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Insatisfação da Apple com a Adobe já existiria há muito tempo e vai além do Flash Player

Logo da Adobe

Os recentes comentários da Apple e da Adobe acerca da falta de Flash no iPhone OS e a repercussão das discussões de usuários sobre o assunto já mostram que ele é capaz de deteriorar rapidamente a relação das duas empresas, mas, ao contrário do que se imaginava, a história de decepções entre as duas é muito maior do que isso. O Hardmac.com conseguiu levantar uma série de motivos que justificam o fato de o relacionamento delas estar quase em clima de guerra, mas eles são capazes de tornar a discussão ao redor do Flash uma simples gota d’água perto de todas as insatisfações da Apple com a Adobe.

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Uma pessoa que trabalha na Apple junto ao seu grupo de executivos foi quem prestou os esclarecimentos sobre elas e, aparentemente, muitas reclamações contra a Adobe além do Flash Player fazem sentido — e quem é usuário dos aplicativos dela talvez assine embaixo do que está descrito a seguir. Além de supostamente ter chamado a empresa de “preguiçosa”, Steve Jobs também teria dito que ela se tornou muito conservadora com relação aos seus produtos e perdeu o seu foco em criar softwares de maior qualidade — chegando a ser comparável à Microsoft, por incrível que pareça.

Quem usa os softwares da Adobe há anos e acompanhou a evolução do Mac OS sabe que a Apple se aliou com ela diversas vezes, visando oferecer software de qualidade para atender diversas necessidades do mercado profissional. Enquanto era representada pelo seu ex-CEO Bruce Chizen, a Adobe fez parcerias com a Apple visando converter todos os aplicativos do seu catálogo para o Mac OS X (em meados de 2001), otimizá-los para tirar proveito do desempenho gerado por Macs PowerPC G5 (após a WWDC 2003) e até para convertê-los para rodar em hardware Intel (a partir de 2006).

Bruce Chizen, no palco da WWDC 2005
Bruce Chizen, no palco da WWDC 2005

No entanto, logo depois dessas e de outras parceiras (sem falar na saída de Chizen), a relação entre as duas empresas acerca da qualidade de softwares como os presentes na Creative Suite começou a piorar. Isso acontece porque, mesmo trazendo as últimas novidades que a Adobe também introduz no Windows, alguns deles (incluindo Photoshop, InDesign e Illustrator — alguns dos mais populares) usam uma base tecnológica praticamente igual à de quando foram convertidos do Mac OS 9 para o Mac OS X (baseada no framework Carbon), impedindo que eles possam ganhar maior desempenho no hardware mais recente da Apple ou sejam convertidos para 64 bits, por exemplo.

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Os aplicativos criados para o Mac OS X nos últimos anos já são, em grande parte, baseados em Cocoa, facilitando transições em sistemas operacionais. Mas a Adobe apenas começou a trabalhar com ele na próxima edição da Creative Suite, que ainda está bastante instável e sem todas as funções. Ademais, ela mal consegue dar conta de resolver os bugs nos seus atuais softwares — só o Flash Player 10.x tem 410 bugs reconhecidos pela Apple (segundo o Hardmac), mas a desenvolvedora do plugin apenas foi capaz de corrigir 25 até hoje, o que praticamente justifica a sua falta no iPhone OS por parte de Cupertino.

Como se o estado atual dos aplicativos da Adobe não fosse suficiente para desagradar à Apple, rumores sugerem que os engenheiros dela também estão furiosos com os problemas que precisam ser resolvidos no sistema de ativação da Creative Suite, para comprovar a autenticidade da chave de licença dos seus apps. Aparentemente, ele requer acesso direto ao hardware da máquina e é capaz de comprometer a integridade do Mac OS X, sendo capaz de gerar instabilidades no seu funcionamento. Buscando evitar que esse tipo de coisa afete seu sistema, a Apple ainda é obrigada a trabalhar ainda mais para mantê-lo estável para os usuários da Creative Suite.

Por fim, a Apple também teria dito que os aplicativos da Adobe possuem interfaces de usuário bastante antigas e estão perdendo a intuitividade em relação a produtos similares. Devido a tudo isso, o Hardmac alega que a turma do Steve Jobs também pode estar considerando a possibilidade de expandir sua linha de softwares para o mercado profissional, oferecendo não apenas melhores soluções para fotógrafos, músicos e produtores de filmes, mas também incentivando o desenvolvimento de apps para designers e profissionais da web com custos reduzidos para o usuário final.

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