Infelizmente eu fiquei sabendo disso através do AllThingsD, pois não sou um felizardo dono de iPad — e, sinceramente, eu não vejo espaço na minha vida pra um. Sabe quanto pesa uma edição da Wired ou da New Yorker, na tablet da Apple? Pra lá de 500MB e 170MB. Repetindo: essas revistas têm o mesmo peso de um longa metragem em resolução padrão — dependendo do codec, até dois. Revistas tão pesadas quanto filmes, e quem é o idiota responsável por isso? Os programas da Adobe nas mãos de pessoal despreparado pro iPad!
O que acontece é que, na hora de adaptar as revistas para o iPad, o software usado pela Condé Nast transforma as páginas da Wired e da New Yorker em PNGs gigantescas. Pelo menos para esta, que não abusa tanto de layouts complexos, a transição para texto em HTML poderia ser feita rapidamente, mas o programa da Adobe não conseguiria quebrá-lo em páginas.
Provavelmente as equipes das editoras ainda não estão preparadas para lidar com a tecnologia do iPad, então vai levar um bom tempo até que consigam deixar o conteúdo das revistas leve, dinâmico e praticável. Sim, pois não rola encher um iPad só com revistas mal convertidas: se alguém acompanhar mais de três, não tem 64GB que deem em um ano.
Então o lance é ser paciente com os produtores de conteúdo: ainda é cedo e eles estão tentando (ou pelo menos fingindo), só não podemos nos conformar com arremedos mal feitos como esses — por mais que o app pareça bonitinho, se você tiver que viver apagando porque ele lota seu iPad, a utilidade da revista digital vai embora. Eu, pelo menos, acho aviltante imaginar que uma revista seja publicada como um monte de imagens estáticas.