Aqui no Brasil, com a cultura do automóvel tendo basicamente matado os trens ao longo dos últimos 70 anos, não é muito comum convivermos com cruzamentos férreos — isto é, locais onde ruas ou estradas cruzam-se com linhas de trens. Ainda assim, essa é uma ocorrência muito comum no resto do mundo — e ela está rendendo uma certa dor de cabeça para as companhias tecnológicas.
As informações são do Politico: há cerca de três anos, um acidente matou um engenheiro e deixou dezenas de pessoas feridas depois que o motorista de um caminhão invadiu um cruzamento férreo e colidiu com um trem de passageiros na Califórnia (Estados Unidos). Pouco depois do ocorrido, autoridades de segurança no trânsito começaram a fazer um apelo ao Google, à Apple, à Microsoft e a outras empresas que mantêm plataformas de mapas: sinalizar expressamente os cruzamentos férreos em seus serviços.
O problema: quase três anos depois, nenhuma delas se empenhou particularmente a fazê-lo.
Segundo o National Transportation Safety Board (NTSB, o órgão de segurança no trânsito dos EUA), uma das principais razões para o acidente de 2016 foi o fato de o motorista do caminhão estar desorientado numa área que não conhecia; ele invadiu o cruzamento por acreditar que tinha a preferência. Segundo o órgão, se as plataformas de mapas indicassem com mais rigidez as áreas de cruzamentos férreos, incidentes como esse poderiam ser evitados.
O NTSB, analisando esse incidente e notando que centenas de pessoas morrem em ocorrências do tipo todos os anos nos EUA, notificou uma série de empresas sobre a necessidade de intensificar as marcações de cruzamentos férreos. Não só Apple, Google e Microsoft foram alvo da campanha; outras fabricantes e desenvolvedoras, como TomTom, Garmin, MapQuest e UPS, também receberam o apelo do órgão.
De todas, apenas duas responderam ao NTSB: a TomTom afirmou que já inclui cruzamentos férreos em seus mapas há mais de uma década. O Google, por sua vez, foi menos colaborativo, dizendo que tinha receio de tornar a experiência dos seus mapas muito cheia de informações e “abaixo do ideal” para os seus usuários. A Apple e as demais companhias mantiveram-se caladas.
Se algo sobre o assunto mudará nos próximos tempos, teremos de aguardar para ver.
via The Verge