Até agora, a política fiscal de Donald Trump, que consiste basicamente em taxar pesado produtos montados e importados da China, passou ao largo de produtos da Apple — apenas alguns acessórios e carregadores foram afetados por um novo imposto, de 25%, efetivado há alguns meses. Agora, parece que o bicho vai pegar com mais força.
O Presidente dos Estados Unidos anunciou que, a partir do dia 1º de setembro, uma nova rodada de categorias de produtos importados da China será sujeitada a um imposto de 10%. As novas categorias abrangem basicamente todos os produtos vindos do País da Muralha que não tinham sido contemplados com o imposto anterior; ou seja, caso a promessa seja cumprida, todos os produtos importados da China para os EUA terão um imposto a mais daqui a um mês — incluindo os da Apple.
Não está claro ainda quais produtos da Maçã cairiam na nova taxa, já que o anúncio de Trump é caracteristicamente vago. Ainda assim, como o presidente fala em “todos os produtos ainda não afetados por impostos”, é de se crer que iPhones, iPads, Macs, Apple Watches, HomePods, AirPods, Apple TVs e o que mais você puder imaginar entrem no bolo.
O mercado já entendeu o recado: desde o anúncio de Trump, as ações da Apple caíram mais de 2%, perdendo (temporariamente ou não) os ganhos vistos desde o anúncio dos resultados fiscais da empresa, na última terça-feira.
A notícia é apenas mais uma para a maré de “azar fiscal” da Apple: há algumas semanas, a empresa solicitou formalmente ao governo dos EUA uma isenção de impostos para o novo Mac Pro, que será fabricado na China, e teve seu cavalinho rapidamente tirado da chuva quando Trump em pessoa negou o pedido em um tweet. Posteriormente, a empresa anunciou planos de continuar fabricando o futuro computador em solo americano, mas ainda não compartilhou detalhes sobre o projeto.
Resta saber agora se o anúncio de Trump é apenas (mais) uma bravata ou se a coisa é verdadeira — e se for, qual será a resposta da Apple. Em carta enviada alguns meses atrás ao Representante Comercial dos EUA, Robert Lighthizer, a empresa afirmou que a reforma fiscal proposta pelo presidente afetaria todos os seus produtos e diminuiria a contribuição econômica da Maçã para o país, mas não entrou em detalhes sobre como possivelmente lidaria com as mudanças.
Teremos, então, de aguardar. Será que veremos iPhones ainda mais caros?
via Cult of Mac