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Sensor poderá ajudar smartphones a detectar COVID-19; oficiais de saúde afirmam que tecnologia da Apple e do Google é “inútil”

E mais: a Apple começou a reabrir suas lojas no Canadá

Mais um dia, mais uma leva de notícias sobre a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Vamos a elas, portanto?

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Sensor integrado a smartphones

O que você acharia de espirrar no seu iPhone (ou qualquer outro smartphone) para fazer um teste instantâneo para a COVID-19? Por mais estranho que soe, um sensor do tipo poderia salvar muitas vidas — e é exatamente esse o projeto da equipe liderada pelo professor Massood Tabib-Azar, da Universidade de Utah (Estados Unidos). As informações são do Metro.

Há cerca de um ano, Tabib-Azar e sua equipe iniciaram o desenvolvimento do sensor — que, originalmente, foi pensado para detectar a presença do Zika vírus. Com o início da pandemia do novo Coronavírus, a tecnologia do dispositivo começou a ser adaptada para testar os usuários para a COVID-19; até agora, os resultados são promissores.

O sensor, do tamanho de uma moeda, comunica-se via Bluetooth com o seu smartphone — basta conectá-lo à porta de carregamento do dispositivo (para fornecer energia ao acessório) e abrir o aplicativo desenvolvido pelos cientistas, depositando uma partícula de saliva ou muco nasal na sua superfície. Em cerca de um minuto, o app exibe o resultado do “exame instantâneo”.

Sensor conectado a smartphones para testar COVID-19
Protótipo do sensor desenvolvido pela equipe de Tabib-Azar

A detecção da COVID-19 funciona por meio da busca de proteínas associadas ao SARS-CoV-2 — caso essas proteínas estejam presentes na saliva ou mucosa do usuário, gera-se uma resistência elétrica que indica, então, a presença do vírus. A melhor parte é que o sensor é reutilizável: após o exame, ele gera uma pequena corrente elétrica que destrói a amostra e permite que ele seja utilizado diariamente (por várias pessoas, inclusive).

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Segundo Tabib-Azar, o sensor estará pronto para testes já em julho — e, caso os resultados sejam positivos, ele poderá começar a ser vendido em agosto próximo. A ideia é que, caso tudo dê certo, a tecnologia seja integrada aos serviços de saúde dos países para detectar possíveis bolsões da COVID-19 e índices de infecção mais precisos.

Fica a torcida para que dê tudo certo, portanto.

Profissionais de saúde criticam tecnologia da Apple e do Google

Já trouxemos aqui diversas críticas à tecnologia de rastreamento da COVID-19 desenvolvida pela Apple e pelo Google — críticas que vêm, inclusive, de dois lados basicamente opostos: tanto do ponto de vista da privacidade quanto do viés da efetividade. Da semana passada para cá, mais grupos se pronunciaram em relação ao tema.

Exemplo de interface da Apple para o framework de notificação da COVID-19
Exemplo de interface da Apple para notificação da COVID-19

Ao Washington Post, autoridades de saúde de vários países afirmaram que a tecnologia de rastreamento da Apple e do Google será “basicamente inútil” se não sofrer alterações drásticas. Os oficiais afirmam que, sem a coleta de dados de localização dos usuários e sem a notificação imediata às autoridades de saúde sobre os locais de contato, poucas medidas práticas de combate poderão ser implementadas.

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A reportagem ouviu oficiais de saúde de estados americanos como Dakota do Norte e Califórnia, além de organizações britânicas e canadenses. Todos os grupos afirmaram ter pedido à Apple e ao Google um maior controle sobre os dados capturados pelos smartphones — requisições, como já comentamos, repetidamente negadas pelas empresas, que citaram preocupações com a privacidade dos usuários caso coletas mais aprofundadas fossem permitidas.

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Helen Nissenbaum, professora de Ciência da Informação na Universidade Cornell, classificou a tecnologia como uma “cortina de fumaça espalhafatosa”, destacando a ironia de “duas empresas que, por anos, toleraram a coleta em massa dos dados das pessoas” mas agora estariam impedindo-a para um propósito “crítico à saúde pública”. Nissenbaum afirmou o seguinte:

Se a questão é sobre o Google e a Apple terem os dados, eu certamente preferiria que meu médico e as autoridades de saúde pública tivessem esses dados sobre a minha saúde. Ao menos eles são limitados pelas leis.

Matt Stoller, diretor de pesquisa da American Economic Liberties Project, opinou que não cabe à Apple e ao Google tomarem decisões unilaterais sobre questões pertinentes à saúde do mundo inteiro:

Eles estão praticando um poder soberano. É uma loucura. A Apple e o Google decidiram pelo mundo todo que não se trata de uma escolha que deve ser feita pelo povo. Você tem um “governo” privado que está fazendo escolhas sobre a sociedade, em vez de ter governos democráticos realizando essas escolhas.

Por conta das alegadas limitações do sistema da Apple e do Google, alguns locais estudam ignorar a ferramenta de rastreamento e adotar outras estratégias de combate. A Califórnia é um dos exemplos: epidemiologistas do estado natal das gigantes tecnológicas afirmaram que a melhor abordagem, no momento, é treinar oficiais de saúde para reduzir as taxas de contágio em vez de depender de notificações em smartphones.

Apesar das críticas pertinentes, a reportagem do Washington Post foi mal recebida pela comunidade tecnológica: no Daring Fireball, John Gruber classificou a matéria como a “pior” que ele já leu no jornal, caracterizando-a como parcial, desinformada e carente de uma retratação por parte do veículo.

Gruber afirmou que o sistema de notificação de contatos, mesmo sem captura de localização, já é útil por si só; o jornalista afirmou que os pedidos dos oficiais ouvidos pela reportagem não possuem “qualquer preocupação com a privacidade” dos usuários. Ele apontou erros na declaração de Helen Nissenbaun, lembrando que os dados dos usuários não são armazenados pela Apple e pelo Google — eles ficam armazenados localmente nos smartphones dos usuários e podem ser compartilhados com oficiais de saúde caso a pessoa concorde com isso.

A postagem completa de Gruber traz ainda, quase parágrafo por parágrafo, uma desconstrução dos argumentos trazidos pelas fontes do Washington Post — vale a pena, portanto, ler ambas as matérias e tirar suas próprias conclusões.

Lojas da Apple começam a reabrir no Canadá

Por fim, polêmicas à parte, o MacRumors detalhou a informação de que a Apple começou a reabrir suas lojas no Canadá, acompanhando o processo de reabertura gradual do país. Oito lojas já reabriram hoje:

Apple Chinook Centre
Apple Chinook Centre

Já as quatro lojas da Maçã na província de Alberta reabrirão amanhã (21/5):

As lojas, como de costume ao redor do mundo, operarão em horários reduzidos e com foco em serviços de reparo e suporte; haverá medidas para reduzir o número de pessoas nos espaços, bem como obrigação do uso de máscaras — a Apple fornecerá unidades aos clientes que não tiverem uma, inclusive.

Por ora, as lojas da Maçã em Ontário e em Quebec permanecerão fechadas, sem previsão de reabertura.

via AppleInsider [1, 2]

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