Após o anúncio, em março passado, de que abandonará os sistemas veiculares da Apple (CarPlay) e do Google (Android Auto) em seus veículos elétricos, a General Motors (GM), empresa-mãe da Chevrolet, recebeu uma enxurrada de críticas — mas isso não parece ter afetado a decisão da gigante.
Isso porque, recentemente, o chefe de produto de infoentretenimento da GM, Tim Babbitt, deu uma entrevista ao MotorTrend , Nela, o executivo tentou “justificar” a decisão.
De acordo com ele, os motoristas terão “menos probabilidade de pegar seus telefones” se seus carros não tiverem CarPlay ou Android Auto.
O CarPlay e o Android Auto apresentam problemas de estabilidade que se manifestam como conexões ruins, renderização deficiente, respostas lentas e conexões perdidas. E quando o CarPlay e o Android Auto têm problemas, os motoristas pegam seus telefones novamente, tirando os olhos da estrada e anulando totalmente o propósito desses programas de espelhamento de telefone.
Ainda segundo Babbitt, se os condutores executassem todas as ações por meio dos sistemas integrados do veículo, seria “menos provável” que eles pegassem nos seus smartphones e, assim, estariam mais seguros na direção.
Ele admitiu, entretanto, que a GM ainda não testou essa tese na prática, confessando que ela “tem potencial, se os clientes a aceitarem”.
Um detalhe é que os veículos não elétricos da montadora continuarão oferecendo suporte ao CarPlay e ao Android Auto até serem totalmente substituídos por uma frota 100% elétrica — o que poderá ocorrer até 2035.
Mudança também é financeira
Além do discurso altruísta, naturalmente a decisão GM possui razões financeiras — afinal, se não fosse para dar lucro, talvez a mudança nem aconteceria.
Ainda de acordo com o MotorTrend, a receita com a assinatura de serviços premium, além do acesso sem precedentes aos dados dos usuários, que podem ser monetizados, teriam impulsionado a mudança da GM.
As montadoras de veículos veem as assinaturas como uma nova e enorme fonte de renda a ser explorada, e só a GM espera ganhar até US$25 bilhões por ano apenas com as assinaturas até 2030.
Vale notar que o novo sistema veicular da GM — o qual foi criado em parceria com o Google e chegará com a Blazer EV — inclui oito anos de transferência de dados para executar softwares e serviços, como Google Maps e Google Assistente; depois disso, espera-se que os proprietários paguem por mais dados.
via MacRumors
