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Chefão diz que WhatsApp é mais seguro e privado que Telegram

Will Cathcart

A polêmica envolvendo os novos termos de privacidade do WhatsApp continua; enquanto isso, concorrentes como Telegram e Signal vão fazendo a festa e aumentando a sua base de usuários.

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Para tentar estancar esse problema, Will Cathcart, presidente do WhatsApp, deu uma entrevista à Folha1Matéria fechada para assinantes. (afinal, o Brasil é um dos principais mercados do mensageiro) tentando esclarecer alguns pontos — e aproveitou para enaltecer as características do WhatsApp frente aos concorrentes, é claro.

Para entender a explicação dele, contudo, é preciso resumir o que está mudando de fato no WhatsApp. O mensageiro — comprado pelo Facebook em 2014 — nunca foi lucrativo, o que explica essa mudança de agora. Uma das apostas para essa chave ser virada é a Business API2Application programming interface, ou interface de programação de aplicações., um serviço pago de gerenciamento e atendimento a clientes que o Facebook lançou em 2018 e oferece para grandes empresas.

Em 2021, o Facebook quer passar a oferecer serviços de hospedagem e gerenciamento dessas mensagens recebidas no WhatsApp (quando você conversa com uma conta comercial) para empresas, a fim de facilitar o gerenciamento de negócios delas. De quebra, elas poderão direcionarem anúncios para a plataforma do Facebook — o WhatsApp continuará sem anúncios, ao menos por enquanto — cruzando justamente os dados da rede social com os do mensageiro.

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Só que, para conseguir fazer isso, os termos e as políticas de privacidade do WhatsApp precisavam ser alterados. E aí começou a confusão, com muitos usuários saindo do mensageiro com medo de suas mensagens serem compartilhadas com o Facebook — fazendo inclusive o WhatsApp adiar a implementação desses novos termos para 15 de maio.

Segundo Cathcart, o Facebook não poderá ver as mensagens das pessoas e os usuários de WhatsApp não vão receber nenhum tipo de anúncio. Apenas os dados de mensagens trocadas em “canais” de grandes empresas, que usam a tal API do WhatsApp, é que poderão ser afetados. Contudo, essas conversas virão com aviso informativo; caso o usuário não concorde, é só não se comunicar com essas empresas.

Ele ainda deu mais detalhes informando que, desde 2016, o WhatsApp rastreia e compartilha apenas alguns poucos dados (como o horário de acesso ao app e o endereço de IP) com o Facebook principalmente para combater spam e violações (como o disparo de mensagens em massa), algo previsto no Marco Civil da Internet.

WhatsApp vs. Telegram/Signal

A entrevista em si repete tudo aquilo que já foi amplamente discutido em artigos passados por nós aqui no MacMagazine, com exceção de uma espetada de Cathcart nos serviços concorrentes.

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Após questionar o chefão do WhatsApp sobre a quantidade de usuários que o mensageiro perdeu nas últimas semanas — de acordo com a Sensor Tower, o número de downloads do WhatsApp caiu 17% na semana após o anúncio, enquanto os downloads do Signal cresceram 60 vezes e os do Telegram dobraram —, algo que não foi comentado por ele, a Folha questionou o que ele diria para uma pessoa que está indecisa sobre qual mensageiro (entre os três) usar. Eis a resposta:

Nosso histórico de privacidade é muito forte, todas as mensagens pessoais são criptografadas de ponta a ponta, nós não podemos vê-las. Nós lutamos muito por isso, inclusive em processos judiciais, alguns no Brasil, de gente que quer preservar seu direito à privacidade. O aplicativo é muito confiável, funciona em quase qualquer tipo de telefone, em qualquer conexão de internet.

O Telegram não tem criptografia de ponta a ponta, eles mantêm uma cópia das mensagens, o que é um problema real de privacidade e segurança. E muitas pessoas usam o Telegram mais como uma rede social, com grupos muito grandes, canais muito grandes, um local onde figuras públicas querem atingir seus seguidores.

[…] O WhatsApp é muito confiável (o Signal chegou a sair do ar neste mês), tem funcionalidades adicionais, como chamadas por vídeo. Nós mantemos um pouco mais de dados, mas são apenas os dados necessários para manter as pessoas seguras e combater violações como disparos em massa (metadados como endereço IP).

A entrevista cobre ainda assuntos como a falha na comunicação dessa mudança nos termos, o fato de líderes como o presidente Bolsonaro e outros estarem incentivando seus seguidores a utilizarem mensageiros como o Telegram, o combate à desinformação, o limite de 256 pessoas para grupos, entre outras coisas.

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Aos interessados, vale a pena conferir a entrevista.


Ícone do app WhatsApp Messenger
WhatsApp Messenger de WhatsApp Inc.
Compatível com MacsCompatível com iPhones
Versão 24.6.77 (214.7 MB)
Requer o iOS 12.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na Mac App Store Código QR Código QR

Ícone do app Telegram Messenger
Telegram Messenger de Telegram FZ-LLC
Compatível com iPadsCompatível com iPhones
Versão 10.9.2 (158.9 MB)
Requer o iOS 12.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na App Store Código QR Código QR

Ícone do app Signal - Messenger privado
Signal - Messenger privado de Signal Messenger, LLC
Compatível com iPadsCompatível com iPhones
Versão 7.4 (144.2 MB)
Requer o iOS 13.0 ou superior
GrátisBadge - Baixar na App Store Código QR Código QR

via Manual do Usuário

Notas de rodapé

  • 1
    Matéria fechada para assinantes.
  • 2
    Application programming interface, ou interface de programação de aplicações.

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