O melhor pedaço da Maçã.

Ex-executivo da Apple diz que estrutura da empresa é inefetiva; talento deixa Cupertino

Droneandy / Shutterstock.com
Foto aérea do Apple Park

Basta acessar a página de liderança da Apple e perceber: a Maçã tem muito menos vice-presidentes sêniores do que outras empresas do mesmo porte. Especialmente depois da saída de duas das suas figuras mais influentes, Jony Ive e Angela Ahrendts, fica a impressão de que a gigante de Cupertino prefere concentrar o núcleo do seu poder entre menos cabeças. E isso pode ser prejudicial.

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É o que opina um ex-executivo da empresa, ouvido sob condição de anonimato pelo The Information. Segundo ele, a atual estrutura corporativa da Apple “não parece ser muito efetiva”, com muitas atribuições espalhadas por poucos líderes e um potencial desequilíbrio entre as diversas atividades desempenhadas pela empresa.

A reportagem classifica a estrutura da Maçã da seguinte forma:

O número de pessoas que respondem diretamente aos cerca de 20 executivos principais da Apple (aqueles que respondem diretamente a Cook) explodiu nos últimos anos, conforme a força de trabalho da empresa cresceu fortemente. Por exemplo, depois que a chefe de varejo Angela Ahrendts deixou Cupertino em abril, a líder de recursos humanos, Deirdre O’Brien, uma veterana da Apple próxima de Cook, adicionou o varejo às responsabilidades dela. Ao reunir todos aqueles que antes respondiam a Ahrendts, O’Brien agora tem 23 subordinados diretos — mais do que qualquer outro executivo na alta cúpula da companhia. Da mesma forma, o COO Jeff Williams absorveu a equipe de Jony Ive, adicionando mais 2 subordinados diretos aos seus 8 já existentes.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, essa forma de gerenciamento é um reflexo da cultura corporativa de Steve Jobs, que sempre preferiu equipes de liderança pequenas. Ao retornar à Apple em 1997, Jobs reduziu drasticamente a quantidade de altos executivos na empresa, o que, na ideia dele, tornaria a empresa mais dinâmica e próxima entre si.

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O problema, claro, é que a Apple de 2019 é muito diferente — e cerca de 16x maior, em número de empregados — da Apple de 1997. Apenas a efeito de comparação, a Maçã tem, hoje, 115 executivos subordinados a Cook ou um dos seus inferiores diretos; a Microsoft, por sua vez, tem 546.

Será que é hora de a Apple mudar ou as coisas tem dado certo para a empresa do jeito que estão? Vamos ter que aguardar para ver.

Greg Duffy

Greg Duffy, cofundador da Dropcam e ex-executivo da Nest

Enquanto isso, um talento deixou Cupertino recentemente, como informou a CNBC. Trata-se Greg Duffy, fundador da startup Dropcam que chegou à Apple em 2017 após deixar o Google (que adquiriu a startup alguns anos antes). Não há informações sobre o motivo da saída nem o destino de Duffy, mas especula-se que, na Apple, ele trabalhava num projeto de internet via satélite.

Isabel Ge Mahe

Enquanto isso, a vice-presidente e diretora geral de operações da Apple na Grande China, Isabel Ge Mahe, foi anunciada como um dos três novos membros do painel de diretores/conselheiros da Starbucks.

Isabel Ge Mahe, diretora da Apple na Grande China

Além dela, juntaram-se à gigante dos cafés Richard E. Allison, da Domino’s, e Andrew Campion, da Nike. Os profissionais continuarão desempenhando suas funções em suas empresas de sempre; o cargo na Starbucks serve para supervisionar as atividades da empresa e elaborar estratégias, com visões distintas e diversas — exatamente como Bob Iger, da Disney, fazia na Apple até esta semana.

via 9to5Mac

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