O melhor pedaço da Maçã.

Obsessão por segredos pode estar prejudicando o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial na Apple

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Cérebro de inteligência artificial

Não é novidade para ninguém que agora, mais do que nunca, a Apple está interessadíssima em desenvolver tecnologias próprias de inteligência artificial — as contratações de talentos da área e aquisições de diversas empresas especializadas não me deixam mentir. Obviamente, os frutos dessa empreitada são diversos e suculentos: com uma equipe forte de AI, a Maçã pode aprimorar serviços como a Siri, o Apple Music e os seus Mapas, trazer melhorias para seus diversos produtos e mesmo abrir caminho para novas categorias — alguém aí falou em sistema de direção autônoma?

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O fato é que a Maçã não está sozinha nessa corrida, muito pelo contrário: concorrentes como Microsoft, Google e Facebook já investem pesado em inteligência artificial há muito mais tempo que a turma de Tim Cook; até por isso, todas essas empresas estão razoavelmente à frente da Apple em uma série de quesitos relacionados ao assunto. Entretanto, uma razão para esse atraso da Apple, levantada recentemente pelo Wall Street Journal, não tem (quase) nada a ver com a competição.

De acordo com a reportagem [exclusiva para assinantes], a tradição da Apple de guardar todos os seus projetos e pesquisas sob um nível altíssimo de segredo pode ser a pedra amarrada ao tornozelo da empresa na eterna corrida em busca da inteligência artificial perfeita.

Isso porque desenvolver, digamos, um novo modelo de iPhone é muito diferente de realizar pesquisas relacionadas a qualquer campo científico, como é a inteligência artificial. No mundo acadêmico, novas descobertas são compartilhadas imediatamente com a comunidade em artigos científicos; cientistas e engenheiros de diferentes laboratórios ou universidades comunicam-se intensamente e continuamente entre si para colaborações ou auxílios e o conhecimento é tratado como um bem universal. A Apple, como bem sabemos, não funciona dessa forma.

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Aparentemente, os engenheiros, cientistas e executivos da Maçã estariam tendo dificuldade em adaptar-se a esse mundo mais aberto. Apenas para que se tenha uma ideia, este gráfico — horroroso — do WSJ mostra a quantidade de artigos científicos publicados por Google, Microsoft, Facebook e Apple em 2016 e 2017:

Artigos científicos publicados por Google, Microsoft, Facebook e Apple em 2016 e 2017

Enquanto a Microsoft dispara como líder absoluta do quesito e Google/Facebook disputam o segundo lugar, todos com centenas de documentos publicados, a Apple só produziu um artigo em 2016 e três neste ano, até agora. Bom, não deixa de ser uma evolução, não é mesmo?

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No fim das contas, apesar de tudo, a Apple parece estar se esforçando para adaptar-se a esse status quo — o blog sobre aprendizado de máquina (que, aliás, abriga alguns dos artigos contabilizados no gráfico acima) é um exemplo claro disso. Se é tarde demais para recuperar o tempo perdido, entretanto, isso só o tempo poderá dizer.

via The Next Web

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