Enquanto vivemos sonhando com a primeira Apple Retail Store brasileira, a Austrália caminha para a sua quinta, apesar de protestos locais. A cidade de Melbourne deverá receber, até 2012, uma nova loja que fará parte do Emporium Melbourne, um shopping center com 240 lojas.
Os protestos tiveram início logo após a liberação do governo local para a demolição do prédio Lonsdale House, que é provavelmente o maior marco arquitetônico Art Déco ainda de pé na cidade. Parte dos artistas e personalidades ligadas a arquitetura acreditam que a Apple irá rejuvenescer o local, mas parte deles afirma que substituir um ícone por um monte de vidro e alumínio é uma afronta total.
Diversos projetos foram estudados para que a loja estivesse à altura do prédio que iria demolir e, antes de bater o martelo, a Apple procurou por outros locais — segundo informa Darren Steinberg, responsável pelo desenvolvimento do Emporium Melbourne. Steinberg confirma que a sua companhia teve longas conversas com a firma de Cupertino para encontrar o espaço adequado.
Robin Grow, presidente da Art Deco & Modernism Society, é veementemente contra a construção da loja e acredita que a herança cultural da cidade precisa ser preservada. Embora o conselho municipal que protege o patrimônio cultural não liste o Lonsdale House como herança, Grow deu início à campanha “Save Lonsdale House” e planeja interromper a demolição do prédio.
Revendedores independentes também têm criticado a instalação da loja na região, pois, segundo eles, lojas oficiais costumam atrair toda a atenção dos consumidores para si e concentrar todas as vendas. A NextByte, maior cadeia australiana, precisou fechar sua unidade na Pitt Street após a abertura da primeira Apple Retail Store na George Street.
Uma das âncoras do shopping, ela deverá trazer um design similar ao da primeira unidade instalada na Austrália e contará com diversos andares, em teoria fazendo parte do projeto de expansão do novo estilo definido para a rede.
O debate em relação à demolição do Lonsdale House remete à situação vivenciada pelo próprio Steve Jobs e a sua mansão em Woodside, na Califórnia. Jobs esperou oito anos até obter uma permissão que o deixasse “demolir” a construção histórica.
[Via: 9 to 5 Mac.]