Pela primeira vez em 28 anos, a Apple participou oficialmente da Consumer Electronics Show (CES) neste ano — mas não com novidades relacionadas a seus produtos, ainda. Na realidade, a companhia foi representada por sua chefe de privacidade global Jane Horvath, em um debate sobre segurança online. As informações são da Forbes.
Além de Horvath, foram convidadas executivas de outras empresas, como o Facebook e a Procter & Gamble, além de uma representante da Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Commission, ou FTC) dos Estados Unidos.
Naturalmente, a chefe de privacidade da Maçã defendeu as ações da companhia para proteger os dados de dispositivos dos seus clientes, uma questão especialmente importante para entendermos o recente (e não exatamente inédito) caso entre a Apple e o FBI. Nesse sentido, Horvath reafirmou a importância da criptografia para assegurar a privacidade dos dados de usuários em dispositivos móveis:
Nossos smartphones são relativamente pequenos e podem ser perdidos e roubados. Se pudermos confiar nossos dados de saúde e financeiros em nossos dispositivos, precisamos garantir que, se você perder esse dispositivo, não estará perdendo suas informações confidenciais.
Como sabemos, a Apple mantém uma posição consistente em relação ao uso de criptografia — mesmo que isso implique na redução de sua capacidade para colaborar com investigações criminais, uma vez que a empresa não tem acesso a todos os dados dos usuários, a exemplo do caso que veio à tona ontem.
De acordo com a executiva, a Maçã tem uma equipe dedicada a reponder solicitações judiciais e da polícia sobre os seus dispositivos, mas refutou a criação de backdoors nos sistemas para dar acesso a dados privilegiados dos usuários, afirmando que essa “não é a solução para tais problemas”.
Ela foi questionada, ainda, sobre a coleta de dados por outras empresas de tecnologia, a exemplo do Facebook — e, para manter a política da boa vizinhança, Horvath afirmou que “não iria comentar os métodos adotados por seus competidores”.
Por fim, a executiva aproveitou a oportunidade para informar sobre algumas tecnologias que a Apple vem desenvolvendo, a exemplo de um recurso que verifica possíveis conteúdos de abuso ou pornografia infantil carregados para o iCloud. Ademais, a empresa adota métodos de privacidade diferencial e randomização em seus serviços nativos (como o Face ID e o reconhecimento facial do app Fotos) para garantir a oferta dessas tecnologias sem que a Maçã colete qualquer dado.
via CNBC