Recentemente comentamos uma prática manipuladora usada por algumas empresas para colocar um determinado aplicativo em destaque na App Store. Funciona assim: uma rede (botnet) com dezenas/centenas (ou quem sabe milhares) de computadores que se encarregam de fazer downloads do app e levá-lo para cima nos rankings — ou, quem sabe, um monte de chinês escravizado contratado com um único objetivo: baixar apps. A partir daí, usuários descobririam o título e, estimulados pela *falsa* popularidade, acabam baixando-o, contribuindo para o ciclo da coisa toda.
A Apple foi lá e avisou aos desenvolvedores que, caso ela descubra, poderá tomar a assinatura do Apple Developer Program — consequentemente, os apps seriam excluídos. Hoje, uma matéria da Businessweek mostrou o motivo de isso acontecer: de acordo com eles, Chang-Min Pak, ex-engenheiro da Adobe, é a pessoa à frente da GTekna, cuja missão é dar visibilidade a um app.
Pak cobra de US$9 mil a US$13 mil para promover um aplicativo, e afirma ter entre seus clientes empresas como SGN (do cofundador do Myspace.com, Chris DeWolfe) e Big Fish Games — a última disse que não trabalha mais com eles. Na entrevista, Pak disse ainda que, apenas em 2011, faturou mais de US$2 milhões — imagine a quantidade de apps “falsos” que entraram nos rankings, apenas pelas mãos da GTekna!
Ainda de acordo com a matéria, 63% dos downloads da App Store são de aplicativos que fazem parte desses rankings, o que aumenta ainda mais a gravidade/manipulação da coisa. Todavia, não é só a GTekna e outras empresas como ela que se beneficiam. Os apps presentes nesses rankings geram, em média, US$100.000 por dia — o que faz alguns desenvolvedores apelarem para esse tipo de solução.
Não sei como, mas a Apple precisa resolver isso — se alguém tiver uma ideia, mande para Tim Cook; tenho certeza de que ele responderá. 😉
[via TNW]