisamos nos posicionar e participar das conversas porque, creio eu, a forma como nós fazemos as coisas diz tanto sobre nós quanto o que nós propriamente fazemos.

Cook repetiu ainda uma frase que tem usado quando questionado sobre as ações sociopolíticas da Apple, afirmando que a empresa “tem políticas, e não uma política” (no sentido ideológico do termo).

Questionado sobre como lidar com questões tão polêmicas num mundo cada vez mais polarizado, o executivo respondeu:

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As questões nas quais nos posicionamos são questões que sentimos ter alguma relevância […] ou onde nós temos algo de valor a ser dito, de forma que não seremos só mais uma voz na multidão — isto é, nós não estamos simplesmente dando uma opinião. São coisas como imigração, educação, proteção ao meio ambiente, privacidade, direitos humanos. São assuntos muito importantes para nossos empregados. Nós somos uma empresa de imigrantes.

O CEO também expandiu um pouco sua defesa de uma regulamentação do setor tecnológico para defender a privacidade dos usuários — coisa que, à primeira vista, pode ser uma contradição aos posicionamentos de Cook sempre a favor do livre mercado.

Mesmo sendo um grande defensor do livre mercado e sabendo que algumas coisas inesperadas podem acontecer com a regulamentação, eu acho que nós precisamos ser honestos intelectualmente e admitir que o que estamos fazendo não está funcionando. As empresas precisam ser reguladas. Nós temos muitos exemplos nos quais a falta de regulamentação resultou num grande dano à sociedade. E quando essas coisas fogem do controle e nós não temos uma ideia real do custo que elas trazem, você precisa fazer algo sobre isso.

Cook aproveitou a entrevista também para apresentar uma visão um pouco mais ampla — e pesada — sobre a disputa da Apple com o FBI (e, portanto, o governo americano) no caso do iPhone de San Bernardino. Segundo ele, a disputa judicial (que foi encerrada um dia antes das audiências) estava “manipulada”.

Eu queria que o caso tivesse sido levado à corte, para ser honesto, mas ele foi encerrado um dia antes. Agora que os relatórios do inspetor geral começaram a sair, nossas suspeitas foram confirmadas: o caso foi extremamente manipulado desde o início. Então eu acho que não foi o melhor momento do governo — eu, pessoalmente, nunca tinha visto o aparato do estado agir contra uma empresa como aconteceu ali, e foi tudo feito de uma forma muito desonesta.

Um trecho da entrevista de Cook pode ser assistida abaixo, em inglês:

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via 9to5Mac

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