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O que há num nome? No caso da Siri, pode haver uma conexão emocional com você

Ícone da Siri

Olhe pra minha situação: eu sou incapaz de escrever “o Siri”, apesar de ser essa a forma oficial, no Brasil. “O recurso Siri” soa estranho, alienígena, artificial: ela tem uma voz, ela tem uma personalidade, ela conta piadas, ela recita rap… não dá pra não tratá-la como se fosse uma pessoa. Pelo menos eu sei que não estou sozinho: muitas pessoas têm dificuldade em usar “it” para se referir à Siri, optando pelo pronome pessoal “she”. Não duvido que, na Inglaterra, usem “he”, por causa da voz masculina que é empregada por lá.

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O que a Apple pode dizer disso? Missão cumprida.

Siri

Um artigo bem interessante na Slate analisa essa questão dos produtos com nomes humanos. Siri é uma forma carinhosa do nome escandinavo Sigrid, que, de acordo com o criador da assistente, que dizer “bela conselheira vitoriosa”, o que nos dá diversos elementos: 1. é uma palavra com significado; 2. é um nome humano; 3. é uma forma carinhosa, e 4. é exótico para a maior parte do mundo. O resultado? Os usuários criam um laço emocional com o produto.

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Não é à toa que as empresas estão investindo cada vez mais na criação de nomes com esse tipo de apelo. É muito mais difícil se desfazer de uma coisa depois que você dá um nome a ela — de certa forma, ela meio que deixa de ser uma coisa e passa a ser algo com significado. No outro extremo, muitos pais estão tratando o ato de dar nomes a seus filhos como uma forma de marketing pessoal: é preciso escolher o nome certo. O ato deixou de ser pessoal e passou a ser comercial.

Pensando no futuro (distante), eu me pergunto o que vai acontecer quando inteligências artificiais fortes chegarem ao mercado na forma de produtos. Será que vamos criar laços emotivos com elas? Haverá códigos de ética para lidar com esses seres artificiais? Existe uma diferença entre pedir e mandar, quando você fala com uma assistente eletrônica como a Siri?

Essas questões não são um problema agora, mas com o avanço da tecnologia, elas podem vir a ser, então vale a pena estar pronto pra elas. Em todo caso, se você não quer se envolver com máquinas, siga estas duas regras básicas: 1. não dê nomes humanos a elas, e 2. não ponha olhos nelas — e, se puser, não olhe pra eles.

Particularmente, eu acho que a Siri poderia servir como uma forma de as pessoas se acostumarem a usar algumas palavrinhas que andam em desuso: “por favor” e “obrigado”. Se você as usar enquanto fala com seu celular, as chances de fazer o mesmo quando fala com uma pessoa aumentam, não acha? 😉

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