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Qual a diferença entre USB-C e Thunderbolt 3, afinal de contas?

Um guia definitivo (por enquanto)

Por muitos anos, os protocolos USB e Thunderbolt viveram suas vidas separadamente sem nenhuma confusão, cada um com suas respectivas portas em um computador:

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Ah, os velhos tempos…

Tudo, entretanto, mudou quando a nação do fogo atacou um forasteiro surgiu pelo horizonte: o USB-C. Depois da sua chegada, nada mais foi igual, e ambos os protocolos aparentemente “casaram-se”, passando a viver na mesma porta — como em todos os portáteis recentes da Maçã:

Portas Thunderbolt 3 do MacBook Pro

Isso, claro, despertou muitas dúvidas nos incautos consumidores: qual a diferença entre eles? Quais as vantagens e desvantagens? Meu computador pode explodir se eu plugar o cabo incorreto numa dessas portas? (Spoiler: não.)

Bom, nada temam: nos parágrafos a seguir, vamos explicar todas as diferenças entre o USB-C e o Thunderbolt 3. Vamos lá?

Conectores vs. protocolos

Primeiramente, é importante fazer uma distinção entre esses dois termos. Um conector nada mais é do que a forma física do “encaixe” entre dois elementos (como um cabo e um computador, por exemplo). Por si só, o conector não serve para muita coisa: para que os dois elementos interajam, é necessário que haja um protocolo de comunicação entre eles — ou, em outras palavras, uma “linguagem comum” entre ambos, para que eles se entendam. Aí sim, a transferência de dados se inicia.

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Quando falamos em USB-C, estamos na verdade nos referindo a nada mais do que um conector — um que tanto pode ser usado pelo protocolo Thunderbolt 3 quanto pelo protocolo USB (mais especificamente, o protocolo USB 3.2). Portanto, daqui para frente, nesse texto, faremos essa distinção: sempre que nos referirmos ao USB-C, estamos falando do conector comum aos dois protocolos; quando estivermos falando das diferenças entre os protocolos, falaremos em Thunderbolt 3 e USB 3.2.

USB 3.2

No ano passado, falamos aqui sobre a confusão que a USB-IF (USB Implementers Forum, organização que desenvolve o padrão USB) causou ao renomear todas as versões recentes do protocolo. O USB 3.0 passou a ser chamado de USB 3.2 Gen 1, enquanto o USB 3.1 passou a ser chamado de USB 3.2 Gen 2 — já o USB 3.2 em si, que ainda nem foi lançado, será conhecido como USB 3.2 Gen 2×2.

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A princípio, o consumidor comum não precisa decorar essa sopa de letrinhas nem saber exatamente as diferenças entre cada uma das gerações. Basta saber que cada uma delas representa um certo ganho de velocidade de transferência em relação à sua antecessora, e que todas elas podem vir no conector USB-C.

Cabo USB-C para USB-C de 1 metro da Apple
Cabo USB-C (USB 3.2 Gen 2) da Apple

Atualmente, o protocolo mais comum em computadores e dispositivos novos é o USB 3.2 Gen 2 — é ele que equipa, por exemplo, os iPads Pro mais recentes. Este protocolo pode atingir velocidades de transferência de até 10Gbps, sendo capaz de alimentar também um monitor externo 4K ou recarregar dispositivos a até 100W.

Vale notar que o USB 3.2 Gen 2, assim como todos os protocolos desenvolvidos pela USB-IF, é aberto — em outras palavras, as fabricantes de computadores (e equipamentos eletrônicos em geral) podem colocar portas USB em seus produtos sem pagar royalties a ninguém. Esse é um dos motivos, aliás, de o padrão USB ter se tornado o mais comum do mundo da informática nas últimas décadas.

Thunderbolt 3

O Thunderbolt 3, ao contrário do USB 3.2, não é aberto: trata-se de um protocolo desenvolvido pela Intel, e as fabricantes que quiserem adicionar portas Thunderbolt 3 aos seus dispositivos precisam pagar uma generosa taxa de royalties à gigante.

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Essa cobrança, entretanto, tem razão: o Thunderbolt 3 é consideravelmente mais capaz que o USB 3.2. Ele pode transferir dados a até 40Gbps e alimentar até dois monitores externos 4K, ou um 5K. Além disso, ele é capaz de transmitir áudio de forma nativa — o USB 3.2, para realizar a mesma tarefa, precisa ter um DAC (Digital to Analog Converter) embutido.

Cabo Thunderbolt 3 da Apple
Cabo Thunderbolt 3 da Apple

Em outras palavras, o USB 3.2 será mais que suficiente para satisfazer à necessidade de usuários básicos e intermediários; para profissionais ou usuários avançados que precisam de mais poder e velocidade, por outro lado, o Thunderbolt 3 é a pedida mais segura.

Vale notar que, ao contrário do USB 3.2 (que, além do conector USB-C, pode vir em alguns outros tipos de conectores), o Thunderbolt 3 existe no formato USB-C — versões anteriores do Thunderbolt usavam outro conector, semelhante ao da antiga Mini DisplayPort, mas a Intel resolveu fazer a transição para o padrão mais comum nessa terceira geração.

A comunicação entre ambos

Resumo da ópera: toda porta Thunderbolt 3 é também uma porta USB 3.2, mas uma porta USB 3.2 não é Thunderbolt 3.

Em outras palavras, se você tem um computador ou dispositivo com porta Thunderbolt 3, poderá tranquilamente conectar nele cabos e acessórios baseados no protocolo USB 3.2. O detalhe, claro, é que nesse caso você desfrutará apenas das velocidades/taxas mais baixas do USB 3.2.

Porta USB-C do iPad Pro

O contrário não é verdadeiro: se você tiver um dispositivo com uma porta USB 3.2 (com conector USB-C, claro), não poderá conectar acessórios Thunderbolt 3 a ela. Portanto, apenas como exemplo, se você tiver um SSD externo com conexão USB 3.2, poderá conectá-lo sem problemas a uma porta Thunderbolt 3; se esse SSD externo tiver conexão Thunderbolt 3, por outro lado, não será possível conectá-lo a uma porta USB 3.2.

Como saber quais portas eu tenho?

Como o Thunderbolt 3 e boa parte do mundo USB 3.2 compartilham o mesmo conector, às vezes pode ficar difícil determinar com que tipo de porta você está lidando. A parte boa é que, no mundo Apple, a distinção é muito fácil: os iPads Pro mais recentes (os que não têm porta Lightning, no caso) contam com portas USB 3.2, assim como os (já descontinuados) MacBooks com tela Retina.

Todos os outros Macs recentes, por outro lado, contam com portas Thunderbolt 3. Portanto, é simples: se o seu Mac tem um conector USB-C e ele não é um MacBook Retina, ele tem uma porta Thunderbolt 3. Nos Macs de mesa, fica ainda mais fácil de saber, já que as portas Thunderbolt 3 têm um pequeno raio (o símbolo do protocolo Thunderbolt acima delas).

Novo Mac mini e suas quatro portas Thunderbolt 3

Esse símbolo do raio, aliás, também é muito útil para detectar acessórios e cabos Thunderbolt 3. Basta comparar os da própria Apple: enquanto o cabo USB-C não tem nenhuma inscrição nos seus conectores, o cabo Thunderbolt 3 tem o raiozinho em cada uma das suas pontas, indicando que trata-se de um protocolo mais avançado.

O futuro

Se tudo isso ainda parece um tanto confuso para você, não se preocupe: num futuro não muito distante, todas essas diferenças sumirão. Isso porque a USB-IF já está em fase de desenvolvimento do protocolo USB 4, que trará as mesmas vantagens, velocidade e conector do Thunderbolt 3 — com a vantagem óbvia de que estaremos lidando com um protocolo aberto, livre para ser usado em qualquer dispositivo.

Com isso, a tendência é que o nome Thunderbolt simplesmente vá deixando de existir — a própria Intel já anunciou a intenção de retirar os royalties do seu protocolo, integrando a sua tecnologia ao USB 4. Ou seja: nos dispositivos de daqui a alguns anos, posts como este não serão mais necessários, já que todas as portas, conexões, cabos e acessórios serão dotadas de um protocolo único, unindo todos os aparelhos.

Isso, claro, soa um tanto utópico — mas vamos dar um voto de confiança a eles e aguardar.

NOTA DE TRANSPARÊNCIA: Este é um artigo editorial do MacMagazine que foi posteriormente modificado com a inserção de um ou mais links publicitários.

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