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Dica de leitura: todos os detalhes sórdidos de Apple vs. Epic (e adjacências)

O The Verge reuniu mais de 100 informações, detalhes e fatos expostos nos documentos

Poucos assuntos — aliás, diria que nenhum assunto — renderam tantas manchetes tecnológicas ao longo deste ano do que a batalha judicial entre a Apple e a Epic Games.

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Checando a nossa tag sobre o assunto, podemos conferir não apenas uma cronologia completa sobre o caso, mas também vários detalhes — relacionados não apenas às duas empresas no seu epicentro, mas também sobre várias outras companhias no entorno — sobre o mundo das lojas digitais, dos jogos, do desenvolvimento e das próprias relações comerciais contemporâneas.

O que ainda há para se extrair desse imbróglio, portanto? Bom, pelo visto, muita coisa: um grupo de jornalistas do The Verge, liderados por Sean Hollister, passou os últimos meses analisando mais de 800 documentos (totalizando quase 4,5 gigabytes de texto) publicados como parte do processo. O resultado está nessa reportagem, com mais de 100 fatos importantes extraídos da leitura dos arquivos.

Várias dessas informações já foram cobertas por nós, como o fato de que a Apple já considerou baixar as taxas da App Store em 2011, o piti de Phil Schiller com a cópia de Temple Run, as consequências nefastas do malware XcodeGhost, a questão do Roblox, o favorecimento de aplicativos próprios e o “iPhone nano”. Outras ainda não foram tratadas por aqui — e destacaremos, a seguir, as mais importantes.

Netflix também já teve taxa menor

Já falamos sobre as tentativas (frustradas) da Apple de convencer a Netflix a manter as assinaturas da plataforma pelo seu aplicativo para iOS. O que nós não sabíamos é que, antes de a gigante do streaming remover essa opção, ela já desfrutava de um acordo especial com a Maçã.

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Segundo os emails, a Netflix tinha um acordo de pagar apenas 15% de taxa pelas assinaturas feitas no iOS logo de cara — o que não condiz com as regras da App Store, que coletam uma taxa de 30% nesses pagamentos e reduzem a taxa para 15% apenas em assinaturas com mais de um ano. Isso aconteceu antes de a Apple criar o seu Programa de Parceiros de Vídeo, que hoje contempla gigantes como a Amazon Prime Video.

E por que a Netflix pulou fora do barco, mesmo com o acordo especial? Bom, pelo visto a empresa queria taxas ainda menores — algo que acabou sendo negado pela Apple.

Apple (e Steve Jobs!) considerou permitir sideloading

Por mais que o plano da Apple com a App Store tenha sido, desde o primeiro dia, manter a loja como única forma (oficial) de distribuir aplicativos no iPhone, internamente a empresa considerou explorar outros cenários.

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Em um email para Steve Jobs, enviado em 2009, Phil Schiller levantou a possibilidade da empresa permitir o sideloading — isto é, a instalação de apps por fontes externas:

No fim das contas, tudo se resume à questão se nós algum dia abriremos o iPhone para que desenvolvedores distribuam apps por conta própria, sem passar pela loja.

Enquanto nós tivermos uma loja, precisaremos analisar cada app que entra — não podemos deixar qualquer coisa entrar numa loja que tem o nome da Apple.

E enquanto tivermos cerca de 10.000 novos apps e atualizações chegando semanalmente, sempre haverá um nível pequeno de erro humano.

Um ano antes disso, a Apple já estava explorando a ideia do sideloading. Numa troca de emails, o então chefe do iOS, Scott Forstall, apresentou a Jobs duas opções de mensagens que o usuário veria caso tentasse instalar um aplicativo por fora da App Store. Jobs escolheu a opção “Você tem certeza de que quer abrir o aplicativo ‘Monkey Ball’ da desenvolvedora Sega?”.

Programa para Pequenos Negócios da App Store seria bem menos camarada

Em novembro passado, já como uma estratégia (muito bem calculada, diga-se) para evitar acusações de monopólio, a Apple apresentou o Programa para Pequenos Negócios da App Store, que reduziu a comissão da loja à metade (de 30% para 15%) para desenvolvedores que faturaram até US$1 milhão no ano anterior.

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Acontece que, pelas propostas originais da Maçã, o programa seria bem menos vantajoso. Em um email de 2018, Schiller considerou aplicar o programa “Jump Start”, no qual os desenvolvedores menores receberiam de volta metade das taxas cobradas pela App Store — mas esse dinheiro só poderia ser usado para investir em campanhas na própria loja, como na busca. Isto é, uma espécie de cashback glorificado (e limitado).

Felizmente, no fim das contas, a Maçã optou por facilitar as coisas e simplesmente cortar pela metade as taxas dos desenvolvedores pequenos — sem ditar o que eles deveriam fazer com o dinheiro “extra”.

Coalizão nasceu para ajudar Epic na justiça

Já falamos várias vezes sobre a Coalition for App Fairness (CAF), grupo composto por diversas empresas — incluindo a Epic, o Spotify e a Tile — com o suposto objetivo de denunciar os abusos da App Store e das lojas de aplicativos em geral. Só que, pelo visto, a coalizão foi criada com um objetivo específico: apoiar a Epic na sua batalha judicial contra a Apple.

A informação está presente em uma série de correspondências escritas por Matt Weissinger, vice-presidente de marketing da Epic, em meados de 2020. Em um email, o executivo admite que a oposição da Apple e do Google são gigantescas, e é necessário formar uma coalizão para enfrentar as empresas — algo entre “US$80 mil e US$100 mil” seriam suficientes para fundar o grupo, segundo Weissinger.

Em um documento de outubro, a CAF é descrita como uma operação “separada e independente da Epic”, mas com “operações do dia a dia gerenciadas pelo consultor responsável, com subordinação direta ao chefe de marketing” da desenvolvedora.

Outras empresas, como o Spotify, negaram ao The Verge que a CAF seja um fantoche da Epic — ou seja, é possível que algo tenha mudado no curso dos eventos, mas ao menos dá para ter uma ideia de que o grupo foi claramente criado com esse objetivo.


Outros aspectos levantados (são mais de 100, no total!) podem ser lidos na reportagem original. Para quem tem acompanhado o caso desde o início ou quer se inteirar agora, vale a pena dar uma olhada.

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