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Review: os AirPods Pro de 2ª geração chegaram, e aí?

Já faz pouco mais de dois meses, tenho usado os AirPods Pro de segunda geração quase que diariamente. Foram quase três anos de espera desde o primeiro modelo, e meu feeling com essa versão atualizada é bastante… esquisito.

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Por um lado, os novos AirPods Pro vieram com melhorias bem bacanas e aguardadas. Por outro, talvez é justo dizer que esperávamos ao menos um pouco mais de 2019 para cá.

Vamos levantar a hipótese de que esse seja o ritmo de atualizações da linha, e que os próximos AirPods Pro só aterrissarão daqui a mais três anos. Não seria estranho imaginar que somente em 2025 o produto poderá ganhar de fato o seu primeiro upgrade significativo?

Enfim, divago. Vamos mergulhar na geração atual.

Vídeo de unboxing + hands-on

Para quem perdeu, aqui está:

YouTube video

Design dos fones (mais fixação na orelha) e do estojo

Quem me acompanha há bastante tempo, deve lembrar bem que os AirPods Pro originais simplesmente não ficavam fixos na minha orelha esquerda.

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Bem, como nesse novo modelo o design dos fones praticamente não mudou, essa minha experiência também não evoluiu muito. Mas, curiosamente, ela não está exatamente igual.

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A novidade é que, na caixa dos novos AirPods Pro, a Apple está incluindo um quarto e novo tamanho PP (extra-pequeno) das pontas de silicone — que, sim, ajudaram muito na fixação deles na minha orelha esquerda. Todavia, esse tamanho não ficou legal para a orelha direita, então mantive o padrão médio para ela (para quem não sabe, o corpo humano está longe de ser simétrico).

Ainda assim, depois de experimentar e usar os Beats Fit Pro por meses como meus fones principais, minha experiência com os AirPods Pro deixa muito a desejar nesse sentido. Mesmo mais fixos, eles são fones que não me dão nenhuma segurança e me vejo o tempo inteiro “empurrando-os” para dentro do canal auditivo. Isso é muito chato, às vezes até irritante.

Tirando essa questão do design dos fones vs. a minha orelha, também me decepcionou o fato de que, após esses três anos, a Apple não tenha mudado quase nada no formato dos AirPods Pro. Havia rumores de que eles não teriam mais a tradicional “perninha” ou que pelo menos ela fosse ficar um pouco menor, mas nada disso se concretizou.

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Então, tirando pequenas diferenças nos recortes para microfones e câmaras de ar nos fones em si, você não conseguirá distinguir os novos dos antigos. Já no estojo, sim, temos algumas mudanças notáveis.

O formato e as dimensões do estojo são iguais, mas ele agora conta com uma pecinha de metal na lateral direita onde você pode prender um cordão (lanyard), bem como furinhos inferiores para um… alto-falante!

Alto-falante no estojo?

Calma, não é que você agora vai ouvir suas músicas sendo reproduzidas pelo próprio estojo dos AirPods Pro.

Esse alto-falante dele serve para duas coisas:

  • Emitir efeitos sonoros diversos quando utilizamos o produto — por exemplo, quando o colocamos para recarregar ou fazemos um emparelhamento inicial.
  • Encontrá-lo usando o app Buscar (Find My).

Sim, essa é uma grande e bem-vinda novidade do estojo dos novos AirPods Pro. Com esse alto-falante e a presença do chip U1 (banda ultralarga), eles agora podem ser encontrados pela sua casa da mesmíssima forma que encontramos um AirTag.

Ou seja, você pode abrir o Buscar e ir seguindo a setinha até a direção dos seus AirPods Pro, bem como a qualquer momento tocar num botão para que o estojo emita um som e facilite você encontrá-los. Muito bacana.

Ah, e de acordo com a Apple, tanto os AirPods Pro em si quanto seu estojo de recarga MagSafe são resistentes a suor e água (classificação IPX4).

Recarga e bateria

Outra coisa que não mudou no estojo foi a sua porta Lightning (nada de USB-C, aqui) e suporte à recarga sem fio Qi convencional, porém agora ele também tem ímãs MagSafe (podendo ser fixado inclusive em um stand para iPhone, por exemplo) e funciona até mesmo com o carregador proprietário de Apple Watches.

Mas se a Apple não mudou nada no design dos fones e do estojo, ela pelo menos compensou com baterias mais duradouras em ambos.

Antes, com o Cancelamento Ativo de Ruído ativado, os fones chegavam a 4,5 horas; agora, vão a 6 horas — 33% a mais. Já a bateria extra provida pelo estojo pulou de 24 para 30 horas. Nada mau!

Com os fones recarregando apenas 5 minutos dentro do estojo, você consegue aproximadamente 1 hora de áudio ou cerca de 1 hora de conversação.

Vale notar aqui, ainda, que os novos AirPods Pro são equipados com Bluetooth 5.3. Pode ser difícil analisar as melhorias aqui (em relação ao 5.0), mas eu sinto sim que a conectividade entre eles e o iPhone, bem como a alternação entre o iPhone e o Mac, estão mais rápidas e sem falhas — além do que, já foi comprovada também uma latência menor nessa nova geração.

Controle de volume

E chegamos, talvez, a um dos pontos de maior crítica em relação a todos os AirPods lançados até hoje — com exceção do Max e, agora, dos novos Pros.

Sim, a perninha continuou nos fones, mas ela agora tem uma superfície sensível ao toque para ajuste de volume. É bem pequena, requer um certo costume, mas funciona melhor do que esperava.

Não tem mistério nenhum: deslizando de baixo para cima, você aumenta o volume; de cima para baixo, abaixa o volume. Enquanto isso, pode continuar pressionando as perninhas para alternar entre os modos de uso (Ambiente e Cancelamento Ativo de Ruído) e/ou chamar a Siri.

Para quem tem um Apple Watch, ainda considero o ajuste de volume pela Digital Crown bem superior, mais rápido e até mais fino/preciso. Mas é uma adição muito bem-vinda, não há como negar.

Vale notar, ainda, que os fones agora utilizam um novo sensor de detecção de pele para identificar quando estão ou não posicionados na orelha. Ou seja, aquele tradicional recurso que pausa a reprodução de música quando tiramos um da orelha tende a funcionar melhor nessa nova geração.

Cancelamento Ativo de Ruído 2x melhor? Nope.

Na apresentação dos AirPods Pro, uma coisa que encheu meus olhos foi a promessa de um Cancelamento Ativo de Ruído até 2x superior ao anterior. Mas… não é bem assim.

Não me interpretem mal. O Cancelamento Ativo de Ruído dos AirPods Pro é e sempre foi excelente, um dos melhores do mercado. E sim, os novos estão superiores — conseguem cancelar mais frequências, especialmente de sons sem muitas variações tonais. Porém eu não consegui observar algo nem próximo de duas vezes melhor que antes, a Apple que me desculpe.

O que eu adorei, sim, foi o novo modo Ambiente Adaptável. Usando o poder do chip H2 para fazer filtros e ajustes no som 48.000 vezes por segundo, segundo a Apple, ele melhora ainda mais a experiência com o modo Ambiente — que é líder na indústria, com folga.

Agora, além da naturalidade de podermos usar os fones enquanto conversamos com alguém, esse modo adaptável promete diminuir a intensidade de ruídos altos, como sirenes e ferramentas elétricas, para aprimorar ainda mais essa experiência. Ou seja, em vez de amplificar tudo, ele só deixa passar o que realmente importa. E funciona muito, muito bem.

E a qualidade de som, em si?

É engraçado como hoje em dia reviews de fones de ouvido cobrem tantos aspectos deles além do principal, que é a qualidade do som em si.

Aqui, eu classificaria o avanço dos AirPods Pro de segunda geração no mesmo nível do Cancelamento Ativo de Ruído em si. Melhorou, é notável, mas nada perto de 2x melhor (mas não, a Apple não prometeu isso aqui).

Os médios e agudos, que já eram bem definidos na geração anterior, ficaram ainda mais nítidos nesses novos. Mas acho que o principal, aqui, foi o avanço nos graves; eles estão bem mais presentes, mas sem exageros. Isso tudo, somado ao Áudio Espacial Personalizado com Rastreamento Dinâmico da Cabeça, proporciona algumas experiências bem legais e imersivas.

Mas não, ao contrário do que chegou a especular o analista Ming-Chi Kuo, esses novos AirPods Pro não ganharam suporte a áudio sem perdas (lossless). Não que eu estivesse ansioso por isso ou fizesse alguma diferença para mim, mas vale constar aqui.

A Apple também promete para esses AirPods Pro um microfone redesenhado, com “algoritmos aprimorados para reconhecer e articular melhor a voz”. Bem, eis um rápido comparativo:

De novo, um aprimoramento notável mas nada revolucionário. E não, ainda não recomendaria os AirPods Pro para a gravação de um podcast, por exemplo. 😉

Conclusão

Se eu tivesse que responder de “bate-pronto”, não acho que quem já tem os AirPods Pro originais devam trocá-los por esses novos.

Claro, isso vai de pessoa para pessoa. Pode ser que você sonhasse com o controle de volume nas perninhas, ou que perca muito o seu estojo por aí, ou que preze pelo melhor som e Cancelamento Ativo de Ruído possível… ou até mesmo que a bateria dos seus originais, já com três anos de uso, não esteja durando muito. Tudo isso, somado, pode até justificar a compra.

Mas, como falei lá no comecinho, após tanta espera, eu acho que o produto merecia mais. A Apple continua, vai entender, insistindo na besteira de só oferecer esses AirPods na cor branca — como se cores devessem ser exclusividade das linhas de fones Beats.

De resto, vou continuar torcendo para um design totalmente novo na próxima geração. Assim, quem sabe, eles voltem a ficar tão fixos na minha orelha quanto os AirPods (não Pro) originais… enquanto isso, pretendo voltar a usar os Beats Fit Pro como meus fones principais do dia a dia. Se a fixação nas orelhas não for um problema para você, esses novos AirPods Pro são os melhores que a Apple já criou.

Os novos AirPods Pro custam oficialmente R$2.600 no Brasil, valor que pode ser parcelado em até 12 vezes. Para pagamentos à vista, a Apple oferece um desconto de 10% (saindo por R$2.339,10). Já nos EUA, eles custam US$250 e em Portugal, 300€.


Comprar AirPods Pro (2ª geração) com estojo de recarga MagSafe (USB-C) de Apple Preço à vista: R$2.339,10
Preço parcelado: R$2.599,00 em até 12x

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