No momento, o mundo tecnológico tem suas atenções voltadas para os depoimentos que Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Alphabet/Google) e Mark Zuckerberg (Facebook) darão ao Senado dos EUA como parte do inquérito que investiga possíveis práticas anticompetitivas das gigantes tecnológicas.
Só tem uma questão: como informou a CNBC, os testemunhos — que estavam marcados para a próxima segunda-feira — foram adiados.
O Congresso dos EUA adiou os depoimentos por conta do funeral do líder dos direitos civis John Lewis, que morreu na última semana e será velado no Capitólio (sede do Congresso em Washington) justamente na próxima segunda-feira.
Ainda não há uma nova data para os testemunhos, mas o subcomitê do Congresso responsável pelas investigações certamente divulgará um novo agendamento muito em breve — e certamente as audiências serão transmitidas ao vivo, como anunciado originalmente. Vamos aguardar.
Tim Cook relutou em participar
Ainda sobre o assunto, uma reportagem recente do The Information1Matéria fechada para assinantes. revelou alguns detalhes sobre os bastidores de Cupertino relacionados ao depoimento. De acordo com fontes ouvidas pela matéria, Tim Cook mostrou-se relutante, a princípio, em dar seu testemunho perante o Senado dos EUA.
A razão da resistência seria que, segundo Cook, a Apple não “combina” com a imagem de “política tóxica” com que as demais empresas envolvidas na investigação (Amazon, Google e Facebook) se envolveram nos últimos anos — logo vêm à mente, por exemplo, os diversos vídeos de Mark Zuckerberg respondendo a perguntas incisivas dos congressistas dos EUA em temas como privacidade, censura e violação de leis trabalhistas.
Cook tentou o máximo que pôde manter sua imagem (e a da Apple) afastada dessas polêmicas, mas acabou concordando em dar seu testemunho quando os advogados da Maçã afirmaram que ele poderia ser intimado pela justiça a comparecer caso se negasse a fazê-lo de bom grado.
Ainda segundo as fontes, Cook passou boa parte do último mês preparando-se para o depoimento e repassando perguntas e respostas em uma série de tópicos, como as políticas da App Store, a relação da Apple com o FBI e as práticas da empresa na China.
Vamos ver se o “treinamento” deu certo — ainda mais agora, que o CEO terá alguns dias (ou semanas) a mais para deixar a língua o mais afiada possível…
via AppleInsider
Atualização, por Rafael Fischmann 25/07/2020 às 18:38
Conforme noticiou a CNBC, a audiência foi adiada dois dias apenas — será realizada, portanto, no dia 29 (próxima quarta-feira) a partir das 13h pelo horário de Brasília.
Curiosamente, bem no dia seguinte a Apple divulgará os resultados financeiros do seu terceiro trimestre fiscal de 2020.
Notas de rodapé
- 1Matéria fechada para assinantes.