Já sabemos que, em se tratando de filmes, a Apple adotará uma estratégia mais tradicional do que concorrentes como a Netflix na estreia das produções. Sabemos, também, que “The Banker” será um dos primeiros longas-metragens de ficção a estrear sob a bandeira da Maçã. Agora, o filme ganhou seu primeiro trailer.
Escrito e dirigido por George Nolfi, o drama contará a história real de dois empresários americanos (Samuel L. Jackson e Anthony Mackie) que superaram as limitações raciais do Texas na década de 1950 e construíram um império do ramo financeiro — tudo com a ajudinha de um rapaz branco (Nicholas Hoult) que se passou por chefe das operações.
Confiram o trailer abaixo:
“The Banker” fará uma estreia limitada (ou seja, em número reduzido de salas) nos cinemas americanos no dia 21 próximo — ainda a tempo de concorrer às principais premiações de 2020, como o Oscar e o Globo de Ouro. Ele será disponibilizado no Apple TV+ a partir de 31 de janeiro do ano que vem.
Promissor, não?
Marketing lento
Os trailers podem estar chegando rápido, mas isso não significa que os investimentos da Apple com marketing das suas séries e filmes esteja a todo vapor: uma reportagem do New York Times sobre o tema, inclusive, sugere o contrário.
Citando dados do iSpot.TV, a matéria afirma que a Apple gastou US$19,9 milhões em comerciais de TV para suas produções originais durante o mês de outubro; no mesmo período, foram investidos US$28,6 milhões em publicidade televisiva para os iPhones. A mesma coisa ocorreu na internet: foram 139 anúncios únicos para o Apple TV+ em outubro, com um investimento de US$1,7 milhão; o iPhone rendeu 245 anúncios únicos, com investimento de US$2,3 milhões.
Vale notar que ambos os produtos (Apple TV+ e iPhone) tiveram em outubro momentos importantes: enquanto o serviço estava às vésperas de ser lançado, a linha de smartphones tinha acabado de ganhar seus mais novos integrantes. Isto é, ambos estavam em pé de igualdade em termos de “importância” para a Apple — e, por mais que o iPhone (ainda) seja o maior provedor de receitas para a empresa, o Apple TV+ faz parte da estratégia maior de transição para os serviços atualmente em curso em Cupertino.
Em setembro, por outro lado, os gastos com o Apple TV+ foram maiores, ao menos online — foram US$3,8 milhões com a plataforma de streaming, e US$2,4 milhões com o iPhone.
Segundo o NYT, a estratégia de divulgação da Apple com suas produções originais tem sido bem mais “acanhada” do que aquela adotada pelo Disney+, mas isso pode ter uma razão: enquanto a plataforma do Mickey Mouse já estreará com uma enorme quantidade de conteúdo disponível, o Apple TV+ entra em cena com poucos filmes e séries no seu catálogo. Ou seja, tudo poderá mudar ao longo do próximo ano — nós teremos de ver.
Teste de qualidade
Por fim, é a hora de saber como o Apple TV+ se comporta quando o assunto é qualidade do streaming. E o criador do site FlatpanelsHD.com, Rasmus Larsen, tem ótimas notícias: aparentemente, a plataforma da Maçã tem o melhor serviço — nesse sentido — da categoria.
Segundo o testador, as transmissões do Apple TV+ em 4K apresentam qualidade superior às de conteúdos adquiridos na iTunes Store. O bitrate dos filmes e das séries da plataforma da Maçã é entre 1,5x e 2x superior em relação a um disco Blu-ray comum — e representa cerca de 50% do bitrate de um disco Blu-ray Ultra HD.
Em testes específicos, Larsen identificou que “See” foi a série com melhor desempenho, com um bitrate médio de 29Mb/s e 41Mb/s de pico. O documentário “The Elephant Queen” ficou com 26Mb/s, na média, assim como boa parte das séries e dos filmes restantes. Para efeito de comparação, o bitrate máximo da Netflix em transmissões 4K é de 16Mb/s.
Portanto… boas notícias, não?