A briga entre músicos e serviços de streaming de música, como o Apple Music, não é nada nova. Artistas reclamam há bastante tempo de ganhar pouco das empresas, apesar de suas músicas contarem com um número alto de reproduções. E essa novela ganhou agora mais um capítulo no Reino Unido.
De acordo com o Financial Times, a Autoridade de Competição e Mercados (Competition and Markets Authority, ou CMA) do país constatou que o fato de os músicos receberem pouco não tem relação com a questão concorrencial. Para o órgão, essa problemática deve ser tratada por outras instituições, como o Departamento de Cultura, Mídia, Digital e Esportes do Reino Unido.
Um relatório da CMA afirmou que, na verdade, os consumidores se beneficiaram da maior competição promovida pelos serviços de streaming. Entre 2009 e 2021, os preços médios pagos pelos clientes caiu 20%, o que mostra que não há problema algum nesse âmbito.
Em relação aos artistas, a CMA destacou que houve também um aumento na competitividade entre eles, já que o número de artistas nos streamings foi de 200 mil em 2014 para o dobro (400 mil) em 2020. O problema está na distribuição da receita entre essa multitude de músicos: os 0,4% maiores artistas têm 60% das reproduções.
Dessa forma, muitos músicos reclamam por não receberem uma quantia que consideram justa por seu trabalho. Apesar de, no Reino Unido, 12 milhões de reproduções equivalerem a £12 mil (cerca de R$76 mil), menos de 1% do artistas atingem esse número, dificultando suas vidas.
Além disso, para a CMA, as gravadoras — outra parte com quem os artistas têm costumeiras discordâncias — tampouco estão acumulando lucros excessivos que poderiam ser compartilhados com os artistas, assim como os serviços de streaming. As taxas de royalties pagas aos cantores pelos selos fonográficos subiram de 19,7% em 2012 para 23,3% em 2021. Os compositores foram ainda mais beneficiados, com uma subida de 8% para 15%.
Assim sendo, a conclusão da CMA é que esse problema não é da competência do órgão. Isto é, por mais que haja questões relacionadas ao valor destinado aos artistas, não foram identificados problemas com relação à concorrência nos serviços de streaming. A recomendação foi que o parlamento e outros formuladores de políticas públicas se debrucem sobre o tema.
As margens de lucro nesse mercado são bastante estreitas, tendo em vista que os valores das assinaturas são baixos, muito menores do que comprar CDs individualmente, por exemplo. Apesar de a Apple não divulgar os números financeiros do Apple Music, entende-se que o seu foco é a consolidação do ecossistema da empresa, e não aumentar o lucro da companhia.
No ano passado, a Maçã enviou uma carta a músicos explicando que paga US$0,01 por reprodução de música às gravadoras, bem como que repassa 52% do valor das assinaturas para os selos fonográficos, os quais pagam aos artistas. No Reino Unido, o Apple Music corresponde a apenas 20% do mercado de streamings de música, contra 60% do Spotify e 30% da Amazon.
O Apple Music conta com um catálogo de mais de 100 milhões de músicas e 30 mil playlists — muitas delas com suporte a Áudio Espacial (Dolby Atmos) e em altíssima definição, com áudio Lossless. Para quem ama música clássica, há um app dedicado com mais de 5 milhões de faixas, tudo em uma interface simplificada! No Brasil, são três tipos de assinatura: Universitária (R$11,90/mês), Individual (R$21,90/mês) e Familiar (R$34,90/mês). Caso você não seja um assinante, pode testar o serviço de forma gratuita por um mês. Ele também faz parte do pacote de assinaturas da empresa, o Apple One.
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via AppleInsider
