Mais uma derrota para a Qualcomm. Hoje, a Comissão Europeia aplicou uma multa de €997 milhões (~R$3,9 bilhões) após terminar uma investigação que começou em 2015. Segundo os reguladores antitruste europeus, a Qualcomm pagou bilhões para que a Apple não utilizasse chips de empresas concorrentes, como os da Intel.
De acordo com a comissão, a investigação abrangeu o período de 2011 a 2016 (o primeiro contrato entre Qualcomm e Apple nesses termos aconteceu em 2011, sendo renovado em 2013 até 2016) e levou em conta a total dominância do mercado de chipsets de banda larga LTE pela Qualcomm.
“A Qualcomm pagou bilhões de dólares a um cliente-chave, a Apple, para que ela não comprasse dos rivais. Esses pagamentos não eram apenas reduções de preço — eles foram feitos com a condição de a Apple usar exclusivamente os chipsets de baseband da Qualcomm em todos os seus iPhones e iPads”, disse a comissária de concorrência europeia Margrethe Vestager, em um comunicado. “Isso significava que nenhum rival poderia efetivamente desafiar a Qualcomm nesse mercado, independentemente de seus produtos serem bons. O comportamento da Qualcomm negou aos consumidores e a outras empresas mais opções e inovações — e isso em um setor com grande demanda e potencial para tecnologias inovadoras. Isso é ilegal de acordo com as regras antitruste da UE e o motivo de tomarmos a decisão de hoje”, completou Vestager.
Para termos uma ideia, o valor da multa representa 4,9% do volume de negócios da Qualcomm em 2017 — obviamente a empresa ainda poderá recorrer e, esse montante, vir a ser alterado.
Ainda segundo Vestager, não haverá repercussões para a Apple neste caso — o que eu achei um tanto estranho, já que a Apple aparentemente aceitou essa condição de receber o dinheiro e não utilizar chips da concorrência, o que a colocaria numa posição um tanto polêmica.
Vale notar que, apesar de parecer, essa multa aplicada pela Comissão Europeia não tem nada a ver com o caso Apple vs. Qualcomm amplamente divulgado aqui no MacMagazine. Neste, a Maçã acusa a fabricantes de chips de cobrar royalties altos e injustos.
via Reuters, The Next Web