O CEO1Chief executive officer, ou diretor executivo. da Epic Games, Tim Sweeney, anunciou uma série de novidades da empresa na Game Developers Conference (GDC) 2023. Um dos assuntos de maior destaque foi o metaverso e, naturalmente, o executivo não podia deixar de citar a Apple.
Ao GamesIndustry.biz, Sweeney disse que o metaverso mostra-se como algo “viável” hoje em dia, em razão da maior base de usuários existente. Segundo o executivo, se antes não havia jogos que fariam sentido nessa plataforma, agora até Fortnite tem aplicabilidade à plataforma, já que tem um enorme número de jogadores.
Nesse sentido, com muitas pessoas usando, o metaverso tem o potencial de se tornar algo mais atrativo. Importaria, ainda, compartilhar esse ciberespaço com amigos: Sweeney ressaltou que não se trata da mesma realidade de jogos online, em que se joga com pessoas desconhecidas, mas sim de fazer com que pessoas conhecidas compartilhem momentos.
Um ponto de bastante foco dado pelo executivo foi a necessidade de o metaverso ser construído a partir de sistemas interoperáveis e abertos. Ele comparou a plataforma às bases de sites da internet, que precisam usar protocolos os quais seguem um padrão mínimo para que a rede funcione.
Sweeney lembrou que a indústria de games é perfeita para a construção de sistemas abertos, já que não haveria uma companhia predominante que pode ditar os termos. Assim, a partir da definição de padrões comuns, haveria uma competição justa entre os players, atraindo usuários para jogar no ambiente.
Ele, porém, nomeou taxativamente a empresa que representa obstáculos a essa visão: a Apple.
Ou eles tentarão acabar com o metaverso, ou tentarão extrair todo o lucro dele. Ou um ou outro. A Apple não deixa você usar um motor de navegador concorrente, então podem fazer o mesmo com o metaverso, dizendo “você precisa usar o motor do metaverso limitado da Apple, não pode fazer o seu próprio, não pode usar o Unreal”. Eles podem apenas mudar as regras da plataforma para matar tudo o que todos estiverem fazendo e é por isso que realmente precisamos de leis antitruste robustas.
Sweeney não só aproveitou para reforçar sua campanha por leis antitruste mais severas — na esteira da disputa com a Maçã por causa da comissão cobrada pela App Store —, como também retomou argumentos no sentido de que a gigante de Cupertino usaria a sua dominância no mercado para praticar concorrência desleal. Seria necessário, então, impedir que isso fosse feito na esfera do metaverso.
Além dessas questões, ele afirmou que, na atualidade, os equipamentos necessários para fazer parte dessa realidade são mais disseminados. O metaverso também seria atrativo por aproximar mais as pessoas, de modo a fazer com que a experiência de jogos seja potencializada. Em contrapartida, a Epic não teria se interessado por outras inovações, como o blockchain.
Não haveria, ainda, os incômodos que são encontrados em redes sociais, por exemplo, com a grande explosão de diferentes temas, de forma a se concentrar na esfera do jogo. Ao The Verge, ele também lembrou que as redes são “assíncronas e impessoais”, algo que poderia ser evitado com a maior interatividade da nova plataforma.
De acordo com algumas especulações, é possível que Sweeney não esteja totalmente errado. O jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, disse que a Apple estaria buscando criar um metaverso próprio. Saberemos mais sobre isso quando o especulado headset de realidade virtual/aumentada finalmente for confirmado, supostamente ainda neste ano.
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Notas de rodapé
- 1Chief executive officer, ou diretor executivo.
