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Por que os Galaxy Buds são reparáveis e os AirPods Pro não? Só a Apple pode responder

É aceitável vender fones de R$2.250 com uma data de validade implícita no funcionamento?
Bateria dos AirPods Pro

Na última semana, trouxemos para cá o desmonte dos AirPods Pro feito pela iFixit e a comprovação de que, assim como seus irmãos mais baratos, os novos fones da Apple também são basicamente “descartáveis” — isto é, eventualmente a bateria diminuta deles vai parar de reter carga e você terá de pagar a uma pequena taxa exorbitante para substituí-los ou simplesmente desistir do processo e comprar fones novos.

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Pois hoje a iFixit publicou um novo artigo ainda tratando do tema e levantando um questionamento: teoricamente, os AirPods Pro poderiam ser mais reparáveis — sua estrutura, ao contrário dos seus irmãos mais baratos, é propensa a um design mais amigável para consertos. Por que a Apple prefere manter os fones quase inacessíveis, então?

A publicação nota que os AirPods Pro têm baterias muito mais comuns do que os AirPods tradicionais, semelhantes às baterias circulares de relógios. Os componentes ficam na parte superior dos fones, junto aos drivers de áudio, enquanto as partes mais “valiosas” do conjunto (processador, microfones, antenas, sensores) estão alojadas na “perna” dos dispositivos.

Não seria impossível para a Apple, portanto, criar um design no qual essas duas partes se separassem (mesmo que apenas com a ajuda de ferramentas especiais, para evitar a abertura indesejada ou coisas do tipo) e fosse possível manter o “cérebro” dos AirPods Pro intacto enquanto se substituiria a bateria ou um componente de áudio defeituoso dos fones.

Galaxy Buds
Abrindo os Galaxy Buds — doce reparabilidade!

Entretanto, sabemos que não é assim que a banda toca: a abertura dos acessórios é árdua e basicamente destrói os fones no processo; mesmo que você consiga acesso à parte interna deles, todos os seus componentes são colados ou soldados e é impossível substituir uma peça (ou mesmo a bateria, que é o componente que irá inevitavelmente se degradar com o tempo) avulsa no emaranhado de circuitos e cola.

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Antes que se diga que ninguém deveria estar exigindo reparabilidade em componentes tão minúsculos, vale lembrar que sim, isso é possível: os Galaxy Buds, por exemplo, podem ter suas baterias substituídas sem que os fones sejam completamente destruídos; a própria iFixit tem um guia para o processo, e embora não estejamos falando do trabalho mais simples do mundo, qualquer assistência técnica (autorizada ou não) ou usuário mais avançado pode fazê-lo com algum tempo de dedicação — e ter fones funcionando como novos e “basicamente intactos” ao fim da história.

No fim das contas, a “descartabilidade” dos AirPods traz dois problemas: além de transformá-los em produtos com uma vida útil curta (inúmeros relatos indicam perda significativa de capacidade com apenas um ano e meio ou dois de uso regular), ela cria uma enorme quantidade de fones mortos que serão apenas parcialmente reciclados.

É bem verdade que a Maçã tenta mitigar esses dois problemas — o primeiro com o programa de trocas de AirPods, e o segundo com um esquema de reciclagem montado com suas fornecedoras (e deveras troncho, se vocês querem minha opinião). Mas ela poderia estar fazendo bem mais.

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