Realidade aumentada é um conceito que, no geral, envolve levar objetos do mundo virtual para o mundo físico. Mas o desenvolvedor Cyril Diagne resolveu inverter essa lógica — e, no processo, criou uma das aplicações mais legais (e úteis!) da tecnologia até o momento.
No início do mês, Diagne publicou no seu Twitter o conceito de uma ferramenta AR que serviria para capturar objetos do mundo real, com a câmera de um smartphone, e imediatamente posicioná-los em algum documento aberto em um software no computador. Desta forma, você poderia rapidamente capturar qualquer coisa (a capa de um livro, uma planta, uma peça de roupa) e colocá-la no seu projeto digital, como mostra a demonstração abaixo:
A demonstração do desenvolvedor estourou rapidamente na internet, mas à época era apenas um projeto em desenvolvimento, com código aberto disponível no GitHub. Vendo o interesse das pessoas numa ferramenta do tipo, entretanto, Diagne pôs a mão na massa — e assim, menos de duas semanas depois, finalizou um aplicativo “completo” com a tecnologia, disponível para iOS e Android: o AR Copy Paste.
O app, no presente momento, está disponível em fase de testes e pode ser obtido solicitando um convite no seu site oficial; no caso do iOS, ele funciona com iPhones ou iPads rodando o iOS/iPadOS 13 e pode transferir as capturas para diversos softwares no macOS, no Windows ou no Linux — alguns exemplos são o Photoshop, o InDesign e o Illustrator, da Adobe, além de PowerPoint, Keynote, Figma, GIMP e Sketch.
Diagne, que atualmente é membro-residente do Google Arts & Culture Lab de Paris, explicou o funcionamento da ferramenta em uma thread no Twitter. Segundo o desenvolvedor, o AR Copy Paste é baseado em uma série de “camadas” de tecnologia — uma delas usa aprendizado de máquina para detectar objetos e remover o plano de fundo deles; outra serve para detectar onde a câmera do smartphone está apontando no documento digital, enquanto mais uma serve para transferir os dados entre os dispositivos e assim por diante.
É um mecanismo complexo, fascinante e que pode, para quem se interessar, ser explorado no GitHub. Para todos os outros meros mortais, resta aguardar que o nosso pedido de convite seja aceito, pois a coisa toda é muito legal.
via Cult of Mac