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Foi dada a largada na temporada de premiações — e “Killers of the Flower Moon” saiu na frente

"Killers of the Flower Moon"

Na última quinta-feira (30/11), a Associação de Críticos de Nova York (New York Film Critics Circle, ou NYFCC) anunciou os seus prêmios referentes ao ano de 2023, e o Apple TV+ saiu por cima da carne seca: “Killers of the Flower Moon” (“Assassinos da Lua das Flores”), de Martin Scorsese, levou para Cupertino o prêmio de Melhor Filme, enquanto Lily Gladstone faturou o prêmio de Melhor Atriz.

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A princípio, a notícia pode não parecer tão notável assim. Mas olhe de novo e você perceberá: os prêmios do NYFCC são os primeiros troféus a serem entregues na temporada de premiações — e, portanto, o primeiro termômetro da almejadíssima estatueta dourada do Oscar, que em 2024 será entregue no dia 10 de março.

Além disso, o NYFCC faz parte das chamadas “quatro grandes” premiações da crítica dos Estados Unidos — além dele, temos ainda a Associação dos Críticos de Cinema de Los Angeles (LAFCA), o National Board of Review e a Sociedade Nacional de Críticos de Cinema (NFSC). Todos revelarão seus escolhidos de 2023 nas próximas semanas, mas neste ano os críticos de Nova York tomaram a dianteira.

Ter uma boa largada na temporada de premiações é importante porque, como qualquer agente de marketing hollywoodiano já está careca de saber, os próximos meses são uma verdadeira maratona: mais do que o próprio mérito artístico, o importante é manter o filme na boca do povo e não deixar que nenhuma crise se instale nos seus arredores (ver: a polêmica prótese de nariz usada por Bradley Cooper em “Maestro”, que basicamente derrubou o favoritismo do ator na corrida deste ano).

Sim, este que vos escreve tem total consciência do caráter um tanto absurdo de discutir uma temporada de premiações que pouco tem a ver com mérito artístico. Esse é um assunto espinhoso, que poderá ser mais bem desenvolvido em uma coluna futura; por ora, para todos os efeitos, consideremos apenas que qualquer estúdio almeja ter um Oscar de Melhor Filme na sua prateleira, mesmo aqueles que — como a Apple — já têm um. E, caso “Killers” realmente fature a estatueta, teremos um raro caso no qual um dos melhores filmes do ano de fato leva para casa a maior premiação do cinema.

Até o momento, “Killers” tem uma maré gigantesca ao seu favor. Além de uma recepção clamorosa da crítica, o filme conquistou o raro feito — especialmente para um filme de época com 3h26 de duração — de ser uma quase unanimidade nas redes sociais.

Parte disso se deve ao extremo cuidado que a produção teve ao lidar com o retrato dos Osage, convidando membros da Nação para colaborar no processo de construção do longa. O respeito e a reverência ao povo Osage são sentidos em cada quadro do filme e a internet (ou pelo menos o lado da internet que valoriza minorias, povos originários e temas “progressistas” em geral) respondeu a caráter. Para uma Academia1Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a instituição responsável pelo Oscar. cada vez mais diversa e atenta a essas questões, isso vale ouro.

A outra parte que tem colaborado ativamente para esta quase unanimidade tem nome e sobrenome: Francesca Scorsese. Com uma presença cada vez mais divertida nas redes sociais e incorporando de forma magistral toda a linguagem da chamada geração Z, a filha mais nova de Martin é a principal responsável por uma, digamos, Scorsesaissance — isto é, um interesse renovado das novas gerações em um dos principais cineastas vivos.

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As interações de Francesca e Martin, documentadas em redes como Instagram e TikTok, colocaram o diretor no imaginário popular para muito além dos limites da cinefilia, estourando uma bolha que poucos nomes (na atualidade, consigo pensar apenas em Quentin Tarantino e Christopher Nolan) conseguem, que dirá um velhinho franzino e simpático de 81 anos. O fato é que Martin Scorsese está mais na moda do que nunca e isso — além do efeito positivo óbvio, de estimular a juventude a ir atrás dos seus filmes e abraçar suas (importantíssimas) causas, como a preservação da história do cinema — é precioso para aumentar as chances de “Killers” no Oscar.

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Dando uma olhada no GoldDerby, site que reúne apostas de especialistas e internautas para a temporada de premiações, “Killers of the Flower Moon” é atualmente o segundo favorito a levar o Oscar de Melhor Filme — a produção está atrás apenas de “Oppenheimer”, do supracitado Nolan, que tem a seu favor a bilheteria quase bilionária e o fenômeno cultural do Barbenheimer (além de também ser um filmaço, é bom notar).

Um fator que pesa contra “Killers”? Bom, lá se vão 12 anos desde que a Associação de Críticos de Nova York e a Academia do Oscar concordaram em relação ao seu prêmio principal (foi com “O Artista”, em 2012). O NYFCC, aliás, parece ter uma predileção pelo novaiorquino Scorsese, pois já laureou o cineasta três vezes com o prêmio de Melhor Filme do ano (os anteriores foram “Os Bons Companheiros”, em 1990, e “O Irlandês”, em 2020); o Oscar o fez apenas uma vez, com “Os Infiltrados”, em 2006.

AnoNYFCCOscar
2011“O Artista”“O Artista”
2012“A Hora Mais Escura”“Argo”
2013“Trapaça”“12 Anos de Escravidão”
2014“Boyhood”“Birdman”
2015“Carol”“Spotlight”
2016“La La Land”“La La”…. digo,“Moonlight”
2017“Lady Bird”“A Forma da Água”
2018“Roma”“Green Book”
2019“O Irlandês”“Parasita”
2020“First Cow”“Nomadland”
2021“Drive My Car”“No Ritmo do Coração”
2022“Tár”“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”
2023“Assassinos da Lua das Flores”?

Em sua categoria, Lily Gladstone também é atualmente a segunda favorita a levar para casa o Oscar de Melhor Atriz, segundo o GoldDerby; à sua frente, temos apenas Emma Stone pelo seu papel em “Pobres Criaturas”, numa atuação descrita pelos críticos como corajosa e extremamente, digamos, fora da casinha.

Na humilde opinião deste escriba, entretanto, Gladstone continua à frente no seu favoritismo por alguns motivos:

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  1. Sua performance acachapante, uma das maiores dos tempos recentes.
  2. O fator representatividade, considerando que nenhum nativo americano jamais ganhou um Oscar competitivo.
  3. O fato de que Emma Stone já tem um Oscar, faturado em 2016, por “La La Land”.

Já os dois protagonistas masculinos do filme terão um caminho um pouco mais duro pela frente. Leonardo DiCaprio aparece atualmente em terceiro lugar entre os favoritos ao Oscar de Melhor Ator, atrás do líder Cillian Murphy, por “Oppenheimer”, e de Bradley Cooper por “Maestro”. Robert De Niro, por sua vez, também é o terceiro na corrida de Melhor Ator Coadjuvante — quem lidera as apostas atualmente é Robert Downey Jr. por “Oppenheimer”, seguido por Ryan Gosling em “Barbie”. De qualquer forma, ao menos a indicação parece segura para ambos os atores.

O fato é que a sorte está lançada e os próximos meses serão bem divertidos de se acompanhar. Será que desta vez a Apple vai ganhar um Oscar de Melhor Filme de fato merecido? 😬

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Notas de rodapé

  • 1
    Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a instituição responsável pelo Oscar.

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