O melhor pedaço da Maçã.

Prestes a iniciar vendas diretas na Índia, Apple sobe preços de iPhones no país

E mais: governo Trump deu uma mãozinha para a chegada da Maçã ao país
fotosunny / Shutterstock.com
Propaganda do iPhone X na Índia

Após anos de conversas, está sacramentado: como anunciado por Tim Cook na última reunião de acionistas da empresa, a Apple finalmente começará a vender seus produtos de forma direta na Índia ainda em 2020 — primeiramente, por meio de uma loja online própria, a ser seguida pela abertura de uma (ou mais, ainda não sabemos) loja física no ano que vem.

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Isso não significa, entretanto, que a trilha até esse início será lisa e sem obstáculos: de acordo com o The Hindu BusinessLine, a Maçã precisou aumentar recentemente o preço de alguns modelos de iPhones na Índia — tudo por conta de um aumento de impostos anunciado recentemente pelo governo federal.

Os novos impostos para iPhones (e bens importados em geral) são mais uma medida do governo indiano pensada para valorizar a indústria local. Vale notar que modelos de iPhone fabricados na Índia, como o XR e o 7, não entram nessa lista e continuam com o preço de sempre.

Os aumentos não chegam a ser assustadores: aparelhos como o iPhone 11 Pro [Max] e o iPhone 8 [Plus] tiveram suas etiquetas acrescidas de cerca de 2% do seu valor original. Entretanto, uma notícia como essa nunca é boa para a Apple — especialmente num país onde a empresa enfrenta dificuldades para conquistar espaço justamente pela população de renda média mais baixa e da presença de concorrentes locais bem mais em conta. Vejamos se a chegada oficial do varejo da Maçã por lá ajudará em algo neste cenário.

Uma mãozinha de Trump

O que pouca gente sabia dessa história toda é que há uma boa dose de ajuda da Casa Branca nela. Em declaração à Fox News, Tim Cook afirmou que o governo Trump foi responsável por conversar com o governo indiano e facilitar o relaxamento das regras fiscais indianas, abrindo caminho para a chegada do varejo da Apple no país.

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Mais especificamente, a Índia exige que empresas estrangeiras tenham ao mínimo 30% da sua produção localizada dentro do país antes de abrirem lojas próprias por lá. Essa é uma taxa que a Apple ainda não atingiu — mesmo com o trabalho árduo da fornecedora Wistron, que já fabrica alguns modelos de iPhones em três fábricas em território indiano e já está até mesmo montando placas de circuito para a Maçã localmente.

Isso não quer dizer que a Apple esteja exatamente voando na Índia: uma matéria recente do Wall Street Journal1Matéria fechada para assinantes. mostrou os efeitos negativos da dependência que a Maçã tem pela China (ou, mais especificamente, pelas fábricas chinesas), analisando as consequências do surto de Coronavírus para as estratégias da gigante de Cupertino. Entre elas, o WSJ cita um plano — fracassado — de produzir iPhones 11 na Índia:

A gigante tecnológica suspendeu a iniciativa antes de montar uma única linha de produção para o dispositivo [iPhone 11], afirmou uma fonte com conhecimento do assunto. A Índia não estava pronta para oferecer trabalho especializado suficiente ou a infraestrutura robusta que a Apple esperava. A empresa optou por fabricar o iPhone 11 somente na China, no fim das contas.

Ou seja, o primeiro plano da Maçã de produzir um dos seus iPhones flagship fora da China deu errado — o que pesa ainda mais a ajudinha do governo Trump em colocar a Índia no mapa da empresa.

via The Next Web, Cult of Mac

Notas de rodapé

  • 1
    Matéria fechada para assinantes.

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