Dito e feito. Em março deste ano, nós informamos que Bob Iger, CEO da Disney, poderia deixar o sua cadeira no conselho de administração da Apple por conta de possíveis conflitos de interesse. Quais conflitos? Bem, com sua empresa investindo no Disney+ e a Maçã lançando o Apple TV+, as companhias — até então parceiras — passaram a concorrer num mercado que está fervendo.
Antes de tudo, é bom entender o que faz uma pessoa que participa de um conselho de administração, não é mesmo? Tratam-se de executivos (eleitos ou designados) que supervisionam as atividades de uma organização e, de certa forma, ajudam a elaborar estratégias, direcionando a empresa.
Convenhamos que não faz muito sentido, realmente, Iger continuar ocupando uma dessas cadeiras — assim como Eric Schmidt, que era CEO do Google e, após o lançamento do Android, também teve que deixar o seu posto.
A saída de Iger foi revelada em um documento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (U.S. Securities and Exchange Commission), como informou o AppleInsider. Ele, aliás, deixou o conselho no dia 10 de setembro (sim, quando a Apple realizou um evento especial e revelou ao mundo tanto o preço quando a data de lançamento do seu serviço de streaming de vídeos).
Eis a declaração que o executivo deu para o The New York Times, como destacou o MacRumors:
Tenho o maior respeito por Tim Cook, sua equipe na Apple e por meus colegas do conselho. A Apple é uma das empresas mais admiradas do mundo, conhecida pela qualidade e pela integridade de seus produtos e seu pessoal, e sou eternamente grato por ter sido um membro do conselho da empresa.
A Apple, por sua vez, disse que Iger era um membro “exemplar” do conselho e um parceiro de negócios confiável:
Mais do que tudo, Bob é nosso amigo. Ele lidera com o coração e sempre foi generoso com seu tempo e conselhos. Embora sentiremos muita falta de suas contribuições como membro do conselho, respeitamos sua decisão e temos todas as expectativas de que nosso relacionamento com Bob e Disney continuará futuro adentro.
O executivo entrou no conselho da Apple em 2011 e, é claro, teve participação mais do que fundamental na reconstrução das relações entre a Disney e a Apple (na época, ainda comandada pelo ex-CEO e falecido Steve Jobs) — após alguns momentos turbulentos enquanto a Disney era comandada por Michael Eisner. O atual chefe da Disney também foi fundamental na negociação de acordos para vender conteúdos no iTunes.