Talvez a Apple não esteja contente apenas com o fim da Psystar e queira mais pressão da justiça, mas a sua última ação judicial contra a fabricante de clones, feita na última semana, foi uma acusação séria de que ela estaria se aproveitando do seu processo da falência para se livrar temporariamente de outros litígios e assim continuar vendendo computadores com o Mac OS X instalado de forma ilegal. De fato, o site da pequena empresa ainda está de pé e anunciando produtos, como se nunca tivesse pedido falência.
Nos documentos apresentados à justiça, a Apple traça um paralelo da Psystar com o caso do SCO group, uma software house conhecida por se utilizar de processos judiciais contra empresas dependentes de sistemas baseados em UNIX (categoria em que se inclui a Apple, com o Mac OS X) para ganhar mercado. Quando perdeu um processo para a Novell em 2007 e viu que seria forçada a pagar uma multa milionária, ela conseguiu ganhar mais tempo ao se esconder por trás de um processo de concordata. Conhecendo histórias como essa, a Maçã aparenta estar bem preparada para acelerar ainda mais o declínio permanente da Psystar.
Dentre as suas acusações apresentadas nesta ação, a Apple alega que, ao prosseguir com a sua concordata, a fabricante de clones está evitando o maior dos problemas, ou seja, ela foge da acusação anterior de ter violado acordos de licenciamento de software dos quais chegou a questionar a existência, o que pesou muito contra ela nas últimas decisões na justiça. Fugindo de tudo isso com o processo de falência, ela poderá estar livre no final de toda essa novela para reativar seus negócios de forma alternativa — mudando sua razão social e nome fantasia, por exemplo.
Nenhuma das empresas comentou sobre o assunto, mas é fato que a Psystar não tem mais como fugir da Apple. Nos últimos documentos apresentados à justiça, foi constatado que US$75 mil da sua dívida pertencem à Apple, algo que supostamente está relacionado com compra de cópias do Mac OS X.