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Apple amplia contratações na área de anúncios e gera suspeitas

Privacidade no iPhone

Há algumas semanas, a Apple abriu uma vaga para gerente de um setor relacionado à venda de anúncios publicitários. Além disso, o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, já afirmou haver um planejamento por parte da Maçã para exibir propagandas no app Mapas a partir de 2023. Agora, soma-se a isso um grande aumento no número de contratações para essa área, bem como a projeção de aumentos nos lucros advindos de publicidade.

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A empresa já tem cerca de 250 funcionários trabalhando com anúncios e — mesmo em meio a uma temporada de diminuição das vagas — está contratando mais 216. Com isso, estaria praticamente quadruplicando o quadro de pessoal da área, que era de 56 pessoas em 2020. De acordo com o Financial Times, a Apple afirmou que os números “não eram condizentes com a realidade”, mas não elaborou sobre o assunto.

E não são apenas as estatísticas de empregados que deverão aumentar. Como demonstrou Patrick McGee, autor do texto do FT, as projeções são de que a Apple lucrará US$30 bilhões com o mercado de anúncios em 2026. Hoje em dia, esse montante está em US$5 bilhões. Apesar de isso ser apenas uma fração do que, por exemplo, o Google lucra com publicidade (na ordem dos US$200 bilhões), ainda será um crescimento bastante notável.

Que tal isso para um gráfico? Os negócios de anúncios digitais da Apple estão previstos para crescer de cerca de US$1 bilhão em 2020 para cerca de US$30 bilhões em 2026. Via @EvercoreISI.
Do novo furo: Apple planeja dobrar sua força de trabalho de publicidade digital.

Uma questão importante a ser levantada aqui é que esse pode ser um sinal de um desvio da função original dos recursos de privacidade implementados com a Transparência do Rastreamento dos Apps (App Tracking Transparency, ou ATT). Ao coibir o rastreio dos usuários por parte de terceiros, como Google e Meta, a Apple — sob o verniz de proteger os usuários — pode estar simplesmente neutralizando a concorrência e se preparando para entrar de cabeça no mercado de anúncios.

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A gigante de Cupertino foi até mesmo chamada de ”maquiavélica” por David Steinberg, diretor da empresa de marketing em tecnologia Zeta Global. Para ele, a companhia estaria abraçando uma estratégia de adotar regras de privacidade que forçam concorrentes a refazerem suas infraestruturas ao mesmo tempo em que constrói a sua. Há, ainda, preocupações sobre até onde a Maçã poderia ir contra os próprios princípios de privacidade.

As vagas que a Apple oferece mencionam, ao menos oficialmente, um sistema de anúncios centrado em privacidade. Ao passo que, por exemplo, os apps nativos dos iPhones e iPads não exibem a opção de ”Pedir para Não Rastrear” — o que também motivou investigações antitruste, a fim de frear as possíveis intenções da Maçã. Por fim, e não menos importante, a reputação da empresa perante os consumidores também seria algo bastante delicado, já que ela se diz tão defensora da privacidade de seus usuários.

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