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Artigo de leitor: “É só um celular”

Steve Jobs abrindo a Macworld Expo 2011

por Paulo Tramarin

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Diante do iminente boom sobre o “Antennagate” — falha que derrubava o sinal 3G dependendo da posição da mão ao segurar o iPhone 4, lançado em 2010 —, parecia que Steve Jobs, então CEO da Apple, tinha respondido o email de um usuário enfurecido com a seguinte sentença: “Descanse, relaxe, curta sua família. É só um celular. Não vale a pena.” Hum… No fim das contas, um porta-voz da Apple negou que Steve tivesse dito aquilo. Porém, algo muito interessante me chamou a atenção naquela história.

Quando você é um típico usuário de PC, para dar um exemplo claro, um notebook é só um notebook; um smartphone é só um smartphone. Não há magia, não há conexão entre o dispositivo e o usuário. Porém, um dos “segredos” da Apple é a atribuição de emoções para os dispositivos. Quando fazemos a transição Microsoft » Apple, notamos que essa técnica de atribuir emoções gera um ambiente sem arestas, acolhedor e intuitivo; único! Porque você se importa, e os criadores daquela atmosfera também se importam. Quando você ama o que faz, o faz com maior dedicação. É simples assim.

Por outro lado, essa “devoção” é absolutamente viciante; também podendo nos confortar intensamente. Se você mergulha no mundo Apple, psicológica e financeiramente, começa a sentir que sua nave-mãe segue praticamente paralela ao restante do planeta. Mas cuidado! Seu fascínio desmedido uma hora lhe constrange. O excesso da mesma fórmula pode destruir laços, acredite. O fanatismo é sempre algo muito perigoso e o ambiente Apple está altamente propício a essa experiência. Jobs era um gênio e não há quem tenha moral para dizer o contrário. A Apple é uma empresa líder em tecnologia e artes, imbatível, e ponto.

Steve Jobs abrindo a Macworld Expo 2011

É difícil de admitir, mas a legião Apple está bem fortificada a partir do marketing. Marketing não é filosofia de vida, okay? É praticamente uma técnica de venda. A Apple tem muito mais para oferecer do que meros produtos. Ela tem cultura. Não é o alumínio anodizado que nos comove, é a intenção de trazer à vida um produto ainda mais leve e resistente, ecologicamente correto, a ponto de inovar desde a cadeia de suprimentos até a experiência do usuário final. Chega de plástico, plástico, plástico. Que tal titânio? Alumínio, vidro? Não são as vendas astronômicas do iPad que impressionam. É a quantidade de oportunidades que uma tabuinha pode proporcionar: ler, ouvir, assistir, escrever, jogar, criar, imaginar. Tudo sem fio, sem modo certo ou errado de usar.

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Seu trabalho tem que ser o diferencial, não o dispositivo que você utilizou. As pirâmides são maravilhas do mundo e até hoje não sabemos de sua construção. Sua pirâmide tem de ser para sempre, seu arquivo de texto, seu gráfico, suas fotografias. Não Pages, Excel ou Lightroom. Claro, você deve escolher um ambiente agradável e que acompanhe sua produtividade com maior organização e foco.

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Seu iPhone não é seu amigo, ele é seu canivete suíço.

Não podemos perder o controle, deixar nosso ídolo nos manipular sem nossa permissão. Nossas lições estão acima de toda essa poeira levantada. Entreguemo-nos ao que realmente amamos, sigamos nossa intuição. Trabalhemos duro para conquistar nossos parceiros e amigos. Orgulhemo-nos de cada dia vivido. E, para mim, o principal: construamos para os outros aquilo que eles amarão usar, como se fosse para nós mesmos. Isso tudo também é Apple.

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