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Após lançamento conturbado do iOS 13, a Apple promove mudanças internas no desenvolvimento

Craig Federighi apresentando o iOS 13 na WWDC19

Por mais que a gente ache que não, a nossa memória no geral não é lá muito boa. Há apenas dois anos, no iOS 11, tivemos um lançamento bastante conturbado e criticado. A Apple prometeu corrigir todas as suas falhas e felizmente cumpriu isso com o iOS 12, um dos updates mais elogiados dos últimos tempos.

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Infelizmente, o iOS 13 este ano superou o 11 em deslizes — não é à toa que, em apenas dois meses, ele já recebeu oito(!) atualizações. A mais recente, a 13.2.3, saiu na última segunda-feira (18/11) — e o iOS 13.3 já chegou à sua terceira versão beta em paralelo; muito provavelmente, ele será liberado para todos os usuários em algum momento de dezembro.

Por um lado é bastante positivo ver a Apple reconhecendo o estado crítico em que o iOS 13.0 veio ao mundo e correndo para corrigir todos os bugs o mais rápido possível. Pessoalmente, não vejo problema nenhum em ela liberar quantos updates forem necessários para melhorar o sistema, afinal, é ridículo de fácil e rápido aplicar uma atualização do iOS hoje em dia. Ora, se você quiser o sistema faz isso automaticamente para você enquanto estiver dormindo.

Mas claro, o ideal era que o iOS 13.0 tivesse vindo ao mundo (bem) mais polido do que veio. Não existe software perfeito, certamente teríamos recebido alguns updates deste então — mas provavelmente não oito, e não com esse clima “desesperado” para corrigir falhas claramente inadmissíveis.

Mudanças internas

É por isso que, para o iOS 14 (que tem codinome interno “Azul”), a Apple decidiu alterar a maneira como desenvolve seus sistemas operacionais internamente — incluindo também iPadOS, macOS, watchOS e tvOS, claro. As informações foram obtidas pela Bloomberg, após uma reunião interna realizada recentemente pelo chefão de software da Apple, Craig Federighi.

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Até agora, os chamados “daily builds” dos sistemas (isto é, novas compilações de testes que são geradas diariamente pelas equipes de desenvolvimento da Apple) iam incorporando novos recursos a torto e a direito, independentemente do seu estágio de desenvolvimento. Aí, aos poucos, tudo ia sendo polido para um lançamento final.

O grande problema desse método é que ele torna muito complicado ter uma noção real do que está de fato pronto para lançamento e o que não está, sem falar que muitos recursos acabam às vezes afetando negativamente outros que já estavam funcionando bem.

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Para os sistemas operacionais do ano que vem, Federighi e sua equipe estão incorporando um sistema de “Flags” que exigirá que recursos novos tenham que ser habilitados manualmente numa área especial dos sistemas internos. Assim, ficará mais fácil identificar o que está causando problemas e até cancelar ou adiar uma possível novidade para o sistema do ano seguinte.

Por ora, o plano da Apple é trazer para o iOS 14 um número de novidades tão grande quanto o do iOS 13. Mas a empresa está totalmente disposta a adiar certos recursos para o iOS 15, se necessário.

Bastidores do iOS 13

A reportagem da Bloomberg ainda traz algumas informações de bastidores sobre o desenvolvimento do iOS 13. Segundo fontes ouvidas pelo veículo, na época da Worldwide Developers Conference (WWDC) 2019, em junho, times internos da Apple já reconheciam que o sistema estava “uma bagunça”.

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Em agosto, poucas semanas antes do prazo para finalizarem o iOS 13.0 que seria instalado nos iPhones os quais seriam anunciados em setembro (hoje conhecidos como 11, 11 Pro e 11 Pro Max), engenheiros da Apple praticamente decidiram “abandonar” os esforços em poli-lo e focaram-se no iOS 13.1 — que, felizmente, acabou sendo antecipado e foi lançado apenas cinco dias após o 13.0.

Para o time de desenvolvimento interno da Apple, o iOS 13.1 foi de fato a versão oficial de lançamento do novo sistema. O iOS 13.0 só saiu porque tinha que estar instalado nos novos iPhones, e a Apple esperava que apenas “fanáticos” o instalariam em seus dispositivos.

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