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Foto de David Dias na Unsplash
Apple Watch Ultra

Um breve relato de um corredor com o Apple Watch Ultra

Autor(a) convidado(a)

Rogério Vieira

É de São Bernardo do Campo (SP), tem mais de 30 anos na carreira de TI e atua como consultor em grandes empresas. É fã da Apple desde sempre, patrão do MacMagazine, já participou de um MM Tour (quinta edição) e, como dá para imaginar, é corredor amador.

Gostaria de compartilhar a minha experiência com os leitores do MacMagazine, principalmente com os corredores que têm dúvidas sobre a substituição de um monitor cardíaco por um Apple Watch.

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Sou corredor há 23 anos e um apaixonado pela Apple. Desde o lançamento do Apple Watch, tentei, em quase todas as suas versões, usá-lo nos meus treinos e corridas. Porém, o resultado sempre foi, até então, frustrante.

Nestes anos de corrida, fiz maratonas, quase uma centena de meias maratonas e incontáveis corridas de 5K e 10K — dentro e fora do Brasil. Por trás dessas corridas, sempre muitos treinos. O meu companheiro para esses momentos, na grande maioria das vezes, foi um Garmin — em outras, um Polar. Como se tratam de monitores cardíacos especialmente desenvolvidos para fins esportivos, tudo o que um corredor ou multiesportista (como um triatleta) precisa, com certeza absoluta, temos neles. Assim, ao longo dos anos, eles se tornaram uma referência para nós, corredores.

Estou contando tudo isto para deixar claro que a troca por outro tipo de relógio que monitora uma corrida se torna bem difícil diante dessas marcas. Mas vamos ao que interessa: durante esses anos, eu procurava ter apenas um smartwatch no pulso, capaz de usá-lo no meu dia a dia bem como nos meus treinos — pois, sempre que precisava treinar ou correr, andava com o meu Garmin apenas para esse fim. Muitas vezes, em dias de treinos, já saía de casa vestindo o Garmin — deixando o Apple Watch para trás.

E comprei um Apple Watch Ultra

Quando a Apple lançou o Apple Watch Ultra e atualizou o sistema para o watchOS 9, minha percepção mudou. Realmente ficou claro que a Apple — finalmente — olhou para nós, corredores, com recursos e medições melhoradas no sistema, um relógio com visor maior e um botão lateral que faz toda a diferença (explicarei mais à frente).

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Mesmo assim, relutei na compra. Primeiro, pelo óbvio: preço elevado. Segundo, pelo medo de ser mais uma proposta comercial e não técnica. Mas uma coisa me chamou atenção, quando ainda estava com o meu Apple Watch Series 7: a atualização para o watchOS 9 trouxe as melhorias que eu tanto esperava, e pude “testar” essa versão na prática em alguns treinos e corridas. Novas métricas apareceram e outras melhoraram, como cadência, tempo de contato no solo, entre outras tão triviais nos monitores cardíacos — bem como a possibilidade de efetuar treinos intervalados (os ditos “tiros”) tão aguardados pelos corredores.

Assim sendo, mesmo com a tela do Series 7 nos seus 45mm, eu achava pequena e decidi investir num Apple Watch Ultra.

Os prós do Apple Watch Ultra  

Há mais de 60 dias, eu estou usando o Ultra nos meus treinos e corridas, e tenho que confessar que não sinto mais falta do meu Garmin, por incrível que pareça. Quero salientar que sempre usei um Garmin intermediário e atualizado — até então, estava com o Forerunner 255, recém-lançado, com tela de 46mm.

Garmin Forerunner 255

A tela do Ultra é grande e muito nítida, graças ao brilho e à sua ótima qualidade. Devo salientar que, no Garmin, embora seja colorida, a tela tem baixa resolução. Isso quer dizer que, na penumbra do amanhecer ou quando o dia está escurecendo, a visão da tela fica um pouco dificultada. Particularmente nesse quesito, tenho hipermetropia de 2,5 graus e esse ponto em especial foi determinante para a minha troca definitiva de relógio.

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Outro ponto positivo importantíssimo é o fato de que todo o ecossistema está integrado, usando ou não o iPhone, e isso facilita demais a vida. Uso o Ultra como celular, assim não preciso correr com o telefone junto, posso ouvir podcasts e músicas no Apple Music diretamente com os AirPods Pro, recebo mensagens (SMS e iMessage, WhatsApp, etc.), entre outras vantagens — coisas que nenhum monitor cardíaco oferece.

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O GPS de dupla frequência é um grande diferencial. A precisão é incrível, bem melhor que a dos monitores cardíacos — até mesmo se comparada à da Garmin, que fabrica aparelhos para controles de navegação e aviação muito precisos. Na figura abaixo, em voltas repetidas, ele consegue mostrar e distinguir distâncias menores que 1 metro.

É bom lembrar que muita coisa que eu citei acima se pode ter inclusive num Apple Watch mais antigo, desde que ele esteja atualizado para o watchOS 9.

Porém, a cereja do bolo para um corredor é o novo botão lateral, que nos dá uma autonomia de uso muito boa. Se você configurá-lo para pausar uma corrida, por exemplo (quando você se encontra no meio de uma corrida mais longa e precisar dar uma parada), se torna impraticável sem um botão físico pois a tela sensível ao toque não funciona. Digo isso não no sentido técnico, mas no prático, pois na mecânica natural de uma corrida (com o movimento dos braços) se perde muito tempo movendo as coisas na tela com os dedos — tocar exatamente naquele ponto da tela faz você perder seu ritmo e a sua concentração. Agora, no pressionar de um botão, imediatamente você executa essa função — sem contar em dias de chuva. Lembro que isso sempre existiu em monitores cardíacos como Garmin, Polar e outros.

Para concluir essa parte, o fato de terminar um treino ou corrida e instantaneamente já estar disponível no app é muito legal — diferentemente dos monitores, que preciso eu sincronizar e perder um tempo com isso.

O que ainda não está legal…

Poderia dizer, logo de cara, que o maior ponto negativo de qualquer Apple Watch — mesmo o Ultra — é a tão famigerada duração da bateria. Porém, para um corredor de treinos e até de maratonas (e como eu, um “pangaré” que leva quase quatro horas para concluir uma), ainda sim sobra muita bateria. No meu caso, diariamente, quando vou dormir, deixo o relógio carregando no dock. Por isso, sempre tenho o máximo de carga de bateria durante o dia, mesmo quando emendo treinos.

Mas a Apple ainda tem que evoluir nisso e em alguns outros alguns pontos. Um deles, que não chega a atrapalhar pois você se acostuma, é o fato de a tela que mostra as métricas durante seu exercício não possui adaptação de tamanho de fonte, ou seja, mesmo aumentando a fonte na parte de acessibilidade do relógio, a tela de métricas permanece inalterada — ainda que usando poucas métricas configuradas.

Ainda nesse ponto, é muito ruim se acostumar com as métricas em linhas, uma abaixo da outra, pois numa corrida você precisa bater o olho em pouquíssimos segundos na tela e já captar todas as informações ou uma em especial — e quando todas estão em linhas assim, isso atrapalha e faz você perder a concentração. Na maioria dos monitores cardíacos de mercado, você personaliza a tela — não somente o que deseja ver, mas em quadrantes, com dois, três e até quatro na mesma tela. Assim, batendo o olho (esquerda, direita, baixo ou acima), rapidamente você identifica a sua métrica.

Conclusão

Parece óbvia, né? Com certeza valeu a pena o investimento — até porque, antes eu tinha dois dispositivos e agora tenho um só. E, com a venda do Garmin e do Apple Watch Series 7 (mesmo que usados), consegui pagar o Ultra.

Se você não puder ou não quer ter um Ultra, a atualização do watchOS 9 já resolve muita coisa e lhe coloca num patamar acima para usar o Apple Watch no seus treinos e corridas. Mas, se puder investir num Ultra, faça-o sem medo de ser feliz!


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Preço parcelado: a partir de R$9.699,00 em até 12x
Pulseiras: loop Alpina, loop Trail ou Oceano

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