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“Pai do iPod” defende lei da UE que força adoção do USB-C

New Yorker
Tony Fadell

Na última terça-feira, comentamos aqui que a União Europeia havia aprovado a lei que obriga todos os dispositivos eletrônicos lançados na região, incluindo iPhones, a contarem com entradas USB-C até o fim de 2024.

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Hoje, foi a vez de Tony Fadell, conhecido como o “pai do iPod”, dar a sua opinião sobre o assunto em uma série de respostas no Twitter. Curiosamente, o ex-executivo da Maçã divergiu de várias posições da Apple acerca da nova regulação, considerando-a, entre outras coisas, “a coisa certa a se fazer”.

Em resposta a um seguidor, Fadell afirmou que não via problema na ideia de forçar a Maçã a adotar o USB-C em seus smartphones, já que o próximo passo, segundo ele, será partir para algum tipo de conexão totalmente sem fio. Para ele, a empresa já teria passado da hora de aposentar o Lightning.

Não consigo ver um problema. O mundo convergiu para o USB-C. Os limites físicos e de usuários foram atingidos. Em seguida será sem fio e não por uma conexão física diferente. Então eu não estou muito preocupado com essa lei. Eles estão simplesmente forçando a Apple a fazer a coisa certa… estão atrasados, francamente.

Ao ser perguntado se esse tipo de regulação não poderia deixar a inovação estagnada, o engenheiro argumentou que isso não se trata de uma questão tecnológica, mas sim sobre a posição de dominância da Maçã no mercado. Em outro tweet, ele defendeu que a empresa deveria colocar sua responsabilidade ambiental na frente dos interesses de seus acionistas.

Não neste caso. Isso só está acontecendo porque a Apple não está fazendo a coisa certa. Ponto. Trata-se de uma posição monopolista, não sobre tecnologia. Espero que, depois que a Apple for forçada a mudar, as leis sejam removidas para permitir que a inovação continue.

Um dos criadores da antiga porta de 30 pinos (presente nos smartphones da Apple até o iPhone 4s), Fadell também aproveitou para lembrar outras situações em que a Maçã foi pressionada a fazer alguma alteração “pelos motivos corretos”, citando, inclusive, o movimento Right to Repair — o qual culminou com a criação do programa Self Service Repair.

É verdade. A Apple não gosta de ninguém ditando o que ela deve fazer — assim como quando eles tiveram vergonha de adicionar o Tempo de Tela. Eles estão sendo forçados pelas razões corretas, tanto ambiental quanto tecnicamente, a se mover mais rápido e fazer a coisa certa. O mesmo coisa com Right to Repair.

A Apple, vale lembrar, já se posicionou mais de uma vez contra esse tipo de iniciativa, quase sempre levantando o argumento de que forçar as empresas a migrar para o USB-C “sufocaria a inovação tecnológica” e geraria uma grande quantidade de lixo eletrônico num curto período de tempo. A União Europeia, por sua vez, já destacou anteriormente que a nova legislação não impede que as companhias adotem novos padrões mais eficientes no futuro.

Além dos iPhones, todos os modelos de AirPods e o iPad de nona geração são equipados com entradas Lightning (além de outros periféricos, como mouses, teclados e trackpads). Nomes como Ming-Chi Kuo, entretanto, já ventilaram a possibilidade de a Apple implementar o USB-C em seus smartphones no ano que vem.

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