O melhor pedaço da Maçã.

Confira mais detalhes interessantíssimos do livro “Becoming Steve Jobs”, já à venda

Brent Schlender, Bill Gates e Steve Jobs

E não param de surgir informações/detalhes do novo livro sobre a vida de Steve Jobs — para quem ainda não viu, eis o que já falamos dele. Se você não liga para spoilers e quer saber ainda mais detalhes sobre o livro escrito pela dupla Rick Tetzeli (editor-executivo da Fast Company) e Brent Schlender (que entrevistou Jobs diversas vezes nos seus 25 anos cobrindo o Vale do Silício), confira abaixo. 🙂

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Jony Ive com medo de ser demitido

Quando voltou à Apple na década de 1990, Jobs tinha em mente fazer uma limpa tanto na linha de produtos da empresa quanto, é claro, nas pessoas que lá estavam — afinal, ele precisava montar uma equipe de confiança. Quando Jobs entrou no laboratório de design, Jony Ive (hoje chefão da Apple) pensou que seria demitido ali, na hora.

Jony Ive

Isso porque Jobs começou a falar sobre uma possível volta de Harmut Esslinger (fundador da Frog Design, que criou o primeiro Mac). Ive achava mesmo que merecia ser demitido já que, na época, os produtos criados e comercializados pela Maçã não eram lá grandes coisas. Felizmente, a história foi diferente.

Eu gostei dele de imediato. E eu poderia dizer depois da primeira reunião que [o ex-CEO da Apple, Gil Amelio] desperdiçou seu talento.

Steve Jobs.

CEO da Disney foi o primeiro o saber da volta do câncer

Faltando 30 minutos para o anúncio da aquisição bilionária da Pixar pela Disney, Jobs sentou para conversar com Bob Iger (CEO da Disney) e contou para ele que seu câncer havia voltado. Com exceção do médico e da esposa de Jobs (Laurene Powell Jobs), Iger passou a ser o único que sabia daquilo.

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Isso, é claro, deixou o CEO da Disney numa grande saia justa, já que Jobs compartilhou a informação para que ele tomasse ali, na hora, uma decisão se levaria ou não o negócio à frente. Iger guardou consigo o segredo (na verdade compartilhou apenas com o vice-presidente/conselheiro geral da Disney, Alan Braverman).

Bob Iger e Steve Jobs

Jobs disse que havia feito uma promessa para ele mesmo de que estaria vivo para ver a formatura (do Ensino Médio) de seu filho mais novo, Reed. Isso iria acontecer quatro anos depois da conversa e, apesar de Jobs ter sobrevivido até lá, médicos disseram que suas chances eram de 50%.

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A relação de Jobs e Iger era realmente de confiança e respeito. Jobs já havia falado para Laurene que adorava Iger e que poderia confiar nele; por outro lado Iger recusou fazer parte do conselho de administração do Google pois sabia que Jobs não ia gostar da ideia e que possivelmente isso atrapalharia a relação deles.

Rompimento de relações

Quando Jon Rubinstein (na época, um dos principais executivos da Apple — que estava lá desde o retorno de Jobs à empresa na década de 1990) deixou a Maçã para trabalhar na Palm, Jobs ficou furioso. Ao receber um email de Rubinstein informando que ele estava indo para a Palm, o ex-CEO da Apple ligou rapidamente para ele a fim de entender isso tudo.

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Ele não conseguia entender, disse Rubinstein a Schlender e Tetzeli. “Ele disse, ‘Você tem muito dinheiro, por que está indo para a Palm?’ Eu respondi algo assim: ‘Steve, o que você está falando? Você tem muito, mas muito mais dinheiro que eu e está me perguntando isso? Você está brincando?'”

Para Jobs, aquilo foi uma grande traição e, por conta disso, os dois nunca mais se falaram.

Tim Cook, John Lasseter e o número de Jobs no iPhone

No aniversário de 50 anos de Laurene (novembro de 2013), John Lasseter (grande amigo de Jobs e *o cara* da Pixar) e Tim Cook acabaram chegando um pouco mais cedo do que outros convidados. Lasseter então perguntou para Cook se ele sentia muita falta de Jobs, afirmando em seguida que ele próprio sentia muita saudade do amigo, mostrando que o contato de Jobs ainda estava marcado como favorito em seu iPhone. Cook então puxou o iPhone dele e mostrou que Jobs também estava lá — ambos concordam que era muito difícil “se livrar” do número de Jobs.

É engraçado, há um pequeno clube — eu acho que é a melhor maneira de descrevê-lo. Pessoas como Jony, Tim e eu mesmo, que estavam muito perto de Steve até o fim. E ninguém entende o quanto sentimos a falta dele.

Participação da Apple no livro

Não é novidade para ninguém que acompanha o mundo Apple o descontentamento de Ive, de Cook, de Eddy Cue e outros amigos próximos de Jobs com o que já foi escrito anteriormente sobre o falecido cofundador e ex-CEO da Apple. A biografia autorizada, escrita por Walter Isaacson, é o maior exponente disso.

Estou muito decepcionado com [o documentário] “Steve Jobs: The Man in the Machine”.
Uma visão errada e mesquinha do meu amigo. Não é um reflexo do Steve que eu conhecia.

A melhor retrato [de Jobs] está prestes a ser lançado — “Becoming Steve Jobs” (o livro). Bem feito, e o primeiro a acertar.

Todos concordam que Isaacson explorou muito mal a personalidade de Jobs o livro, focando simplesmente em algumas caraterísticas não muito elogiáveis dele e “esquecendo” seu lado mais humano. Por conta disso, para não deixar o legado de Jobs “manchado”, a empresa se viu obrigada a interceder e, de alguma forma, ajudar os autores Tetzeli e Schlender.

Mas não pense que isso foi fácil. De acordo com o NYTimes.com, os autores entraram em contato com a Apple em 2012 para tentar entrevistar os executivos/amigos de Jobs — pedido este, negado. Foram precisos cerca de 18 meses de insistência para que o pessoal da Maçã mudasse de ideia e aceitasse participar do projeto.

“Becoming Steve Jobs”, por @brentschlender e @tetzeli, acaba com os mito e o estereótipo de Steve Jobs.

Eis a declaração de Steve Dowling, porta-voz da Apple:

Depois de um longo período de reflexão após a morte de Steve, sentimos um senso de responsabilidade para falar mais sobre o que sabíamos de Steve. Decidimos participar do livro de Brent e Rick por conta do longo relacionamento de Brent com Steve, o que lhe deu uma perspectiva única sobre a vida dele. O livro capta Steve melhor do que qualquer outra coisa que já vimos, e estamos felizes por ter decidido participar.

Jobs e a tecnologia multi-touch

Que Jobs era visionário, isso já sabemos. Mas ele quase deixou passar uma oportunidade que transformou a Apple e o mercado de smartphones/tablets: a tecnologia multi-touch. O até então CEO da Maçã não havia enxergado nenhum valor na tecnologia — o convencimento então ficou por conta de Ive e outros empregados-chave da empresa.

iPad Air 2

Em 2004, depois de meses trabalhando em um protótipo de tela multi-touch, Christie e Bas Ording demonstraram a tecnologia para Jobs e alguns outros executivos. Apesar de estar animado pela ideia de criar um tablet (para quem não sabe, o conceito do iPad nasceu antes do iPhone, porém Jobs parou o desenvolvimento do tablet para focar no smartphone), Jobs não gostou do que viu.

Eu fiquei tão surpreso, porque eu estava muito animado sobre isso… [mas Steve] ficou completamente desapontado. Ele não enxergou valor na ideia ali. E eu me senti realmente estúpido porque eu percebi que aquilo era grandioso. Eu disse, “Bem, por exemplo, imagine a traseira de uma câmera digital. Por que ela tem uma tela pequena e todos esses botões? Por que não poderia ser tudo um display?” Essa foi a primeira aplicação que eu conseguia pensar no local, que é um grande exemplo de quão cedo tudo aconteceu. Ainda assim, ele desdenhou bem de tudo.

Agora imagine como a história seria diferente se Jobs tivesse batido o pé e negado a adoção da tecnologia. 😛

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O livro “Becoming Steve Jobs” já está à venda nos Estados Unidos e em lojas de livros digitais como a iBooks Store e a Kindle Store.


Livro "Becoming Steve Jobs"

“Becoming Steve Jobs”

Preço: US$ 15
Compatibilidade: iPads, iPhones, iPods touch e Macs
Req. mínimos (iGadgets): iBooks 1.3.1 e iOS 4.3.3
Req. mínimos (Macs): iBooks 1.0 e OS X 10.9
Escritores: Brent Schlender e Rick Tetzeli
Categoria: biografias e memórias
Editora: The Crown Publishing Group
Páginas: 464
Idioma: inglês

Badge - Baixar no iBooks

[via Fast Company: 1, 2; Business Insider: 1, 2; 9to5Mac, Cult of Mac]

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