Quando a Apple afirmou que removeria, na União Europeia, o suporte a web apps nos iPhones em resposta à Lei dos Mercados Digitais (Digital Markets Act, ou DMA), algumas pessoas levantaram a possibilidade de essa mudança (esperada para o iOS 17.4) provocar ainda mais a ira dos reguladores do bloco — afinal, estamos falando de um recurso que afeta diretamente o funcionamento de alguns sites no continente.
Pois bem, dito e feito: segundo informações do Financial Times, a UE começou a enviar perguntas para desenvolvedores na semana passada com o objetivo de avaliar o impacto dessa iniciativa nos chamados Progressive Web Apps (PWAs). Esse movimento, ressaltou o veículo, é visto como preparação para uma possível investigação.
A Apple, vale lembrar, argumenta que desativar o suporte aos web apps na UE irá proteger os usuários, visto que, com o fim da obrigatoriedade do WebKit no bloco, web apps criados com navegadores alternativos não precisarão passar pelos mesmos recursos de segurança do que aqueles criados pelo Safari. Críticos dessa medida, por sua vez, argumentam que essa decisão é só mais uma manobra da Maçã para impedir que desenvolvedores deixem de pagar a famosa comissão de 30% da App Store.
Perguntada pelo FT, a Comissão Europeia confirmou o envio das perguntas e disse que continuará a monitorar o cumprimento das regras da DMA por todas as empresas denominadas gatekeepers, incluindo a Apple. A Maçã, por sua vez, se recusou a comentar o assunto diretamente, mas reforçou que poucos usuários deverão ser afetados por essa medida e se desculpou pelo transtorno causado.
As regras da DMA, vale lembrar, passarão a valer em 6 de março. Caso a UE conclua que a remoção dos web apps vai contra as leis do bloco, uma investigação formal poderá ser estabelecida após essa data.
