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Desabafo/alerta: criminosos estão em todo lugar, inclusive nos aeroportos

American Airlines - FAIL

Quem me conhece e/ou acompanha o meu Twitter pessoal já sabe sobre o drama que estou passando desde que voltei de Nova York, na virada de domingo para segunda-feira (14/3). Conforme vocês puderam acompanhar no MacMagazine [1, 2], viajei aos Estados Unidos com o Breno Masi para cobrirmos de perto o lançamento do iPad 2 e, é claro, pormos as mãos no bichinho o mais rápido possível.

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A companhia aérea escolhida para a viagem foi a American Airlines, velha conhecida minha de muitas idas aos EUA. Tirando o aperto nas aeronaves (nada muito diferente de outras) e as pobres refeições da classe econômica, a única reclamação que eu tinha sobre ela até então era de um extravio de uma mala minha que ocorreu em janeiro de 2010, quando eu voltava de San Francisco para São Paulo. Felizmente, naquela ocasião a mala chegou em dois dias, intacta.

Desta vez, porém, a coisa foi bem diferente.

American Airlines - FAIL

Deixei o aeroporto JFK em Nova York às 16h15 de domingo, aterrissando em Miami pouco mais de três horas depois. A escala não foi demorada: a conexão para Salvador estava marcada para 20h50 e saiu pontualmente. Mesmo já sabendo que minha bagagem iria direto, ainda me certifiquei com uma comissária da AA sobre a informação e ela me confirmou que eu não tinha que me preocupar com isso.

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O voo para Salvador foi bem tranquilo e pousamos às 6h03 de segunda-feira, três minutos após a hora prevista. Foi aí que tudo começou a dar errado. Não sei por que cargas d’água, somente as bagagens dos passageiros da primeira classe/executiva estavam na esteira após descermos do avião. As de todos os outros só começaram a aparecer quase uma hora depois, por volta das 6h50 — segundo a AA, porque a aeronave partiria dali para Recife e eles queriam ter certeza de não fazer nenhuma confusão no direcionamento das malas.

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Eis que a mesma situação de janeiro de 2010 se repetiu: as malas foram vindo e indo, os passageiros deixando o local e eu ficando sem os meus pertences. Às 7h05, o responsável do aeroporto me confirmou: minha mala estava perdida, havia sido extraviada. Quem já passou por isso — ainda mais depois de quase um dia inteiro viajando — sabe como é triste e revoltante.

Mais uma vez, lá fui eu fazer todo o registro de extravio de bagagem, cedendo todos os meus dados pessoais, descrevendo a mala, o seu conteúdo e tudo mais. Segundo o responsável da AA no local, “um simples arranhão no código de barras que identifica a minha bagagem pode ser suficiente para ela se perder no trajeto”, e disse ainda que em 90-95% dos casos elas chegam 1-2 dias depois.

Para a minha felicidade momentânea, fui informado pela AA na manhã de terça-feira (15/3) que a minha bagagem havia sido encontrada, que estava em São Paulo e vindo para Salvador num voo da GOL (não entendi por que, mas tudo bem). Me informaram que sua coleta no aeroporto de Salvador estava marcada para o meio-dia e que até o final da tarde estaria na minha residência. Às 11h15, ela chegou aqui (sim, bem antes do que haviam dito).

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Analisei todo o exterior da mala antes de abri-la. Não havia nenhum sinal de violação, o cadeado estava trancado e do jeito que eu deixei. Por um momento, senti um alívio; foi ao abrir a bagagem, finalmente, que logo notei a ausência de um iPad 2 (modelo Wi-Fi de 64GB, preto), uma Smart Cover azul e um Apple Wireless Keyboard. Os dois primeiros estavam fechados e lacrados; já o teclado estava na caixinha dele, mas já aberto — usei-o em NYC. Chequei todas as minhas outras coisas e, embora possa estar enganado (é difícil lembrar de tudo), acho que foi “só” isso o que levaram.

Quem levou, afinal? Acho que nunca saberemos. Pode ter sido um agente aeroportuário, alguém da própria American Airlines (empregado direto ou terceirizado), alguém ligado à Polícia, até quem fez o transporte da bagagem entre os vários lugares por onde ela deve ter passado. As possibilidades são muitas — não dá nem pra dizer se o furto ocorreu no Brasil ou ainda nos EUA! Mas isso ocorreu, e o fato é que não temos hoje segurança nenhuma de transportar objetos de valor em viagens, senão na bagagem de mão.

Graças à orientação de amigos e de muitos que acompanharam o meu desespero no Twitter, já estou tomando todas as providências necessárias para ser ressarcido dos meus direitos. Até o momento, já solicitei e recebi um imenso formulário que preencherei e enviarei como relato à American Airlines, abri um boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil do aeroporto de Salvador, enviei uma carta à ouvidoria da Infraero e abri um chamado na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

Pelo que sei, li e já ouvi por aí, dificilmente a AA concordará facilmente e de imediato em me ressarcir integralmente pelos três itens que faltaram na minha bagagem. E, mesmo se o fizesse, isso ainda não seria suficiente para compensar a minha ida a NYC especialmente para isso, todos os gastos que tive por lá e as mais de 14 horas que passei na fila para comprar o produto (sob frio e com muita fome, diga-se).

O iPad 2 e a Smart Cover em questão seriam sorteados entre os leitores e seguidores do MacMagazine no Twitter. Infelizmente agora estamos tendo que refazer os nossos planos, primeiro porque fomos prejudicados financeiramente, segundo porque está muito difícil comprar um iPad 2 e terceiro porque temos que ver como o traremos para o Brasil. Mas estamos tentando, nem que seja um modelo Wi-Fi de 16GB.

Hoje alguns solidários já vieram me perguntar se tinha alguma novidade/andamento do caso com a AA, mas infelizmente é bem provável que essa briga dure meses, quem sabe anos. E muito provavelmente irá terminar no juizado de pequenas causas, cujas ações não podem superar 40 salários mínimos (pouco mais de R$21.000).

Aos que estão no exterior ou pretendem viajar em breve, a recomendação que fica é evitar ao máximo colocar itens de valor em bagagens que serão despachadas. Eletrônicos, então, nem pensar — eles são identificados pelo raio-X e logo viram alvo dos criminosos que agem nos aeroportos. Outra dica ótima que recebi no Twitter é sempre fotografar a sua bagagem antes de viajar, em vários ângulos, por dentro e por fora, e com data/hora registrada; isso não só pode ajudar num processo futuro, como também serve para você lembrar de tudo o que colocou lá dentro.

A boa notícia é que o iPad 2 que veio na minha mochila chegou perfeitamente por aqui e está servindo de consolo para mim, diante dessa enorme dor de cabeça que foi criada. Tenho testado o produto dia e noite, portanto vocês podem continuar aguardando um review completo dele em breve aqui no site.

Farei questão de mantê-los informados sobre o desenrolar desse caso, daqui para frente. Acho que precisarei de sorte.

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